Cia. de Dança Palácio das Artes celebra 50 anos com vídeo inédito "EM MÃOS"

28/03/21

Canal da Fundação Clóvis Salgado no YouTube

Cia. de Dança Palácio das Artes lança vídeo “em mãos”, em celebração aos 50 anos do grupo. Imagem: divulgação

 

A Fundação Clóvis Salgado, por meio da Cia. de Dança Palácio das Artes, lança o vídeo inédito “em mãos”, em comemoração aos 50 anos do grupo, referência na história da dança em Minas Gerais, junto ao Palácio das Artes, que também festeja seu cinquentenário em 2021. O vídeo vai ao ar no dia 28 de março (domingo)às 10h, pelas páginas da Fundação Clóvis Salgado no Instagram e no Facebook. A partir de diálogos com o coreógrafo Tuca Pinheiro e com o diretor da CDPA, Cristiano Reis, “em mãos” teve a direção dos bailarinos Anahí Poty, Léo Garcia e Maíra Campos. A trilha sonora original é assinada pelo compositor Dan Maia.

O vídeo “em mãos” celebra toda a expertise da Cia. de Dança Palácio das Artes, primeiro grupo da Fundação Clóvis Salgado a ser institucionalizado, em 1971. Nesta obra, a CDPA dá continuidade aos seus trabalhos e processos criativos, destacando a passagem do tempo e a temática da memória através do corpo. Os movimentos com as mãos, em evidência no vídeo, buscam refletir acerca das narrativas que acompanham o Corpo Artístico ao longo dessas cinco décadas anos, e toda a potência evocada por essas histórias no momento presente.

O vídeo “em mãos” integra o projeto Palácio em Sua Companhia realizado pelo GOVERNO DE MINAS GERAIS / SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA E TURISMO DE MINAS GERAIS e pela FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO e tem a APPA ARTE E CULTURA como correalizadora. Contam ainda com o patrocínio Master da CEMIG e INSTITUTO UNIMED-BH (viabilizado pelo incentivo de mais de 5,2 mil médicos cooperados e colaboradores), USIMINAS e INSTITUTO USIMINAS como patrocinadores.

 

Dança por meio da memória é o foco do vídeo “em mãos”. Imagem: divulgação

História contada através do corpo – O vídeo “em mãos” é resultado das orientações de pesquisa e estudo ministradas aos bailarinos da CDPA por Tuca Pinheiro, professor e coreógrafo escolhido pelo núcleo de direção da Cia. de Dança para conduzir a preparação corporal dos bailarinos, no projeto, de forma remota. Pinheiro ressalta que houve participação de todo o elenco na criação do vídeo. “Cabe a cada um dos bailarinos processar e reconfigurar os aprendizados e informações através das suas próprias escolhas”, enfatiza o coreógrafo.

Segundo Anahí Poty, uma das diretoras do vídeo, o trabalho com Pinheiro se dá por meio da mediação de informações. “Ficamos em observação e estudamos tudo que acontecia nesses momentos de troca, em que Tuca media o aprendizado para os corpos dos bailarinos”, destaca Poty. Já Léo Garcia, bailarino da CDPA e diretor de “em mãos”, destaca que o projeto começou a ganhar forma a partir das afetações causadas nas aulas de Pinheiro – experiências que foram trabalhadas de forma mais detalhada ao longo do processo. “A partir das ideias de Tuca, aprofundamos nossas reflexões. Durante as aulas, éramos confrontados com diferentes materiais e abordagens. E isso nos atravessava. Depois das aulas, gravamos as cenas individuais, nas quais cada um entregou o que assimilou e absorveu desse trabalho”, conta o bailarino.

De acordo com Maíra Campos, bailarina que também assina a direção do vídeo, a celebração por meio da memória é o foco da produção audiovisual. “Nessa produção, o grande foco é a celebração através da memória corporal, contada pelos nossos corpos: do que permanece no corpo em forma de rugas, por vezes de cicatrizes, e que formam registros de nossa passagem pelo tempo”, destaca Campos. “Para a criação, pensamos nos bailarinos que integram a Cia. De Dança Palácio das Artes há mais de vinte anos, assim como nos bailarinos que estão nela há um ano. Refletirmos como a memória de muitos anos no corpo de alguns e poucos anos no corpo de outros estabelecem um diálogo”, explica a bailarina.

 

Uma narrativa do presente – Na produção, as mãos e seus movimentos possuem grande destaque – elas estabelecem uma relação direta com a passagem do tempo, criando um diálogo que se relaciona com a memória. Maíra Campos explica que a escolha de tais elementos é derivada de uma das sugestões feitas por Pinheiro durante os encontros virtuais: a proposta consistia na observação de uma folha de papel em branco, que foi amassada e desamassada para que os alunos observassem as marcas que ela adquire após o processo. Diante da observação, os bailarinos relacionaram as marcas no papel com as linhas presentes nas palmas das mãos. Segundo Maíra Campos, “explorar a memória parte da temática central desse ano, que é a celebração dos 50 anos da Cia. De Dança e do Palácio das Artes. As imagens das mãos surgem como uma ideia das marcas da vida, uma memória do corpo e dos movimentos que as mãos executam diariamente”.

O título do vídeo – “em mãos” – estabelece uma relação desse membro do corpo com o próprio tempo presente, momento que celebra a trajetória da CDPA, como explica Léo Garcia: “Se pensarmos sobre o título, o ‘em’ sugere relação com o tempo, com a ideia de que tudo está em movimento. A relação com as mãos já carrega a ideia do palpável, do presente. Pensamos em mapear as linhas das mãos como mapa da nossa própria história, que carrega muitas experiências e afetos”, destaca.

Para Tuca Pinheiro e Maíra Campos, o presente da Cia. de Dança Palácio das Artes dita o próprio futuro da companhia. Em função do momento pandêmico, Pinheiro considera que falar sobre amanhã é falar sobre hoje: “Se é dada a possibilidade para que a Cia. continue trabalhando através de novas plataformas e mídias, devemos ocupar esses lugares de forma artística, coerente e cidadã”, defende o coreógrafo. Para Campos, que possui visão semelhante, a Cia. tem se reinventado na relação com o presente: “Penso que o futuro dela será como o agora, em uma realidade de constante mudança, constante progresso. Uma Cia. que caminha de acordo com o mundo, sempre se relacionando e se adequando a ele”, conclui a bailarina.

 

Uma trilha construída em camadas – A trilha sonora, composta por Dan Maia, acompanha o ritmo e as etapas do processo de desenvolvimento do vídeo. A diretora Maíra Campos conta que o músico geralmente desenvolve as composições das trilhas a partir de observações do processo de criação dos bailarinos e em constante consonância com os diretores. Assim, a trilha de “em mãos” foi criada em camadas, como uma forma de se aproximar, sonoramente, da própria memória. A característica de “camadas” é perceptível pela sobreposição de sons de instrumentos distintos.

 

Tuca Pinheiro – Pesquisador de dança contemporânea, com foco voltado para dramaturgia, atualmente desenvolve o projeto de metodologia intitulado “A Urgência da Ineficiência e a Errância dos corpos”. Tuca é também um profissional constantemente convidado a coordenar oficinas de criação e ministrar aulas de técnicas contemporâneas de dança no Brasil e no exterior. Assina a direção coreográfica e colaboração dramatúrgica em várias companhias, como nos espetáculos “Sem Lugar” (2002, 1° Ato Grupo de Dança), “Coreografia de Cordel” (2004, Cia. de Dança do Palácio das Artes), “Agô Arêrê (2016, Balé do Teatro Castro Alves de Salvador) e “Primeirapessoadoplural” (2015, Cia. de Dança do Palácio das Artes, em parceria com Jorge Garcia). Foi o bailarino convidado a integrar o elenco do primeiro longa-metragem de dança “Cinzas de Deus” (direção de André Semenza e Fernanda Lippi). Atuou como bailarino em várias companhias: Cia. de Dança do Palácio das Artes, Balé Guaíra, 1° Ato Grupo de Dança, Benvinda Cia de Dança, Meia Ponta Cia de Dança, Zykzyra Physical Theatre, entre outras. Premiado com o Troféu APCA, como colaborador de dramaturgia, no espetáculo “Confete da Índia”, de André Masseno. Atualmente, ocupa a cadeira de representante da dança no Conselho Municipal de Políticas Públicas de BH.

 

CIA DE DANÇA PALÁCIO DAS ARTES – Corpo artístico da Fundação Clóvis Salgado – é reconhecida como uma das mais importantes companhias do Brasil e é uma das referências na história da dança em Minas Gerais. Foi o primeiro grupo a ser institucionalizado, durante o governo de Israel Pinheiro, em 1971, com a incorporação dos integrantes do Ballet de Minas Gerais e da Escola de Dança, ambos dirigidos por Carlos Leite – que profissionalizou e projetou a Companhia nacionalmente. O Grupo desenvolve hoje um repertório próprio de dança contemporânea e se integra aos outros corpos artísticos da Fundação – Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e Coral Lírico de Minas Gerais – em produções operísticas e espetáculos cênico-musicais realizados pela Instituição ou em parceria com artistas brasileiros. A Companhia tem a pesquisa, a investigação, a diversidade de intérpretes, a cocriação dos bailarinos e a transdisciplinaridade como pilares de sua produção artística. Seus espetáculos estimulam o pensamento crítico e reflexivo em torno das questões contemporâneas, caracterizando-se pelo diálogo entre a tradição e a inovação.

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