Criando seu próprio caminho!

O que fazer quando acontece algo diferente? Uma situação aparentemente simples pode se transformar em um grande desafio para uma garotinha que faz tudo igual, todos os dias. Mas que novidade será essa? Assista ao curta-metragem para descobrir.

Para ver o making of do curta-metragem clique aqui.

Ficha Técnica

Filme: Julieta de Bicicleta 

Local: Curitiba/PR

Ano: 2012

Duração: 10 minutos         

Direção e animação: Marcos Flávio Hinke

Produção executiva: Jaqueline M. Souza

Roteiro: Marcos Flávio Hinke, Jaqueline M. Souza e Herica Veryano

Fotografia e colorização: Hellen Braga

Direção de arte, bonecos e figurinos: Jaqueline M. Souza

Edição: Carlos Alberto Debiasi   

Para refletir:

Julieta faz as mesmas coisas todos os dias, do mesmo jeito, a mesma quantidade de vezes. Quais coisas você também faz todos os dias? Pense no ato de escovar dente. Você escova sempre do mesmo jeito, começa sempre pelo mesmo dente? Não se assuste se perceber que escova os dentes de várias formas, isso é comum!

Dentro dessas atividades também dá para experimentar! Ter uma rotina, horário para dormir e para fazer as refeições, por exemplo, é importante. Mas muitas vezes é possível variar uma coisinha ou outra, tentar fazer de um jeito diferente. Assim vamos aprendendo, nos divertindo e nos preparando para situações que não tinham “passado pela nossa cabeça”, como desviar da pedra que apareceu, de surpresa, no caminho da Julieta. 

Foto: Divulgação.

Atividade:

Algumas coisas acontecem sem estarmos esperando, assim, por acaso, e isso é até bem comum. Você sabia que tem muita gente que faz arte com essas coisas que acontecem sem querer? Qual tal fazer uma brincadeira de criação usando o acaso você também?

Ilustração: Naiara Rocha.

Materiais necessários:

– Uma folha de papel

– Material para desenhar (pode ser lápis, caneta, giz de cera, entre outros)

– Algumas pedrinhas (ou grãos, como feijão ou milho, que podem ser lavados e aproveitados após a brincadeira) 

Como fazer:

Apoie a folha de papel em uma superfície plana. Coloque as pedrinhas (ou grãos) na mão e depois solte-as em cima do papel, sem se preocupar em controlar onde elas vão cair. Agora, sem mover as pedras, pegue o seu material de desenho e brinque de “levá-lo para passear” pela folha de papel, contornando as pedras e traçando uma linha que passe por todas elas. Tente não tirar a ponta do material do papel, para que a linha seja contínua. Quando tiver percorrido toda a superfície da folha ou quando achar que é a hora de parar, retire as pedras e observe a linha traçada em sua folha. 

Você vai perceber que, mesmo que tenha tentado deixar a linha reta ou controlá-la, às vezes foi preciso aceitar que as pedras estavam no caminho e achar um jeito de seguir em frente, apesar delas. Saiba que a linha que você produziu é única e que mesmo que alguém jogasse as pedras exatamente no mesmo lugar que as suas, essa pessoa produziria um trajeto diferente para contorná-las. 

Compartilhe sua criação com a gente, usando as hashtags #educativofcs e #cineminhaonline nas mídias sociais e também @fcs.palaciodasartes no Instagram.

Ilustração: Naiara Rocha

Curiosidade: 

Já que falamos tanto em pedras no caminho, você conhece um poema que também fala sobre isso? Ele se chama No meio do caminho, foi escrito pelo poeta Carlos Drummond de Andrade (nascido em Itabira/MG, em 1902, e falecido no Rio de Janeiro/RJ, em 1987) e publicado pela primeira vez em 1928. Apesar de parecer simples, tem muito a nos dizer!

NO MEIO DO CAMINHO 

No meio do caminho tinha uma pedra

tinha uma pedra no meio do caminho

tinha uma pedra

no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento

na vida de minhas retinas tão fatigadas.

Nunca me esquecerei que no meio do caminho

tinha uma pedra

tinha uma pedra no meio do caminho

no meio do caminho tinha uma pedra.

                    (Carlos Drummond de Andrade)   

Referência:

ANDRADE, Carlos Drummond de. No meio do Caminho. In: Alguma poesia – Carlos Drummond de Andrade; posfácio Eucanaã Ferraz. 1a ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2013, p.36. 

Sobre as autoras:

Ana Luiza Emerich é licenciada em Artes Visuais, mestra em Artes, professora da Rede Estadual de Ensino, professora e mediadora na Escola de Artes Visuais do Cefart – FCS.

Naiara Rocha é bacharel e licenciada em Artes Visuais, graduada em Pedagogia, mediadora e professora na Escola de Artes Visuais e na Escola de Tecnologia da Cena do Cefart – FCS.