Integrantes da Orquestra Sinfônica convidam Rufo Herreira para celebrar o centenário de Piazzolla

07/03/21

Exibição nas Mídias Sociais da Fundação Clóvis Salgado | facebook.com/fundacaoclovissalgado e no Instagram (@fcs.palaciodasartes)

Imagem do trio que gravou o vídeo.

Se estivesse vivo, Astor Piazzolla, o principal artista do tango argentino a partir da segunda metade do século XX, faria 100 anos de idade, no próximo dia 11 de março. E para celebrar essa data emblemática dois integrantes da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, Fernando Santos (contrabaixo) e Antônio Viola (cello), convidaram o argentino Rufo Herrera (bandoneón) para interpretarem o clássico Adiós Nonino, peça musical de tango composta por Ástor Piazzolla, em outubro de 1959, na cidade de Nova Iorque, dias depois da morte do pai do artista, Vicente Piazzolla, a quem Astor costumava chamar de Nonino (avozinho em italiano).

O vídeo Adiós Nonino – considerado pelo próprio autor como o tango “número um”– será lançado no perfil da Fundação Clóvis Salgado no Instagram e no Facebook, dia 7 de março (domingo), às 10h.

Encontro decisivo – Uma das últimas vezes que o argentino Astor Piazzolla se apresentou em Belo Horizonte foi em 1988. Na oportunidade, quatro anos antes do artista falecer, Piazzolla teve um encontro com o músico e educador Rufo Herrera, seu compatriota radicado no Brasil desde 1963.

Rufo é reconhecido como um dos maiores nomes do bandoneón (instrumento musical de Astor Piazzolla, considerado a alma do tango argentino) em solo brasileiro. Mas, durante um período significativo de sua vida já no Brasil, o artista resolveu se dedicar à composição de música contemporânea e acabou abandonando o instrumento por 18 anos. A decisão de Rufo voltar a tocar e a estudar bandoneón, instrumento que havia aprendido com 10 anos de idade, foi após uma conversa que ele teve com Piazzolla durante esse encontro em Belo Horizonte. Naquele momento, Rufo percebeu que era necessário dar sequência ao legado de um artista fundamental para a história cultural de seu país e da música contemporânea.

“Quando eu saí da Argentina, o tango e o bandoneón estavam desaparecendo. A Ditadura Militar Argentina queria matar a cultura de raiz e tudo que era popular, como o tango e o folclore. Veio a cultura pop globalizada e os jovens só queriam saber de instrumentos elétricos, como a guitarra e o contrabaixo. Então, nessa conversa que tive com o Piazzolla, em Belo Horizonte, ele me disse que tinha notícias sobre o meu trabalho como compositor desde 1972. Certa vez, ele foi à Bahia, estado onde eu morei, e ficou sabendo que eu estava vivendo aqui no Brasil. Mas durante a nossa conversa, Piazzolla me perguntou: ‘E o bandoneón?’ Fiquei com isso na minha cabeça e desta forma resolvi voltar a tocar o instrumento”, relembra Rufo.

Como consequência do reencontro com o bandoneón, Rufo criou, em 1992, o Quinteto Tempos, ao lado dos músicos Eduardo Campos (vibrafone), Antônio Viola (cello), Fernando Santos (contrabaixo) e Cleyton Vetromilla (violão). Também participaram do grupo os violonistas Alvimar Liberato e Gleidson Araújo.

Experiência inédita – Fernando Santos, músico da OSMG, tinha o desejo de voltar a trabalhar com seu amigo e músico argentino e o convidou para criarem uma gravação musical para o projeto “Palácio em Sua Companhia”, realizado pela Fundação Clóvis Salgado, desde o início da pandemia. E foi a partir desse convite que Rufo Herrera propôs a ideia de produzirem uma homenagem ao seu compatriota Astor Piazzolla, uma vez que o atual mês de março marcaria o centenário do artista que revolucionou a história do tango.

Após algumas conversas, Fernando e Rufo definiram que a interpretação seria no formato de trio, diferentemente do trabalho do Quinteto Tempos. Desta forma, convidaram Antônio Violla, músico da OSMG, e a formação do grupo fechou em bandoneón, contrabaixo e cello.

“Desde o ano passado, eu gravo um vídeo por mês. Essa foi uma meta que eu coloquei para mim. Mas para o Rufo esse formato era novidade, pois ele nunca tinha feito. Expliquei como funcionaria e ele me disse: ‘vamos tentar’. Começamos a gravar no final de janeiro e o vídeo já está montado. Deu tudo certo”, explica Fernando.

Rufo aprovou a nova experiência: “Essa gravação é uma linguagem diferente do que estou acostumado. Mas é o que temos no momento. E essa experiência me fez perceber que o formato on-line pode ser um trabalho de valor, de bom nível”.

O vídeo “Adiós Nonino” integra o projeto PALÁCIO EM SUA COMPANHIA, realizado pelo GOVERNO DE MINAS GERAIS / SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA E TURISMO DE MINAS GERAIS e FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO e que tem a APPA ARTE E CULTURA como correalizadora. Conta ainda com o patrocínio Master da CEMIG e INSTITUTO UNIMED-BH (viabilizado pelo incentivo de mais de 5,1 mil médicos cooperados e colaboradores), USIMINAS e INSTITUTO USIMINAS como patrocinadores.

ORQUESTRA SINFÔNICA DE MINAS GERAIS – Criada em 1976, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, corpo artístico gerido pela Fundação Clóvis Salgado, é considerada uma das mais ativas Orquestras do país. Em 2013, foi declarada Patrimônio Histórico e Cultural do Estado de Minas Gerais. Em permanente aprimoramento da sua performance, a OSMG cumpre o papel de difusora da música erudita, diversificando sua atuação em óperas, balés, concertos e apresentações ao ar livre, na capital e no interior de Minas Gerais. Como iniciativas de destaque, podem ser citadas as séries Concertos no Parque, Sinfônica ao Meio-dia e Sinfônica em Concerto, além da Sinfônica Pop que apresenta grandes sucessos da música popular brasileira com arranjos orquestrais. Em 2016, Silvio Viegas assumiu o cargo de regente titular da OSMG. Antes dele, foram responsáveis pela regência: Wolfgang Groth, Sérgio Magnani, Carlos Alberto Pinto Fonseca, Aylton Escobar, Emílio de César, David Machado, Afrânio Lacerda, Holger Kolodziej, Charles Roussin, Roberto Tibiriçá e Marcelo Ramos.

RUFO HERRERA – É argentino, nascido em Córdoba e radicado no Brasil desde 1963. Toca bandoneón desde os 10 anos de idade. Sua história musical de intérprete, compositor e arranjador, de mais de 100 obras, envereda por músicas de teatro, óperas, tangos e choros. É o idealizador, coordenador geral e solista da Orquestra Experimental da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).

“… Herrera é um mestre que pode ser comparado a Piazzola”.

(Juarez Fonseca – Jornal Aldeia, Porto Alegre)

FERNANDO SANTOS – É mestre em contrabaixo acústico pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Iniciou seus estudos na Escola de Música da Fundação Clóvis Salgado. É músico da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. Foi também integrante da Gerais Big-Band (UFMG). No projeto “Antes Arte do que Tarde,” coordenado por Cláudia Cimbleris, acompanhou os músicos Sá & Guarabira, Décio Marques, Lô Borges.

ANTÔNIO VIOLA – É formado em violoncelo pela UFMG. Foi aluno dos professores Musa Pompeu e Watson Cris. Músico da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, membro desde sua fundação em 1976, ocupou o cargo de 1º violoncelista desde 1986 até sua aposentadoria. É membro da Orquestra de Câmara da Cooperativa dos Músicos Profissionais de Minas Gerais (MUSICOOP), desde a fundação

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Horário

10h