Palavras de Griot | Contos e Lendas de Burkina Fasso
23/11/19Sala Juvenal Dias | Palácio das Artes | Av. Afonso Pena, 1537. Centro. Belo Horizonte
Dentro das comemorações do mês da Consciência Negra, BH terá a oportunidade de conferir a performance de um griot africano: François Moïse Bamba, de Burkina Faso. Trata-se de uma das principais referências entre os narradores do Oeste da África que circulam internacionalmente e um artista realmente luminoso e generoso.
Na sociedade tradicional africana a palavra é mantida pelos griots. Eles são os porta-vozes da vida social, possuem os papéis de conselheiros, historiadores, transmissores das memórias, conciliadores e contadores de histórias.
Esses contos relatam a origem, o nascimento e a força dessa tradição do saber e da oralidade. Além disso, é um convite a viajar, uma viagem ao Burkina Faso, literalmente “país dos homens íntegros”, uma descoberta dos povos desse país para um momento de partilha de suas culturas, suas histórias, suas crenças, seus valores e suas visões de mundo, para um enriquecimento mútuo, no respeito das nossas diferenças.
François Bamba possui seis repertórios de contos tradicionais. Cada repertório é composto de uma coleção de histórias, dentre as quais, somente no momento da apresentação o artista escolhe as que vai contar, de acordo com sua percepção do público (como um autêntico Griot). As histórias são sempre precedidas de um momento musical com cantos e o instrumento tradicional n’goni.
Trajetória – Desde 2017, François Moïse Bamba trabalha com a artista brasileira Laura Tamiana, que traduz do francês a performance e flui com uma sintonia bem especial. Em 2018, fizeram uma circulação de sucesso de público e crítica no Brasil, passando por várias unidades do Sesc-SP, Sesc-PE e outros locais e estados, além de terreiros de tradição.
Contador de histórias e ator, François Moïse Bamba é da casta dos ferreiros, os mestres do fogo e do ferro. Foi iniciado na arte do conto por seu pai e criado em estreita relação com a tradição da cultura e da arte griot de Burkina Faso. Credita sua formação artística principalmente a Hassane Kouyaté, Habib Dembélé e Jihad Darwiche. Coletou e reescreveu numerosos contos do Burkina Faso, alguns deles dando origem a CD, DVD e livros publicados na França.
Hoje, le forgeron conteur (o ferreiro contador), é reconhecido internacionalmente por seu trabalho e viaja o mundo inteiro ao encontro do público. Desde 2003, participou de inúmeros festivais, na França, no Níger, Egito, Djibouti, Congo, Québec, Martinica e outros. No Brasil, esteve três vezes, em 2011, no festival África Diversa no Rio de Janeiro; em 2017 no festival Feteag, em Recife e Caruaru; e em 2018 numa circulação de quase 2 meses por alguns estados brasileiros, com 23 apresentações, além de realizar oficinas e conferências, com uma enorme acolhida do público.
Em paralelo, o artista desenvolve diversos projetos. Foi por diversos anos diretor artístico do festival Yeleen, no Burkina Faso, diretor artístico e cultural da Maison de la Parole (Casa da Palavra) e coordenador geral da rede internacional de contadores de histórias da África do Oeste Afrifogo. Desde 2018 realiza o Festival Internacional dos Patrimônios Imateriais (transmissão de saberes e fazeres tradicionais). Criou a companhia Les Murmures de la Forge (conto e música), com a qual se apresenta acompanhado de três excelentes músicos (kora, balan e tamani).
Informações
Local
Sala Juvenal Dias | Palácio das Artes | Av. Afonso Pena, 1537. Centro. Belo Horizonte
Horário
20h
Duração
1h15min
Classificação
Livre
Informações para o público
31 3236-7400