F de Foto

Ilustração: Clarissa d’Errico.

Quantos utensílios já ficaram famosos por aparecerem em exposições? Temos um para cada letra do alfabeto com certeza! Que tal conhecer ou relembrar algumas obras e alguns artistas?

Então, bora falar de arte? Toda quarta-feira vamos ter novidades, acompanhe nossas mídias sociais e mantenha-se atualizado sobre a arte contemporânea!

Na semana passada conversamos sobre a letra “E”, “E” de escada, e duas artistas brasileiras cujas obras incluem esse item corriqueiro.

 

Foto

Hoje vamos de letra “F”, “F” de foto, abreviação de fotografia, que vem da junção de “photo”, que significa luz, e “grafia”, que quer dizer marcar ou registrar. Ou seja, fotografia é o “registro da luz”. O ato de fotografar hoje é reconhecido como uma linguagem artística. Porém, nesta postagem, não vamos abordar a ação de tirar fotografias, e sim o objeto “foto”.

Você já parou para pensar em quantos momentos da sua vida as fotos aparecem? Aquela fotografia feita no seu aniversário de 5 anos e que você leva na agenda, a foto 3×4 da sua carteira de identidade, o álbum de família que você sempre folheia quando visita a casa da sua tia, o avô que você não conheceu, a foto feita para lembrar daquela paisagem. Esses pedacinhos de papel têm um lugar especial no nosso cotidiano. Fotos feitas sem intenção de ser arte, que a gente gosta de guardar para lembrar e ser lembrado. Continue lendo para conhecer uma artista que se inspira e cria trabalhos a partir desse item.

Ilustração: Clarissa d’Errico.

 

Nydia Negromonte

Nydia Negromonte usa as fotos do álbum de sua família para produzir arte; a artista nasceu no Peru, mas veio para o Brasil com 2 anos de idade. Sua família sempre gostou de registrar momentos e lugares, por isso Nydia tem muitas fotos e de muitas épocas diferentes, de quando a fotografia ainda não era algo popular. Como uma matéria-prima para a produção da artista, as fotos desse arquivo encontram outras materialidades e se tornam obras de arte.

Fábula (2015)

OCIDENTE, exposição realizada em 2015 pela artista no Palácio das Artes, apresentou o trabalho Fábula (2015); nele três fotos desse acervo são projetadas na parede. A disposição das imagens parece nos contar uma história relacionada ao universo infantil. Aqui o espectador completa a sequência com suas próprias histórias e imaginação.

Lição de coisa II (2009)

Na série Lição de coisa II (2009), Nydia explora o encontro de imagens vindas de lugares diferentes: o seu acervo familiar e gravuras de um manual publicado há mais de 100 anos, intitulado “Lição de coisa”. O processo se dá no encontro das semelhanças entre as imagens: enquadramentos, paisagens e gestos. Há uma duplicação de distintos e de iguais. Como gesto criativo, a artista usa o poder de escolha ao aproximar duas imagens, criando assim, uma terceira e única coisa. Esse trabalho foi apresentado em diferentes exposições, individuais e coletivas, como na 30ª Bienal de São Paulo em 2012.

Ilustração: Clarissa d’Errico.

Semana que vem vamos conversar sobre a letra “G”, “G” de garrafa, nossa relação cotidiana com esse objeto, além de um artista que trabalha com isso. Então, bora falar de arte? Toda quarta-feira vamos ter novidades, acompanhe nossas mídias sociais e mantenha-se atualizado sobre a arte contemporânea!

Se você conhece outros artistas que trabalharam com a foto ou outro objeto com a letra “F” e que se tornou obra de arte, compartilhe conosco nas mídias sociais com a hashtag #borafalardearte.

 

Para curiosos:

Assista Nydia Negromonte contando sobre as obras expostas na 30ª Bienal de São Paulo: https://www.youtube.com/watch?v=jGLY909sBDM

Conheça o Espai, espaço de experimentação, elaboração e desenvolvimento de projetos em artes visuais, gerido por Nydia Negromonte e Marcelo Drummond: https://www.instagram.com/espai.atelie/

 

Clarissa d’Errico é técnica em Comunicação Visual, bacharel e licenciada em Artes Visuais e professora na Escola de Artes Visuais do Cefart – FCS.

Daniela Parampal é bacharel e licenciada em Artes Visuais, artista visual, professora e mediadora cultural na Escola de Artes Visuais do Cefart – FCS.