Sinfônica ao Meio-dia

11/02/20 - 12/02/20

Grande Teatro Cemig Palácio das Artes| Av. Afonso Pena, 1537. Centro. Belo Horizonte

A Orquestra Sinfônica de Minas Gerais apresenta um programa dedicado a grandes nomes da música erudita e inicia as comemorações dos 250 anos de nascimento de Ludwig van Beethoven apresentando duas obras-primas do mestre.

O concerto se inicia com a abertura da ópera “As bodas de Fígaro”, de Wolfgang Amadeus Mozart. Essa é uma das três óperas que marcou a parceria do compositor com Lorenzo da Ponte, renomado libretista de sua época, com quem Mozart ainda trabalharia em “Don Giovanni” e “Così fan Tutte”. “As bodas de Fígaro” constitui talvez o maior sucesso pessoal de Mozart. A ópera apresenta uma sucessão de árias famosas que constam no repertório de praticamente todos os cantores líricos. Contudo, sua abertura é certamente o trecho mais conhecido de toda a obra.

Em seguida a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais executa o primeiro movimento da “Sinfonia n. 25”, também de Mozart. Essa obra ficou amplamente conhecida após o sucesso do filme “Amadeus”, dirigido por Milos Forman, pois logo no início do filme ouve-se os primeiros compassos da sinfonia. Escrita no estilo “Sturm und Drang” (tempestade e ímpeto), a “Sinfonia n. 25” é considerada sua primeira sinfonia trágica. Logo nos primeiros compassos o ouvinte percebe toda a agitação que Mozart deseja retratar, uma vez que a peça, escrita na tonalidade de sol menor, já se inicia com a orquestra tocando uma melodia sincopada em dinâmica forte. Como indicação de andamento lê-se na partitura Allegro com brio. Tais elementos contribuem para dar à obra toda a carga dramática almejada por Mozart.

O concerto prossegue com dois intermezzos da ópera “Carmen”, do francês Georges Bizet. “Carmen” é uma das mais importantes óperas de repertório, presente em praticamente todos os teatros do mundo. Sobre essa composição Nietzsche chegou a dizer “como pode-se melhorar tal obra. Você mesmo se torna uma obra-prima. E realmente me parece que sempre que eu ouço “Carmen”, mais filósofo, um filósofo melhor, pareço me tornar”. De fato, a ópera de Bizet é uma daquelas que deixa o ouvinte maravilhado do início ao fim.
As duas obras que encerram o concerto iniciam as celebrações dos 250 anos de nascimento do grande compositor Ludwig van Beethoven. A OSMG executa o primeiro movimento da “Quinta Sinfonia” de Beethoven e a abertura “Egmont”.

A “Quinta Sinfonia” é talvez a obra sinfônica mais executada pelas orquestras ao redor do mundo. Beethoven consegue, de uma maneira genial que lhe é peculiar, construir uma sinfonia inteira com base em um motivo de apenas 4 notas, que se repete incessantemente ao longo do primeiro movimento – e é sempre lembrando nos 3 movimentos seguintes.

Na abertura “Egmont”, Beethoven compõem sua música com base na peça homônima de Goethe. Goethe relata a luta de Egmont e o duque de Alba. Em sua composição, Beethoven consegue demonstrar todos os episódios que Goethe apresenta em sua peça. A música, escrita na tonalidade de fá menor, apresenta desde o seu início o conflito presente entre os dois personagens, já que no primeiro compasso a orquestra ataca em uníssona a nota fá, sem a terça do acorde, dando uma primeira impressão de que a obra está na tonalidade de fá maior. Já no segundo compasso, a orquestra apresenta os acordes na tonalidade menor, executando-os de certa maneira agressiva e dramática. Beethoven consegue ainda representar o momento em que Egmont é executado, quando os violinos tocam duas notas de maneira rápida e seca. Essas notas são seguidas de um pequeno coral fúnebre, executado pelos sopros.
Assim como na peça de Goethe que termina com um último chamado do herói por independência, Beethoven termina sua abertura modificando a tonalidade para dó maior e o andamento fica subitamente mais rápido, dando uma ideia da revolução que Egmont pretendia realizar.

 

Orquestra Sinfônica de Minas Gerais

Considerada uma das mais ativas do país, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais cumpre o papel de difusora da música erudita, diversificando sua atuação em óperas, balés, concertos e apresentações ao ar livre, na capital e no interior de Minas Gerais. Seu atual regente titular é Silvio Viegas. Criada em 1976, foi declarada Patrimônio Histórico e Cultural do Estado de Minas Gerais em 2013. Participa da política de difusão da música sinfônica promovida pelo Governo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado, a partir da realização dos projetos Concertos no Parque, Concertos Comentados, Sinfônica ao Meio-dia, Sinfônica em Concerto, além de integrar as temporadas de óperas realizadas pela FCS. Mantém permanente aprimoramento da sua performance executando repertório que abrange todos os períodos da música sinfônica, do barroco ao contemporâneo, além de grandes sucessos da música popular, com a série Sinfônica Pop. Já estiveram à frente da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais os regentes Wolfgang Groth, Sérgio Magnani, Carlos Alberto Pinto Fonseca, Aylton Escobar, Emílio de César, David Machado, Afrânio Lacerda, Holger Kolodziej, Charles Roussin, Roberto Tibiriçá e Marcelo Ramos.

 

Silvio Viegas

Silvio Viegas é Mestre em Regência pela Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais. Esteve à frente das orquestras: Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, por 8 anos; Sinfônica Brasileira; Sinfônica de Minas Gerais; Filarmônica do Amazonas; Orquestra Sinfônica de Roma e Orquestra da Arena de Verona (Itália); Sinfônica do Teatro Argentino de La Plata e Sinfônica do Sodre (Uruguai), entre outras. É o regente titular da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e Professor de Regência na Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Este evento tem correalização da Appa – Arte e Cultura.

Informações

Local

Grande Teatro Cemig Palácio das Artes| Av. Afonso Pena, 1537. Centro. Belo Horizonte

Horário

12h

Duração

50min

Classificação

Livre

Informações para o público

31 3236-7400