Georgia O’Keeffe, a mulher artista mais cara da História!

Georgia O’Keeffe nasce em 1887, nos Estados Unidos. Filha de pai agricultor, a paisagem do campo se torna a grande referência para ela, que começa a desenhar desde pequena. O’Keeffe estuda no Instituto de Arte de Chicago e, mais tarde, na Liga de Estudantes de Arte, em Nova York. Em um período em que a família se vê em dificuldades financeiras, Georgia trabalha como desenhista em Chicago, criando logotipos e anúncios. Em 1912, num curso de artes na Virgínia, retoma a pintura com foco na abstração, sob forte influência do artista Wassily Kandinsky e de seu livro: “Do espiritual na arte”.

Em meados de 1915, trabalhando como professora na Universidade de Columbia, faz uma série de abstrações em carvão que impressiona o fotógrafo e galerista Alfred Stieglitz. O’Keeffe se muda para o Texas, ainda como professora, e Stieglitz realiza sua primeira exposição em 1918 e a fotografa pela primeira vez. Os dois mantêm uma profunda relação por correspondência e Georgia decide, então, abandonar a carreira de professora para se dedicar à pintura, indo para Nova York em companhia de Stieglitz. Nos primeiros anos em Nova York, apaixonada por música que era, pinta as sinfonias em tons de rosa, azul e branco.  A paisagem da casa dos pais de Stieglitz no Lago George, em Nova York, é tema de muitas obras de O’Keeffe, pois passava lá os verões com o companheiro. A partir dos anos de 1920, suas obras passam a ser representações de cenas de Nova York com ênfase na verticalidade da cidade, com seus prédios enormes. Ela pinta o que sente sobre a cidade, não seu retrato. Outro grande tema desse período são as flores e a partir de 1924, ano em que se casa com Stieglitz, pinta a primeira flor ampliada, com forte persuasão da fotografia e que se torna sua marca registrada. Entre 1918 e 1932, produz mais de 200 quadros com temática floral.

Em 1927, passa por uma crise conjugal e decide ir para o Novo México visitar uma amiga. Lá pinta a paisagem local, as colinas, o deserto e os espaços abertos que remetem à sua infância no campo e que são gatilhos para sua criação com peculiaridade e sensibilidade. No deserto, ela encontra crânios e ossos de gado que se tornam um dos temas mais importantes de sua pintura.

 

Cow’s skull: red, white, and blue, Georgia O’Keeffe, 1931.

 

Em 1946, Stieglitz tem um ataque cardíaco e ela consegue retornar do Novo México para ficar ao seu lado em Nova York alguns dias antes de sua morte. Ela, então, passa três anos na cidade, catalogando e organizando o acervo do marido e depois se muda definitivamente para o Novo México. Sua pintura passa a ter uma nova postura diante da paisagem, tornando-se mais intimista.

Em 1951, Georgia viaja para o México e conhece Frida Kahlo que lhe escreve, um tempo depois, dizendo que jamais se esqueceria da cor de seus olhos. Aos 71 anos a artista faz uma volta ao mundo e a vista da janela do avião torna-se motivo para uma nova série de trabalhos. Morre aos 98 anos em Santa Fé, no Novo México, e suas cinzas são espalhadas pelo seu rancho.

 

Jimson Weed/White flower nº 1, Georgia O’Keeffe, 1932.

 

Em 2014, sua pintura Jimson Weed/White flower nº 1 é vendida por 44 milhões de dólares.

 

Sobre a autora:

Isa Carolina é especialista em História da Arte, mediadora cultural e professora na Escola de Artes Visuais do Cefart – FCS.