Lançamento do livro: Elas, as mãos, o infinito

Café do Palácio | Palácio das Artes | Av. Afonso Pena, 1537. Centro. Belo Horizonte

A data não poderia ser outra: 8 de março, Dia da Mulher. O horário: 17h30. O Café do Palácio das Artes será o palco do encontro de mulheres poetas em torno do lançamento da antologia “Elas, as mãos, o infinito”, que sai pela Páginas Editora, depois da edição de “Elas, as mãos, a cura” (2019). O evento tem apoio da Fundação Clóvis Salgado e a obra reúne 43 poetas contemporâneas, além de seis de séculos passados.

O projeto de valorização da escrita poética feminina reúne nomes consagrados, como o de Maria Valéria Rezende (vencedora do Prêmio Jabuti e de outros) e Bruna Kalil, ao lado de poetas da cena atual e outras que publicam pela primeira vez.  O evento não se resume ao lançamento do livro, mas a um encontro que se pretende poético. A arte-terapeuta Neide Ferraz prepara uma atividade surpresa para o público. Ela prefere omitir detalhes, mas adianta que “extrairemos a riqueza da presença dessas poetas para construirmos um poema”.

Além das contemporâneas, a maioria de Minas Gerais, “Elas, as mãos, o infinito” traz artistas da escrita que expressaram a voz feminina em séculos passados. Um destaque é o poema “Homens néscios”, da Soror Juana Inés de La Cruz, mexicana, que viveu no século 17, e nessa escrita coloca a mulher no seu merecido lugar, contraponto à sociedade extremamente machista da época.

O livro contempla ainda textos da argentina Alfonsina Storni, a cubana Mercedes Matamoros, da uruguaia Delmira Agustini, da portuguesa Florbela Espanca e das brasileiras Vera Lúcia de Oliveira (paulistana) e Luiza Amélia de Queiroz Nunes (piauiense). A seleção foi feita pela escritora e jornalista Cláudia Rezende, uma das organizadoras da antologia, ao lado de Leida Reis, proprietária da Páginas Editora.

A obra traz o selo do Mulherio das Letras, grupo de escritoras que reúne mais de 7 mil membros, com encontros e ações no Brasil e um braço na Europa.

A escolha do tema teve a intenção de destacar o fazer feminino, em todo e qualquer universo. Tudo surge das mãos, ainda que essas mãos estejam no coração ou na alma, na força mental, emocional, espiritual ou até “magística” dessas mulheres. O sucesso da primeira edição da antologia motivou a editora a oferecer o espaço de publicação e circulação da escrita poética de mulher, dando voz às mensagens que chegam da vivência e da beleza femininas.

O tema da próxima edição, a ser lançada em setembro deste ano, será revelado durante o evento no Palácio das Artes.

Elas, as mãos, a cura

No ano passado, a Páginas Editora lançou “Elas, a alma, a cura”, primeira antologia poética com 37 participantes, com destaque para a participação de Ana Martins Marques, Ana Elisa Ribeiro e Érica Toledo, ao lado de poetas também publicadas e outras estreantes. O livro foi um sucesso de vendas e está em primeira reimpressão.

A primeira edição trouxe também textos das primeiras poetisas brasileiras de que se tem notícia: Narcisa Amália, Josefina Álvares de Azevedo, Júlia Cortines, Beatriz Brandão, Auta de Sousa, Francisca Júlia da Silva e Emília de Freitas.

Tanto a capa de Elas, a alma, a cura, quanto a de Elas, as mãos, o infinito foram elaboradas com ilustração/colagem de Patrícia Duarte. Todas as profissionais envolvidas na produção e na divulgação do livro são mulheres, incluindo as organizadoras Leida Reis e Cláudia Rezende, a designer Christiane Morais e as divulgadoras Ana Faria e Patrícia Guimarães, além da consultora Letícia Cota.