Cia. de Dança estreia vídeo que traz como protagonistas as histórias que as mãos contam

30/09/20

Exibição nas Mídias Sociais da Fundação Clóvis Salgado | @fcs.palaciodasartes (Instagram) e facebook.com/fundacaoclovissalgado/

Quais são os sentimentos e as ações humanas que as mãos podem revelar? Afago, manifestação de fé, um ato de comunicação, prazer em dançar? Foi a partir de uma observação dos materiais produzidos pelos bailarinos da Cia. de Dança Palácio das Artes, durante os processos de criações dos vídeos realizados desde o início do distanciamento social, que o grupo artístico decidiu refletir e interpretar os múltiplos significados que as mãos simbolizam. Para isso, a Companhia de Dança Palácio das Artes criou o vídeo “De que falam as mãos…”, que será lançado no dia 30 de setembro (quarta-feira), às 19h, no Instagram e no Facebook da Fundação Clóvis Salgado (FCS). Esse evento integra o projeto Palácio em sua Companhia, da FCS, e tem a correalização da Appa Arte e Cultura.

Uma das partes do corpo humano com mais possibilidade de realizar ações, as mãos trazem à tona identidades e histórias que podem ser protagonistas de uma obra, construindo imagens e produzindo sons. “Nós, bailarinos, buscamos nos aprofundar nas linguagens, nos gestos e nas histórias que as pessoas carregam nas mãos. A proposta inicial era criar ‘De que falam as mãos…’ com os materiais do vídeo do mês passado (A dança é um corpo que a gente veste), uma vez que os bailarinos já tinham produzido cenas gestuais com essa parte do corpo. Mas ao longo do tempo fomos criando materiais e acrescentando outros conteúdos dos vídeos anteriores, ressignificando as imagens, dando outros focos e gerando novos enredos”, pontua Anahí Poty, bailarina da Cia de Dança Palácio das Artes.

Para Léo Garcia, bailarino da CDPA, cada artista traz um pouco do seu universo a partir das mãos. “Quando contamos uma história com as mãos, perdemos o controle da interpretação do expectador. Os enredos são criados através das experiências simbólicas e literais do que uma imagem das mãos representa ou sugere para o indivíduo. Além disso, se pensarmos na função das mãos, elas são importantes o tempo todo. É quase a extensão do querer humano”, reflete.

Além de Anahí e Léo, as bailarinas e os bailarinos Beatriz Kuguimiya, Cláudia Lobo, Christiano Castro, Ivan Sodré, Jorge Ferreira, Lucas Resende, Maíra Campos e Sônia Pedroso junto com Cristiano Reis, diretor da Cia de Dança Palácio das Artes, e Dan Maia, autor da trilha sonora, compõem o núcleo de dramaturgia da Companhia, responsável pela concepção de “De que falam as mãos…”.

Parceria longeva – Em 2002, iniciou-se uma relação madura e duradoura entre o compositor Dan Maia e a Cia. de Dança Palácio das Artes, a partir do espetáculo Sonho de Uma Noite de Verão, quando o artista compôs sua primeira trilha sonora para o grupo de dança. Por meio de um processo interativo, sempre próximo dos bailarinos e conectado com a pesquisa de criação deles, Dan Maia diz ter uma relação de amor e de admiração pelo trabalho do grupo. “Eu me identifiquei com a busca dos bailarinos”, revela.

Dan Maia | Crédito: José de Holanda

O músico tem uma obra extensa de criações de trilhas sonoras para espetáculos de teatro e dança. Mas, apesar da pouca experiência com composição musical para obras audiovisuais, era natural que a relação entre ele e a Cia. de Dança pesasse na decisão de quem seria o autor das trilhas sonoras dos vídeos realizados a partir do distanciamento social. Desta forma, de abril até setembro, incluindo a música do vídeo “De que falam as mãos…”, Dan Maia já compôs seis trilhas.

“Por exemplo, no Abraço, primeira criação audiovisual, a trilha já estava pronta. O Cristiano Reis, diretor, me ligou e pediu autorização para usá-la. Depois, para cada trilha, fui vivenciando um processo diferente. No vídeo atual, a Cláudia Lobo, bailarina, sugeriu que eu compusesse a trilha antes da montagem da obra. Fiz desse jeito e deu muito certo. Criei um fado e as editoras do vídeo multiplicaram e ressignificaram a música, fazendo com que ela contasse uma história”, observa Dan.

“Como a trilha foi recebida antes de iniciar a montagem do vídeo, dessa vez estabeleceu-se uma conexão forte do musical com o gestual. Na trilha existia uma dramaturgia que ajudou a conduzir o processo de escolha das cenas das mãos. Em alguns momentos teve comédia, em outros uma certa velocidade, reforçando os gestuais de acordo com o clima da música”, explica Anahí.

Para Léo Garcia, a trilha acompanha a reverberação dos processos de criação da Cia de Dança. “Eu não conhecia o Dan. Fui conhecê-lo só agora. Ele me pareceu ser muito sensível. E o interessante é que a maneira como ele usou o dedilhado do violão acaba sendo uma dança”, conclui.

#PALÁCIOEMSUACOMPANHIA – A diversidade cultural do Palácio das Artes encanta o público mineiro há décadas. No período de distanciamento social, o propósito é continuar a oferecer toda essa produção artística para o público, mas em casa. Com esse objetivo, foi lançado no dia 3 de abril o projeto PALÁCIO EM SUA COMPANHIA, que disponibiliza conteúdo cultural e produções inéditas da FCS em plataformas virtuais. São vídeos criados pelos integrantes dos Corpos Artísticos (Cia de Dança Palácio das Artes, Coral Lírico de Minas Gerais e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais), coletivos e individuais, veiculados nas redes sociais da FCS (Facebook, Instagram e Youtube) e na Rede Minas. São criações artísticas, pesquisas e bastidores. É oferecida também uma ampla programação com curadoria do Cine Humberto Mauro, composta por mostras de cinema e sessões comentadas. Nas artes visuais, foi criado um potente programa de difusão, reflexão e resgate de exposições realizadas no Palácio das Artes.  No Canal da FCS – Palácio das Artes no YouTube, são exibidos também registros de espetáculos e produções da FCS ao longo de sua história – óperas, concertos eruditos, populares e de espetáculos de dança. O EDUCATIVO FCS, acessado pelo site da FCS, reúne programação e conteúdos sobre as artes visuais, com reflexões e atividades práticas. A formação artística também está sendo oferecida virtualmente, pelo Centro de Formação Artística e Tecnológica – Cefart da FCS, com cursos, aulas abertas e debates. Ao ofertar essa intensa produção, a FCS permite a mais pessoas o acesso a um conteúdo cultural de qualidade, além de assegurar o direito à fruição artística de forma ampla e gratuita.

CIA DE DANÇA PALÁCIO DAS ARTES – Corpo artístico da Fundação Clóvis Salgado – é reconhecida como uma das mais importantes companhias do Brasil e é uma das referências na história da dança em Minas Gerais. Foi o primeiro grupo a ser institucionalizado, durante o governo de Israel Pinheiro, em 1971, com a incorporação dos integrantes do Ballet de Minas Gerais e da Escola de Dança, ambos dirigidos por Carlos Leite – que profissionalizou e projetou a Companhia nacionalmente. O Grupo desenvolve hoje um repertório próprio de dança contemporânea e se integra aos outros corpos artísticos da Fundação – Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e Coral Lírico de Minas Gerais – em produções operísticas e espetáculos cênico-musicais realizados pela Instituição ou em parceria com artistas brasileiros. A Companhia tem a pesquisa, a investigação, a diversidade de intérpretes, a cocriação dos bailarinos e a transdisciplinaridade como pilares de sua produção artística. Seus espetáculos estimulam o pensamento crítico e reflexivo em torno das questões contemporâneas, caracterizando-se pelo diálogo entre a tradição e a inovação.

DAN MAIA – Dan Maia é músico e ator. É sound designer e compositor de dezenas de espetáculos. Colaborou com diretores como Gabriel Villela (indicado ao prêmio Shell de melhor música para Fausto Zero e Vestido de Noiva), Marcelo Lazzaratto, Maria Thais, Tadashi Endo, Alexandre Reinecke, Lígia Cortez, Marcio Aurelio, Dan Stulbach,  Cia. de Dança Palácio das Artes (Prêmio Sesc/Sated – Melhor Trilha Sonora de Espetáculo de Dança de 2002 e Prêmio Sesc/Sated – Destaque Especial 12 anos em Trilha Sonora de Dança), Roberto Alencar, Mika Lins, Nelson Baskerville (indicado ao Prêmio Shell de melhor música com 1Gaivota – é Impossível Viver sem Teatro), entre outros. Entre seus últimos trabalhos estão Concerto para João, com direção de Cassio Scapin e texto de Sérgio Roveri, A-VÓS da Nave Gris Cia. Cênica de Dança; O Rio de Jez Butterworld com Maria Manoella, Nelson Baskerville e Virginia Cavendish; Romeu e Julieta 80, com Renato Borghi e Miriam Mehler e Ha Dô, de Tadashi Endo.

 

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