Coral Lírico de Minas Gerais homenageia Aldir Blanc

28/05/20

Exibição nas Mídias Sociais da Fundação Clóvis Salgado | facebook.com/fundacaoclovissalgado e no Instagram (@fcs.palaciodasartes)

 

Aldir no filme “Dois Pra Lá, Dois Pra Cá”, de Alexandre Ribeiro de Carvalho, André Sampaio e José Roberto de Morais

4 de maio é um dia marcado por perdas imensuráveis para a música brasileira. Em 1937, foi a data em que morreu Noel Rosa, um dos principais sambistas brasileiros, conhecido como Poeta da Vila e autor de uma obra sarcástica e de vanguarda. Coincidentemente, o último dia 4 de maio foi a data em que o Brasil se despediu de outro poeta musical imenso, o carioca Aldir Blanc, que faleceu vítima da Covid-19.

Notabilizado por transformar em letra de canção histórias de amor nada óbvias, o cotidiano do Rio de Janeiro e a política do Brasil, Aldir marcou história na MPB com seu amigo e parceiro João Bosco. Juntos, compuseram clássicos, como O Bêbado e a Equilibrista, Incompatibilidade de Gênios, O Ronco da Cuíca e Dois Pra Lá, Dois Pra Cá. “Aldir foi mais do que um amigo para mim. Ele se confunde com a minha própria vida. Não existe João sem Aldir”, escreveu João Bosco em sua conta no Instagram, no dia do recente adeus ao parceiro.

Aldir e João em uma cena de “Dois Pra Lá, Dois Pra Cá”

Com cerca de 500 composições criadas ao longo de sua carreira, Aldir Blanc assinou também parcerias com Guinga, Maurício Tapajós, Chico Pinheiro, Moacyr Luz e Cristóvão Bastos, entre outros nomes. E muitas de suas canções ficaram imortalizadas na voz de Elis Regina.

Pensando na trajetória e na relevância da obra de Aldir para a cultura brasileira, o Coral Lírico de Minas Gerais decidiu homenagear o poeta musical por meio do projeto Palácio em sua Companhia, realizado pela Fundação Clóvis Salgado. No dia 31 de maio (domingo), foi lançado nas mídias sociais da FCS (Instagram e Facebook) um vídeo inédito do CLMG interpretando a canção Querelas do Brasil, parceria de Aldir com Maurício Tapajós. Este evento possui correalização da Appa – Arte e Cultura.

Iaiá Drumond/ Divulgação

No conteúdo audiovisual, 36 cantores, acompanhados de três instrumentistas, utilizam alguns recursos da diversidade musical de um coral profissional para simbolizar a diversidade cultural do Brasil. “Precisamos parar de colocar muros entre as variadas formas de se fazer música. Tão importante quanto cantar obras eruditas, muitas vezes criadas especificamente para coro, é estabelecer diálogos com a cultura na qual estamos inseridos, com a canção popular e o afeto das pessoas. Sociedade saudável é aquela que acolhe e valoriza a diversidade cultural”, observa Iaiá Drumond, integrante do Coral Lírico de Minas Gerais e uma das solistas da canção.

Fred Natalino assina o arranjo de Querelas do Brasil e, na gravação, é o pianista. Dois instrumentistas da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais completam a banda que acompanha o CLMG: o baixista Evaristo Bergamini e o percussionista Rafael Matos. Rafael Capossi, cantor do Coral Lírico de Minas Gerais, divide o solo com Iaiá Drumond. Todos os artistas participantes fizeram as gravações em suas casas, resguardados da pandemia do coronavírus.

 

#PALÁCIOEMSUACOMPANHIA

 

A diversidade cultural do Palácio das Artes encanta o público mineiro há décadas. Agora, no período de isolamento social, o propósito é levar cultura a cada um, no aconchego de casa! Desde o dia 3 de abril, a Fundação Clóvis Salgado realiza o projeto PALÁCIO EM SUA COMPANHIA, que leva ao público diariamente a arte dos Corpos Artísticos (Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, Coral Lírico de Minas Gerais e Cia. de Dança Palácio das Artes), dos alunos e professores do Cefart e demais atividades culturais, por meio do Facebook, Instagram, YouTube e Vimeo.

 

IAIÁ DRUMOND

 

É cantora e compositora. Integrante do Coral Lírico de Minas Gerais, participou do show Sinfônica Pop – Convida Milton Nascimento (2014), do Concerto de inauguração da Sala Minas Gerais (2015), do 6° Música em Trancoso na Bahia (2017) e de diversos concertos e óperas importantes da música de concerto. Formada em Música, com habilitação em Canto, pela UEMG, lançou, em 2017, seu projeto autoral intitulado Sons de sim.

 

RAFAEL CAPOSSI

Rafael Capossi/ Divulgação

 

Bacharel em Canto pela UFRJ, desde 2014 é cantor do Coral Lírico de Minas Gerais. Também integrou o Coral dos Canarinhos de Petrópolis, onde se apresentou em congressos nacionais e internacionais e em missa celebrada pelo Papa João Paulo II, no Vaticano. Já com o Coral Contraponto participou do concurso Harmonie Festival 2005, onde atuou como solista, trazendo para o Brasil a medalha de ouro. Também foi solista nas óperas Don Giovanni, de Mozart, e O Pagador de Promessas, de Eduardo Escalante. Recentemente, foi solista da composição Chichester Psalms, de Leonard Bernstein, executada pela Orquestra Filarmônica de Minas Gerais.

 

CORAL LÍRICO DE MINAS GERAIS

 

Imagem do vídeo Querelas do Brasil, do CLMG

O CLMG é um dos raros grupos corais que possui programação artística permanente e interpreta repertório diversificado, incluindo motetos, óperas, oratórios e concertos sinfônico-corais. Participa da política de difusão do canto lírico promovida pelo Governo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado, a partir da realização dos projetos Concertos no Parque, Lírico Sacro, Sarau ao Meio-dia, Lírico em Concerto, além de integrar as temporadas de óperas realizadas pela FCS. O objetivo desse trabalho é fazer com que o público possa conhecer e fruir a música coral de qualidade. Também os concertos que o Grupo realiza em cidades do interior de Minas e capitais brasileiras contribuem para a democratização do acesso do público ao canto coral. As apresentações têm entrada gratuita ou preços populares. Atualmente estão à frente do grupo a maestrina associada Lara Tanaka e o maestro assistente Augusto Pimenta. Já estiveram à frente do Coral Lírico de Minas Gerais os maestros Luiz Aguiar, Marcos Thadeu, Carlos Alberto Pinto Fonseca, Ângela Pinto Coelho, Eliane Fajioli, Silvio Viegas, Charles Roussin, Afrânio Lacerda, Márcio Miranda Pontes e Lincoln Andrade. Criado em 1979, o Coral Lírico de Minas Gerais, um dos corpos artísticos da Fundação Clóvis Salgado, tornou-se Patrimônio do Estado em 2018.

Informações

Local

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