8º CINECIPÓ | Festival do Filme Insurgente

11/12/19 - 15/12/19

Cine Humberto Mauro | Palácio das Artes | Av. Afonso Pena, 1537. Centro. Belo Horizonte

De 11 e 21 dezembro, acontece a 8ª edição do Cinecipó – Festival do Filme Insurgente, no Sesc Palladium (17 a 21 de dezembro) e no Cine Humberto Mauro (11 a 15 de dezembro), em Belo Horizonte. Serão exibidos 12 longas e médias-metragens e 73 curtas-metragens; ambas as categorias estão em mostras competitivas. São filmes de diversos países e regiões brasileiras que abordam temáticas diversificadas, como étnicos-raciais, gênero, feministas, ambientalistas, entre outras. Além das exibições, haverá debates com diretores convidados durante o festival, um curso e uma oficina.

Acesse a PROGRAMAÇÃO.

Em tempos políticos e sociais sombrios no Brasil e no mundo, a 8ª edição do Cinecipó, por acreditar que a construção de resistência e insurgência se faz também na escolha das imagens, nos circuitos específicos dos filmes e na visibilidade conferida a eles, com seus corpos, suas palavras, suas ações ou ideias imagéticas, busca ressaltar as questões políticas presentes nas telas, assumidas em concepção plural, bem como as linhas de fuga vislumbradas contra tudo aquilo que constitui violência e opressão.

“Esse gesto se reflete, evidentemente, por mérito e vigor próprio das obras, em um corpo de filmes que entoa lutas muitos tangíveis, com a presença expressiva de diretores e diretoras indígenas, negras e LGBTQI, e também dos trabalhos locais. Uma presença que se desdobra, ainda, nos encontros de realizadores e realizadoras com o público das sessões, a fim não apenas de incentivar o debate crítico em torno das imagens, mas também de promover encontros potentes, capazes de renovar os laços de luta e de união”, destacam os curadores do festival Cardês, Fabiana Leite e Luís Felipe Flores.

“Importante notar o aumento no número de obras realizadas por mulheres. Nesta edição diretoras são 46% do total. Também se ampliou o número de obras feitas por diretores e diretoras negros e indígenas”, ressaltam Cardês Monção Amâncio e Daniela Pimentel, organizadores do festival.

O cantor e compositor Ruspô volta a Belo Horizonte para show único na abertura do festival Cinecipó, dia 11 de dezembro, às 21h30, nos Jardins Internos do Palácio das Artes. Acompanhado de banjo, baixo, acordeão e percussão, o artista apresenta releituras acústicas de canções dos álbuns “Esses Patifes” (2013) e “Dourados” (2016). Músico e militante, Ruspô canta conflitos do campo e da cidade, compondo e gravando suas músicas ao longo das viagens de trabalho como jornalista engajado na Amazônia, Cerrado e centro-oeste do país.

A programação do 8º Cinecipó conta, também, com o curso “Cinema de índio: nativas narrativas em novas tecnologias”, com Gilmar Galache Terena, de 11 a 14 de dezembro, das 13h às 17h, no Cine Humberto Mauro/Palácio das Artes; e com a oficina “GAZUAS: emergindo silêncios submersos”, com Charlene Bicalho, de 07 a 14 de dezembro, das 13h às 17h, na Ocupação Maria Carolina de Jesus. O curso “Cinema de índio: nativas narrativas em novas tecnologias” foi elaborado a partir de uma infinidade de narrativas que foram invisibilizadas pelo processo de colonização, entre as quais se incluem a dos povos indígenas Guarani Kaiowá e Terena, que trabalham com a Associação Cultural de Realizadores Indígenas – ASCURI e produzem filmes que trazem essas marcas cosmológicas, que destoam da lógica ocidental de contar uma história e mostram outra relação de tempo – espaço no cinema, bem como suas definições estéticas pictóricas. O objetivo é sensibilizar o modo de ver e fazer cinema dos interessados, compartilhando uma narrativa ancestral trabalhada pela ASCURI no Mato Grosso do Sul com os povos Terena e Guarani Kaiowá. As inscrições estão abertas e podem ser feitas no site do Cinecipó.

Já a oficina “GAZUAS: emergindo silêncios submersos” refere-se a uma ferramenta capaz de fazer funcionar fechaduras e cadeados. Nessa proposta tal instrumento torna possível a emersão de quilombos submersos por sombras coloniais. A oficina propõe a criação de narrativas contra-hegemônicas sobre e em territórios urbanos reconhecidos como quilombos ou que simbolicamente tenham em sua constituição elementos e características da resistência e da força de um quilombo, como as ocupações urbanas. A ideia é que os participantes construam derivas pelo território a partir do mapeamento de gazuas, no intuito de identificar narrativas afetivas, gestos e contextos históricos. A constituição de uma narrativa poética audiovisual, a ser gravada no final da vivência, se interligará a partir da construção coletiva. As inscrições também estão abertas e podem ser feitas pelo site do Cinecipó.

O 8o Cinecipó – Festival do Filme Insurgente conta com patrocínio da MGS, e é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura (projeto 1003/2017), apoio da Fundação Clóvis Salgado / Governo de Minas Gerais e apoio cultural do Sesc.

 

O CINECIPÓ

O Cinecipó – Festival do Filme Insurgente – teve sua primeira edição em 2011, na aconchegante Serra do Cipó. A proposta era realizar quatro dias de cinema ao ar livre, na praça e de graça, levando ao público filmes que não têm espaço na mídia convencional. Até 2015, o festival foi realizado na Serra do Cipó, Lapinha e Santana do Riacho e já realizou mostras em outras partes do Brasil como Pernambuco e Brasília, produziu exibições itinerantes no Espaço Comum Luiz Estrela, Quilombo dos Marques, Quilombo do Palmital e escolas públicas.

Além dos filmes, o festival também oferece oficinas, workshops nas áreas de cinema, artes plásticas, música, oficinas voltadas para a questão da sustentabilidade. Em 2019 o Cinecipó recebeu mais de 600 iscrições, tendo selecionado 74 curtas e 11 longas e médias, vários deles inéditos em Belo Horizonte. Homens representam 54% das direções e mulheres 46%.

Informações

Local

Cine Humberto Mauro | Palácio das Artes | Av. Afonso Pena, 1537. Centro. Belo Horizonte

Informações para o público

31 3236-7400