A História do Soldado

06/08/19

Grande Teatro | Palácio das Artes | Av. Afonso Pena, 1537. Centro. Belo Horizonte

Foto: Paulo Lacerda

Depois do sucesso das apresentações de setembro de 2018 de A História do Soldado, o público poderá conferir novamente a união da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e da Cia. de Dança Palácio das Artes com o ator e humorista Saulo Laranjeira para interpretar a obra de Igor Stravinsky.

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Com regência de Silvio Viegas, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais participa com formato reduzido, seguindo as exigências da própria partitura de Stravinsky, com os naipes de Corda (violino e contrabaixo), de Sopro (clarineta, fagote, trompete e trombone) e Percussão. Já a Cia. de Dança leva ao palco oito bailarinos, revezando a intepretação dos três personagens principais da história: o Soldado, o Diabo e a Princesa. Para completar o elenco da montagem, o ator e humorista mineiro Saulo Laranjeira empresta sua voz a um dos personagens mais instigantes da história, o Narrador.

Obra versátil – Escrita em um período de devastação no continente europeu devido ao fim da Primeira Guerra Mundial, a composição reflete o clima que assolava a região. A proposta de Stravinsky com a obra era proporcionar um momento de alegria a seu povo, como explica o maestro Silvio Viegas. “Nessa época, os recursos eram mais escassos e, por isso, ‘A História do Soldado’ tem esse formato mais reduzido, lembrando uma miniópera ou um espetáculo de bolso. Mas essa alteração não diminuiu a beleza da composição”, destaca o regente.

Silvio Viegas também chama a atenção para a versatilidade da obra, que pode ser executada de maneiras diferentes. “Essa peça, em especial, tem várias formas de ser levada ao palco. Ela pode ser apenas um concerto de câmara ou uma obra encenada, com a presença de bailarinos e atores no palco. Há uma gama de possibilidades de mudanças de cores, o que é sempre muito interessante. Estamos escolhendo a nossa cor, que preza, principalmente, pela união dos corpos artísticos”, pontua.

Uma dança sinfônica – A Cia. de Dança Palácio das Artes propõe uma releitura da composição de Stravinsky, mesclando o virtuosismo da música sinfônica à abordagem vanguardista da dança contemporânea. A começar pelo elenco, formado por oito bailarinos do corpo artístico, que se revezará no palco entre as três personagens principais da história, ora interpretando de forma individual, ora em duplas. A coreografia propõe uma experiência inventiva. Sem utilizar objetos comuns à narrativa, como o livro do Soldado e o violino, a dança estimula o público a sentir uma história que também é contada por meio de gestos e movimentos.

De acordo com Cristiano Reis, a proposta é mostrar que o resultado da mistura entre a dança contemporânea e a música sinfônica pode ser surpreendente.

“Nossa ideia é revisitar essa obra centenária a partir de um olhar próprio, com as vivências e experiências da Cia. de Dança para, então, desconstruir uma composição que já é clássica e permitir que a dança também ocupe, à sua maneira, aquele espaço”, comenta Cristiano Reis.

Minas Gerais na alma – A convite do maestro Silvio Viegas, Saulo Laranjeira participa do concerto interpretando o Narrador de toda a trama. Um dos mais consagrados nomes das artes cênicas no país, Saulo Laranjeira tem um currículo respeitável, passando por variadas produções, dos dramas às comédias.

“O Saulo é um dos maiores artistas brasileiros. Ele carrega Minas Gerais na sua fala, na sua arte, na sua alma. Mesmo sendo conhecido do grande público por sua veia cômica, é uma experiência nova contemplar seu trabalho sob o olhar dramático que a obra de Stravinsky demanda. Ter um artista da grandeza do Saulo Laranjeira trabalhando em uma produção da Fundação Clóvis Salgado é motivo de imenso orgulho para nós”, comenta Silvio Viegas.

Saulo Laranjeira já interpretou trabalhos de grandes poetas como Camillo de Jesus Lima, e emprestou sua voz para a ópera “Auto da Catingueira”, de Elomar Figueira Mello. Narrar a história de Stravinsky é, para o artista, um dos momentos mais importantes de sua carreira.

“Com certeza o público pode esperar uma versão magnífica dessa obra encantadora de Igor Stravinsky, que ocupa um lugar importante na história da música do século XX. Estou muito feliz em trabalhar novamente com Silvio Viegas, que é um maestro extraordinário, com uma trajetória artística impecável e um histórico brilhante à frente da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. A participação da Cia. de Dança Palácio das Artes se destaca de maneira surpreendente, com uma coreografia belíssima e emocionante”, conclui Saulo.

Foto: Paulo Lacerda

 Sinopse:

A composição de A História do Soldado narra o retorno de um soldado à sua terra natal, interrompido por um encontro inesperado com o Diabo, que lhe propõe uma troca. Ele sugere ao Soldado que lhe entregue seu violino (que representa sua alma), por um livro que lhe trará toda riqueza que ele possa imaginar. A princípio, o Soldado não se interessa pela proposta, já que não sabe ler, mas o Diabo lhe convence que, para a magia funcionar, ele não precisa ter o conhecimento da leitura, o próprio livro fará com que ele leia. O Soldado aceita, mas o Diabo pede que ele o siga até sua casa para que possa ensiná-lo a tocar o violino. O que inicialmente parecia ter sido apenas três dias de aula, na verdade, foram anos. Desde então, o Soldado percebe que sua vida e felicidade estão ameaçadas em função dessa troca e ele tenta, a todo custo, libertar-se das artimanhas do Diabo.

 

Foto: Paulo Lacerda

Saulo Laranjeira – Saulo Pinto Muniz (Pedra Azul-MG, 11/11/52) é humorista, ator, apresentador, cantor, narrador e compositor. Idealizador e apresentador do programa televisivo Arrumação, desde 1987, divulga o trabalho de artistas da autêntica cultura brasileira. Saulo ainda interpretou o Deputado João Plenário do programa humorístico A Praça é Nossa (SBT), por mais de 20 anos. Dentre os principais parceiros ou companheiros de shows de Saulo Laranjeira estão Elomar Figueira de Mello, Dércio Marques, Titane, Tadeu Franco, Saldanha Rolim, Telo Borges, entre outros. Laborioso no resgate e preservação das tradições do sertão, Saulo gravou trabalhos de grandes poetas, a exemplo de Camillo de Jesus Lima, com o Viola. Em 2011, participou como narrador do espetáculo Auto da Catingueira, de Elomar Figueira Mello, com gravação de DVD no Grande Teatro do Palácio das Artes. Em 2016, lançou no Teatro Bradesco, o CD e DVD Lua Clareou, com Saulo Laranjeira e Banda – gravado também no Grande Teatro do Palácio das Artes. Com arranjos de Ivan Corrêa e Renato Saldanha, e para as canções de Elomar, os arranjos são do seu filho João Omar. Em 2016, atuou na novela Velho Chico (Globo Minas). Atendendo aos inúmeros pedidos dos fãs, anunciou recentemente sua volta ao programa A Praça é Nossa.

Este evento tem correalização da APPA – Arte e Cultura.

Informações

Local

Grande Teatro | Palácio das Artes | Av. Afonso Pena, 1537. Centro. Belo Horizonte

Horário

20h30

Informações para o público

31 3236-7400