MOSTRA CLÁSSICAS | Homenagem ao Dia Internacional da Mulher

08/03/22 - 14/04/22

Cine Humberto Mauro - Av. Afonso Pena, 1537 - Centro, Belo Horizonte

Os Anos de Chumbo (1981), da cineasta alemã Margarethe von Trotta

 

A Fundação Clóvis Salgado, por meio do Cine Humberto Mauro, apresenta a segunda parte da Mostra Clássicas – de 8 de março até 14 de abril, um recorte de filmes dirigidos por relevantes e influentes mulheres da história do cinema que ocupará as telas do CHM, homenageando o Dia Internacional da Mulher. O público também terá a oportunidade de conferir as tradicionais sessões Cinema e Psicanálise e História Permanente do Cinema, seguidas de debates presenciais e com transmissão ao vivo on-line. Com entrada gratuita, os ingressos serão distribuídos durante o horário de funcionamento da bilheteria, no dia de cada sessão, com lotação máxima do cinema de 133 lugares, além de quatro espaços reservados para cadeirantes.

 

PROGRAMAÇÃO DA MOSTRA

SINOPSE DOS FILMES

PROGRAMAÇÃO DE DEBATES

 

Diretora brasileira Ana Carolina

Continuação da mostra homônima que ocorreu em fevereiro de 2020, a programação desta edição percorre diversas fases, estilos e linguagens da história da sétima arte, contemplando filmes realizados por diretoras icônicas e, muitas vezes, revolucionárias e progressistas, abordando temas à frente de seus tempos. A curadoria também optou por selecionar obras de diretoras contemporâneas que já se classificam em uma alta prateleira do cinema mundial. Longas e curtas-metragens realizados por nomes como Margarethe von Trotta, Agnès Varda, Ana Carolina, Tereza Trautman, Dorothy Arzner, Lucrecia Martel e Julie Dash marcam a composição da mostra trazendo uma grande variedade temática e conceitual em filmes de terror, comédia, biografias, documentários, ficções científicas e dramas históricos.

 

Ministério do TurismoGoverno de Minas Gerais e Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado, apresentam a Mostra Clássicas, que tem correalização da APPA – Arte e Cultura, patrocínio máster da CemigArcellorMittalInstituto Unimed-BH¹, AngloGold Ashanti e Usiminas, por meio das Leis Estadual e Federal de Incentivo à Cultura. Tem apoio cultural do Instituto Hermes Pardini, Embaixada da França no Brasil, SCAC BH, Aliança Francesa e Instituto Goethe, além do patrocínio Ouro da Codemge – Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais.

 

¹O patrocínio do Instituto Unimed-BH é viabilizado pelo incentivo de mais de cinco mil médicos cooperados e colaboradores.

 

A Fundação Clóvis Salgado é integrante do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult) que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e de cultura em transversalidade com o turismo.

 

Diretora inglesa Ida Lupino

Representatividade apesar dos obstáculos – No começo dos anos 1920, os principais cargos ocupados nas produções audiovisuais (roteirista, diretor(a), diretor(a) de fotografia, etc) eram também realizados por mulheres. Desde então, não é segredo que o cinema mainstream, assim como várias outras áreas da sociedade, é predominantemente dominado por homens. Com a falta de apoio, orçamento e representatividade nas grandes produções, as diretoras buscaram produzir obras inovadoras e que gerassem uma certa forma de impacto social. “Temos muitos filmes considerados à frente de seu tempo em seus temas e na sua forma cinematográfica. Eu penso que as mulheres sempre foram boicotadas no cinema e tiveram dificuldades em realizar os seus próprios filmes. Quando elas conseguiam produzir, realmente abordavam questões importantes”, relata Vítor Miranda, da Gerência do Cine Humberto Mauro.

 

“Muitos filmes dessa mostra possuem um caráter de cinema independente, onde se consegue tocar em assuntos que o cinema comercial não estava interessado e que não geravam lucro. Temos diretoras, por exemplo, como a Ida Lupino, que no filme ‘O Mundo Odeia-me’, de 1953, trata sobre relações homoeróticas, questionando a masculinidade imposta e fazendo uma reflexão sobre os Estados Unidos da época”, conta Miranda.

Diretora belga Agnés Varda

Diversidade ilimitada – Equivalente à primeira parte da mostra Clássicas, a edição deste ano percorre uma vasta diversidade na programação, trazendo filmes realizados em diferentes épocas, gêneros, países e vertentes cinematográficas. “Assim como a primeira parte da mostra, temos a intenção de trazer um grande panorama da história do cinema e chamar a atenção de filmes dirigidos por mulheres que sempre encontraram extremas dificuldades nessa indústria. A mostra vem para mostrar toda a diversidade do cinema feito por elas, trazendo filmes de 5 continentes. É uma mostra extremamente diversa”, explica Miranda.

 

Com filmes historicamente significativos para o cenário audiovisual brasileiro, o cinema nacional também está presente na mostra, evidenciando a grandiosidade do trabalho das realizadoras cinematográficas do país. “Temos diretoras brasileiras muito relevantes nessa mostra. Além de Ana Carolina, que dirigiu ‘Mar de Rosas’, um filme clássico com estéticas do Cinema Novo, temos ‘Os Homens Que Eu Tive’, dirigido por Tereza Trautman, que fez parte do recorte do cinema brasileiro da pornochanchada. Também vamos apresentar ‘Mutum’ de Sandra Kogut, um filme mineiro, que é uma adaptação de Guimarães Rosa, além de exibir ‘Carlota Joaquina’, de Carla Camurati, o filme que marcou a retomada do cinema brasileiro nos anos 1990”, conta Miranda.

Filhas do Pó (1991), dirigido por Julie Dash

Obras icônicas e vanguardistas – Entre os destaques da programação, estão filmes que marcaram época e foram progressistas e transformadores em seus lançamentos, permanecendo influentes até os dias atuais. O longa ‘Filhas do Pó’, dirigido pela norte-americana Julie Dash, foi o primeiro filme de uma cineasta negra a ser lançado comercialmente nos Estados Unidos, em 1991. Dois curtas-metragens raros e pouco exibidos da icônica diretora belga Agnés Varda também compõem a programação. “O Pântano”, premiado filme argentino de Lucrecia Martel, representa a magnitude do cinema latino-americano.

 

Também faz parte da programação o reverenciado longa “Os Anos de Chumbo”, da alemã Margarethe von Trotta, que retrata a vida de duas irmãs, filhas de um pastor, que se afastam da religiosidade para lutar pelos direitos feministas. Enquanto uma se torna uma jornalista engajada, a outra integra-se em uma organização terrorista. “É uma sessão bem especial da mostra que iremos exibir em parceria com o Instituto Goethe, uma instituição cultural sem fins lucrativos com o papel de divulgar a cultura alemã no Brasil e em outros países. Margarethe von Trotta é uma cineasta extremamente relevante. Foi uma das líderes do Novo Cinema Alemão, movimento bastante inspirado pela Nouvelle Vague e pelo Neorrealismo italiano, que chegou para mudar os moldes do cinema feito na Alemanha, já que nos anos 1950 possuía um teor extremamente comercial e de pouco conteúdo”, relata Miranda.

 

Inverno da Alma (2010), dirigido por Debra Granik

 

Debates e comentários – A mostra também irá contar com duas sessões presenciais do tradicional encontro Cinema e Psicanálise. As psicanalistas Monica Campos e Graciela Bessa comentam os filmes “Inverno da Alma” e “Certas Mulheres”, respectivamente. As sessões acontecem nos dias 11 de março e 8 de abril, presencialmente no Cine Humberto Mauro.

 

 

A História Permanente do Cinema vai reunir pesquisadoras convidadas para as duas sessões presenciais, no CHM – “O Pântano” será comentado por Alessandra Brito no dia 1º de abril, e “Os Anos de Chumbo” tem sessão comentada no dia 6 de abril. Os debates também contam com três sessões on-line, transmitidas ao vivo através do Canal da FCS no YouTube, após a exibição do filme no cinema: “Mar de Rosas”, comentado por Carol Almeida no dia 21 de março, “Os Homens Que Eu Tive”, comentado por Rita Vênus no dia 28 de março, e “Filhas do Pó”, com comentários de Lorenna Rocha no dia 4 de abril.

 

O público também terá a oportunidade de assistir todos os filmes comentados através da plataforma CineHumbertoMauroMAIS, e conferir na sessão Nota Cinematográfica críticas e ensaios sobre cada um dos longas comentados. “Os debates serão de extrema importância nesta mostra. O Cine Humberto Mauro preza sempre pela formação do público. Não é apenas assistir ao filme, é assisti-lo e refletir sobre ele”, finaliza Miranda. Para acessar a programação completa dos debates e seus horários de transmissão, acesse aqui.

 

Informações

Local

Cine Humberto Mauro - Av. Afonso Pena, 1537 - Centro, Belo Horizonte

Informações para o público

(31) 3236-7400