Palácio das Artes integra o Circuito Liberdade - Exposição de Presépios

02/12/20 - 06/01/21

Palácio das Artes

Presépio O Salvador do Mundo, pelo artista plástico Valdeir Moreira. Foto: Paulo Lacerda

Como forma de valorizar a tradição cultural-religiosa, resgatar o sentido poético e singular do presépio e estimular a criação contemporânea sobre o tema, o Palácio das Artes recebe o Presépio O Salvador do Mundo, do artista plástico Valdeir Moreira. A obra integra o acervo da Fundação de Arte de Ouro Preto (FAOP) e foi premiada em 2011 pelo Concurso Nacional de Presépios. A instalação consiste em uma escultura em arame farpado, arame recozido e alumínio e permanecerá exposta no Café do Palácio das Artes de 2 de dezembro de 2020 a 6 de janeiro de 2021. A visitação é gratuita.

Outros 19 presépios serão expostos em diversas sedes do Circuito da Liberdade, integrantes da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, como IEPHA-MG, Centro de Arte Popular, Museu Mineiro, Escola de Design, CCBB, MMM Gerdau, Minas Tênis Clube e Casa Fiat.  Este evento possui correalizão da Appa – Arte e Cultura.

Realizados a partir de diversas técnicas e suportes materiais, os presépios são de autoria de artistas populares, autodidatas, artesãos e presepeiros apaixonados pela tradição em montar presépios. Vale destacar os presépios esculpidos em madeira de autoria de José Ciriaco de Jesus, artista popular nascido em Ouro Preto, e de escultor Arthur Pereira, que nasceu em Cachoeira do Brumado/Mariana, conhecido nacionalmente por suas obras esculpidas em madeira. Da mesma região, ressaltamos os presépios esculpidos em pedra-sabão de Moacir Gerônimo Rodrigues. Em cores vivas, os presépios do artista Willi de Carvalho, nascido em Montes Claros, encantam com seus pequenos detalhes narrativos em que representa os presépios no contexto das Folias de Reis, reconhecida como Patrimônio Cultural de Minas Gerais.

Concurso Nacional de Presépios da FAOP – Um dos elementos essenciais da celebração do Natal no contexto cristão é a representação do nascimento de Jesus, sua natividade. A tradição e arte dos presépios encontram no Brasil uma de suas vertentes mais criativas, repleta de elementos sincréticos, traz as marcas da regionalidade. É neste desejo de manter a tradição cultural e religiosa que a Fundação de Arte de Ouro Preto (FAOP) criou há mais de 48 anos o “Concurso Nacional de Presépios” e tem por finalidade estimular as experiências de criações contemporâneas além de resgatar o sentido poético do presépio mineiro.

Os presépios são referências marcantes nesse contexto da celebração natalina, tanto na região ibérica como nas Américas. A tradição aponta que a primeira representação da cena do nascimento de Jesus Cristo teria ocorrido por iniciativa de São Francisco de Assis, na floresta de Greccio (Itália), em 1223. São Francisco teria encontrado na encenação um meio de realizar um trabalho catequético com a população local. Desde então, a prática de relembrar o nascimento de Jesus se espalhou pelo mundo. Percebendo a necessidade de uma nova estratégia de evangelização e buscando impulsionar a catequese, a Igreja Católica após o Concílio de Trento (1545 – 1563), introduziu os presépios nos seus regulamentos e, posteriormente, os utilizou para a conversão dos indígenas do Novo Mundo. Os presépios estão presentes e são reconhecidos em diversas culturas e diferentes nomes: “belen,” “crechè”, crib, “jeslicky,” manger, “nacimiento,” “pesebre,” Krippe” e  “szopka”.

No Brasil, a tradição presepista alcançou contornos próprios, mas influenciados pelos hábitos e costumes europeus da representação da natividade, acompanhando as festas do ciclo natalino e, em especial, as folias criadas em honra e devoção aos santos Reis Magos. Contando com figuras de animais, pastores, casinhas, pequenas conchas e plantas, a cena de um presépio varia de acordo com os costumes do lugar. Em Minas Gerais, o presépio está presente desde o século XVIII, com muitos desses montados nos chamados oratórios-lapinha e maquinetas (caixas envidraçadas). Os oratórios-lapinhas, típicos do estado e procedentes da região de Santa Luzia e Sabará, geralmente acolhiam cenas ligadas à natividade de Jesus.

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Local

Palácio das Artes