Mostra Expressionismo Alemão | Parte II

28/08/20 - 02/10/20

Canal da Fundação Clóvis Salgado no YouTube

As Mãos de Orlac (1924), de Robert Wiene

 

A Fundação Clóvis Salgado, por meio do Cine Humberto Mauro (CHM), realizou a segunda parte da mostra on-line Expressionismo Alemão até o dia 02 de outubro de 2020 (sexta-feira). Nesta segunda parte da mostra, que teve início no dia 28 de agosto de 2020 (sexta-feira), foram incluídos na programação mais dez filmes dos diretores alemães Robert Siodmak, Edgar G. Ulmer, Ernst Lubitsch e Carl Boese, além de novos longas dos diretores contemplados na Parte I: Robert Wiene, Friedrich Wilhelm Murnau, Paul Leni, Fritz Lang e Georg Whilhelm. O programa integra o projeto Palácio em Sua Companhia, e tem o objetivo de continuar garantindo ao público o repertório do Cine Humberto Mauro durante o período de isolamento social, de forma acessível e segura. Esta mostra tem correalização da Appa – Arte e Cultura.

 

Alguns filmes da mostra fazem parte da série História Permanente do Cinema Especial, transmitida pelo Canal da FCS no YouTube, e permanecerão disponíveis até o dia 31 de outubro de 2020. Os filmes escolhidos para os comentários são Metropolis (1927), com comentários Thaiz Araújo; A Morte Cansada (1921), com comentários de João Campos; Boneca do Amor (1919), com comentários de Yasmine Evaristo; Diário de uma Garota Perdida (1929), com comentários de Maria Eduarda Gambogi; O Golem – Como Veio ao Mundo (1920), com comentários de Diego Souza; Ópera dos Três Vintens (1931), com comentários de Luiz Paixão e A Última Gargalhada (1924), com comentários de Breno Henrique.  Para acessar a programação completa, clique aqui.

 

A mostra Expressionismo Alemão possui curadoria conjunta de Bruno Hilário, Vitor Miranda, Mariah Soares, Matheus Pereira e Júlio Cruz. A primeira parte da mostra, que continuará em cartaz, exibe filmes mudos que consagraram o estilo, como O Gabinete do Dr. Caligari (1920), Nosferatu (1922) e Metrópolis (1927). Na segunda parte da mostra, os longas aprofundam a discussão em relação ao movimento a partir de obras menos difundidas. O conjunto de filmes estará disponível até o dia 2 de outubro de 2020.

 

A Mulher na Lua (1929), de Fritz Lang

Sociopolítica e identidade – O movimento expressionista alemão emergiu entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, no período de 1919 até 1933 (República de Weimar). Após o conflito da Primeira Guerra, e pelas restrições impostas pelo Tratado de Versalhes, a sociedade alemã convivia com um forte sentimento de desesperança e intensa crise econômica. Despontado pela poesia e pela pintura no início do século XX, o expressionismo também teve forte representação no teatro, na arquitetura e no cinema mudo.

 

Nesse contexto, cineastas construíam narrativas que buscavam apreender a angústia e o pessimismo da época. Segundo Mariah Soares, “os filmes expressionistas são compostos por cenários distorcidos, enigmáticos, e pelo uso de luzes e sombras muito contrastadas na fotografia, gerando um aspecto fantasioso. Todos os elementos estéticos contribuíam para narrativas mais sombrias, que representavam a visão de mundo não só dos cineastas, mas de uma população que havia passado por um período traumático de desgaste social e econômico”.

 

Ainda segundo Soares, “os filmes expressionistas se opunham, em sua grande maioria, ao mundo burguês e ao trabalho mecânico, sendo uma forma de expressão que tratava fortemente de questões sociais, emocionais e psicológicas”. De grande influência na história do cinema, as produções alemãs do início do século XX estabeleceram bases para dois grandes gêneros do cinema moderno: o filme de terror e o filme noir.

 

 

História Permanente do Cinema Especial | Cinema e Psicanálise – O filme M, o Vampiro de Dusseldorf (1931), programado para o dia 28 de agosto, foi comentado por um integrante da Escola Mineira de Psicanálise. A sessão foi ao vivo e está disponível no Canal da FCS no Youtube, com comentários após a exibição da obra.

 

Programação da Mostra

 

A Boneca do Amor, de Ernst Lubitsch (Die Puppe, ALE, 1919) | 12 anos | 66′

Aristocrata monta uma farsa amorosa por interesse financeiro, mas se apaixona pela boneca que mandou fabricar para que fingisse ser a sua futura esposa.

 

O Golem – Como Veio ao Mundo, de Carl Boese, Paul Wegener (Der Golem, wie er in die Welt kam, ALE, 1920) | 12 anos | 68’

O Golem, mito de uma lenda judaica, é um ser de barro que ganha vida quando um mago usa a mágica de um antigo livro da Cabala. O monstro de barro, interpretado pelo próprio diretor Paul Wegener, foi criado para proteger os judeus dos ataques anti-semitas.

 

O Castelo Vogelöd, de F.W. Murnau (Schloß Vogeloed, ALE, 1921) | 10 anos | 81′

Diversos aristocratas estão totalmente incomodados com a visita indesejada que está prestes a chegar no Castelo Vogelöd: a baronesa Safferstäff está chegando ao lado do Conde Oeastsh, que todos acreditam ter assassinado o ex-marido dela. Agora ele terá que fazer de tudo para provar sua inocência e, principalmente, achar o verdadeiro culpado.

 

Dr. Mabuse, O Jogador – Parte 1; de Fritz Lang (ALE, 1922) | 14 anos | 154’ | Dr. Mabuse, O Inferno do Crime – Parte 2; de Fritz Lang (ALE, 1922) | 14 anos | 143’ (Filme dividido em duas partes)

A história de uma organização criminal liderada por Mabuse (Rudolf Klein-Rogge), um misterioso psicanalista, cuja diversão é brincar com homens ricos através de técnicas de hipnose. Ele joga cartas com eles, hipnotiza-os e faz com que apostem todo o dinheiro que tem. Para um último crime, eles selecionam o milionário Edgar Hull (Paul Richter). No entanto, o comissário Wenk (Bernhard Goetzke) começa uma investigação para descobrir quem é o Dr. Mabuse

 

As Mãos de Orlac, de Robert Wiene (Orlacs Hände, ALE-AUST, 1924) | 10 anos | 92′

Orlac é um pianista virtuoso que sofre um acidente de trem e tem suas mãos decepadas. Em um procedimento experimental, lhe são implantadas as mãos de um assassino que acabara de ser executado. Quando descobre a quem pertenciam suas novas mãos, acredita que agora também tem predisposição para matar.

 

A Mulher na Lua, de Fritz Lang (Frau im Mond, ALE, 1929) | 10 anos | 170’

O Professor Georg Manfeldt, junto ao engenheiro Wolf Helius e seu amigo Hans Windegger, planejam uma viagem experimental à Lua, com o propósito de provar a existência de ouro em sua superfície. Antagonizando essa trama há o personagem Turner, que representa as cinco pessoas mais ricas do mundo que buscam controlar as reservas de ouro, supostamente, existentes em solo lunar. Paralelamente, constrói-se uma história de amor entre Helius e Freide, a noiva de seu amigo Windegger.

 

Diário de uma Garota Perdida, de Georg Wilhelm Pabst (Tagebuch einer Verlorenen, ALE, 1929) | 14 anos | 112′

Thymian (Louise Brooks) é uma jovem e bela garota, que literalmente não vive um “conto de fadas”. Sua governanta, Elizabeth, é despedida grávida, e logo depois encontrada morta por afogamento. No mesmo dia que soube da tragédia, seu pai contrata uma nova governanta, Meta. Meinert, um farmacêutico oportunista engravida Thymian. Quando ela recusa o casamento, o bebê é afastado, e Thymian é colocada em um rígido reformatório para meninas. A partir destes fatos, sua vida se transforma num pesadelo sem fim, com muitas reviravoltas, entre garota de bordel a uma respeitada Condessa.

 

Gente no Domingo, de Robert Siodmak e Edgar G. Ulmer (Menschen am Sonntag, ALE, 1930) | 10 anos | 74’

Este documentário do cinema mudo mostra uma Alemanha dos anos 20 bem diferente dos terrores nazistas, repleta de beleza e paz retratadas pela vida cotidiana de pessoas comuns.

 

A Ópera dos Três Vinténs, de Georg Wilhelm Pabst (Die 3 Groschen-Oper, ALE, 1931) | 14 anos | 112′

Em Londres, na virada do século, o bandido Mackie Messer se casa com Polly sem o conhecimento de seu pai, Peachum, o “rei dos mendigos”. Adaptação da obra de Bertolt Brecht.

 

 

 

 

 

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