Hoje denominado Prêmio Décio Noviello, o antigo Edital de Ocupação da Fundação Clóvis Salgado (iniciado em 2004) é uma importante ferramenta de estímulo à produção artística em âmbito nacional, permitindo o acesso do público a diferentes linguagens. Desde 2020, quando passou a homenagear o multiartista mineiro, quase duas dezenas de proponentes já foram contemplados, resultando em diversas exposições nos mais variados suportes. Celebrando a 5ª edição da iniciativa, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) abre inscrições para artistas, curadores, pesquisadores e outros profissionais interessados em expor seus trabalhos ou propor curadorias para as Galerias do Palácio das Artes (Arlinda Corrêa Lima, Genesco Murta e Mari’Stella Tristão) e para os dois espaços expositivos da CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas de 2/9 (segunda-feira) a 25/10 (sexta-feira), por meio de formulário disponível no site da FCS. O resultado final, após o período de recurso, será divulgado no dia 15 de novembro, também no portal da instituição. Dúvidas podem ser enviadas para o email artesvisuais@fcs.mg.gov.br.
O Prêmio Décio Noviello de Artes Visuais aceita tanto inscrições individuais quanto propostas coletivas de brasileiros natos, naturalizados ou estrangeiros com residência no Brasil. Os documentos exigidos, bem como os critérios de seleção, são especificados em edital que pode ser encontrado nos sites da FCS e da APPA – Cultura e Patrimônio. A Gerente de Artes Visuais da Fundação Clóvis Salgado, Uiara Azevedo, destaca o Prêmio Décio Noviello como uma das iniciativas mais inovadoras do país no que diz respeito ao fomento às artes visuais. “É uma alegria imensa poder oferecer a artistas, curadores, pesquisadores e produtores culturais, muitos deles em início de trajetória ou com trabalhos ainda pouco conhecidos, a chance de expor em espaços conceituados como o Palácio das Artes e a CâmeraSete. Nesta 5° edição do Prêmio, manteremos a forma de inscrição por meio de um formulário online, simplificando o processo e abrangendo a possibilidade de concorrência para mais artistas e curadores. Além disso, pelo segundo ano consecutivo, a Galeria Mari’Stella Tristão, reconhecida pelas mostras com linguagens contemporâneas e propostas ousadas, também estará à disposição dos contemplados. Esperamos então que o Prêmio siga sendo esta ferramenta de democratização artística, não somente para os contemplados, mas para o público, que tem a oportunidade de conhecer o que há de mais moderno, pulsante e diverso nas artes visuais brasileiras”, ressalta Uiara Azevedo.
Resultado
Para a ocupação das Galerias do Palácio das Artes foram selecionados Alisson dos Santos Damasceno, de Belo Horizonte (MG), para a Galeria Arlinda Corrêa Lima, com a exposição coletiva “Ka’a Puêr – Onde não tem mais nada”, Leíner Emmanuela de Carvalho Hoki, de Cuiabá (MT), para a Galeria Genesco Murta, com a exposição “Amadoras” e Cho, de São Paulo (SP), para a Galeria Mari’Stella Tristão, com a exposição “CITAR EXPOSIÇÃO”. Os suplentes são Carolyna Barbara Maciel, de São Paulo (SP), com a exposição “Entre Memórias e Muros”, para a Arlinda Corrêa Lima, Julia Candido Arbex, de Volta Redonda (RJ), com a exposição “Calor”, para a Genesco Murta e Renan Battisti Archer, de Joinville (SC) com a exposição “Histórias de Outro Tempo”, para a Galeria Mari’Stella Tristão.
Já a CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais receberá as mostras individuais de Luiza Nobel Maia, de Belo Horizonte (MG), com a exposição “Não Somos uma Imagem – Violência, Memória e Impermanência”, para o Espaço 1; e Maria Figueiredo Vaz, de Belo Horizonte (MG), com a exposição “Ilustríssimos”, no Espaço 2; Os suplentes são Lucas Gonçalves de Azevedo, de Belo Horizonte (MG), com a proposta curatorial “O que era do lado de cá”, para o Espaço 1; e João Paulo Acaccio, de São Paulo (SP), com a exposição “Vizinhos de Longe”, para o Espaço 2.
As propostas foram selecionadas por uma banca composta por Flaviana Lasan, Rita Lages Rodrigues e Uiara Azevedo. Os trabalhos inscritos foram avaliados conforme os seguintes critérios: qualidade e contemporaneidade, relevância estética e conceitual, originalidade e ineditismo em Belo Horizonte e adequação ao espaço físico pretendido.
Banca de Seleção – 5° Prêmio Décio Noviello
Uiara Azevedo é formada em Design de Produto pela Universidade do Estado de Minas Gerais. Gestora Cultural e pesquisadora em Artes Visuais, desde 2015, atua como gerente de Artes Visuais da Fundação Clóvis Salgado. Trabalhou no Centro de Arte Popular – CEMIG (CAP), que integra o Circuito Cultural Praça da Liberdade (o museu é especializado na diversidade das manifestações culturais populares); nas galerias de arte Celma Albuquerque Galeria e Carminha Macedo, ambas especializadas em arte contemporânea. Participou da produção de importantes mostras como: ‘Ai, pareciam eternas! (3 lamas)”, do artista paulistano Nuno Ramos; da exposição “Arte Frágil, Residências”, no MAC – USP Ibirapuera, Pavilhão Ciccilo Matarazzo, em São Paulo, e realizou a curadoria de “Narrativas Femininas”, dentro do programa ARTEMINAS, da Fundação Clóvis Salgado.
Flaviana Lasan é licenciada em Artes Visuais (UEMG), pós-graduada em Ensino de História e América Latina (UNILA) e Educação (UEMG). Investiga a história da arte produzida por mulheres, as metodologias do ensino de arte nos movimentos sociais e o mercado de arte sob a ótica das políticas públicas e das iniciativas do povo. Há mais de uma década trabalha nas áreas de teatro, cinema e artes visuais como produtora, professora e curadora. Nos últimos anos vem atuando como curadora de forma assídua em iniciativas independentes e institucionais. Com experiências artísticas geolocalizadas, já trabalhou em cinco regiões do Brasil e na maioria do estado de Minas Gerais. Atualmente está integrante do Comitê Científico-Cultural da Revista Cartas Curatoriais promovida pelo Grupo de Pesquisa Estopim/CNPq (UFMG) junto com a Rede de Pesquisa e Formação em Curadoria de Exposições; curadora em exposição no Museu de Artes e Ofícios (BH/MG) e Estúdio Verkron (Luanda/Angola); também está assistente regional cultural da FUNARTE – MG.
Rita Lages Rodrigues Professora Associada III da Escola de Belas Artes da UFMG, na área de Teoria, Crítica e História da Arte, atuando no Programa de Pós-Graduação em Artes e nos cursos de graduação em Conservação e Restauração em Bens Culturais Móveis, Artes Visuais e Museologia. Historiadora graduada pela UFMG, possui doutorado (2012) e mestrado (2001) em História pela mesma universidade, na linha de pesquisa História Social da Cultura. Atualmente é coordenadora do Programa de Pòs-Graduação em Artes, lidera o Grupo de Pesquisa Estopim, Núcleo de estudos interdisciplinares do Patrimônio Cultural e participa do grupo de pesquisa IMAM – Laboratório de Imagem, Memória, Arte e Metrópole. Realizou o Pós-doutorado no IEB/USP e é integrante do Comitê Brasileiro de História da Arte. É autora do livro Entre Bruxelas e Belo Horizonte: itinerários da escultora Jeanne Louise Milde, de artigos e capítulos de livros. Foi curadora da exposição Não sou idêntica a mim mesma: mulheres artistas no acervo do BDMG Cultural. Atua como pesquisadora e curadora principalmente nos seguintes temas: História das Mulheres Artistas nos séculos XIX e XX, História da arte, Estudos Culturais, Patrimônio Cultural, Gênero e Arte.
O Ministério da Cultura, o Governo de Minas Gerais e a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado, apresentam as “inscrições para o Prêmio Décio Noviello de Artes Visuais e Fotografia”. As atividades da Fundação Clóvis Salgado têm Patrocínio Master da Cemig e Instituto Cultural Vale, Patrocínio Prime do Instituto Unimed-BH e da ArcelorMittal, Patrocínio da Vivo e correalização da APPA – Cultura & Patrimônio. Governo Federal, Brasil. União e Reconstrução.
A vanguarda das artes brasileiras – A periodicidade do Prêmio Décio Noviello e das exposições contempladas por ele está consolidada no calendário das artes visuais no Brasil, proporcionando à sociedade mostras relevantes e de qualidade reconhecida.
Em sua primeira edição, o Prêmio oportunizou o trabalho de quatro profissionais em 2020: para as Artes Visuais, Froiid (MG) e Joyce Defim (MG), pela curadoria da exposição da artista Marcela Cantuária (RJ); na categoria Fotografia, Maurício Pokemon (PI) e Dalila Coelho (MG).
Na segunda edição, cujas exposições foram realizadas em 2022, o Prêmio Décio Noviello contemplou os artistas João Angelini (DF) com a ocupação da Galeria Genesco Murta, erre erre (SP), com a Galeria Arlinda Corrêa Lima, Chris Tigra (SP), com o primeiro espaço da CâmeraSete, e Matheus Dias (CE), contemplado com o segundo espaço da Casa da Fotografia de Minas Gerais.
Na terceira edição, que culminou com as exposições em 2023, o Prêmio Décio Noviello contemplou o cineasta e fotógrafo Bruno Barreto (RS) e a multiartista Julia Baumfeld (MG) na seleção de Fotografia. Nas Artes Visuais, Eduardo Hargreaves (MG), com sua pesquisa voltada aos materiais e lugares, e Pedro Neves (MA), com pinturas em grande formato, ocuparam as galerias do Palácio das Artes.
Em sua última edição, que resultou nas mostras realizadas em 2024, foram selecionados os artistas Marcus Deusdedit (MG), Rubens Pileggi (GO) e Juliana Oliveira – “julianismos” (MG) na categoria Artes Visuais; para a Fotografia, o coletivo Núcleo Nômade de Fotografia (MG) ocupou o Espaço 1 da CâmeraSete e Marlon de Paula (MG) ocupou o Espaço 2.
FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO – Com a missão de fomentar a criação, formação, produção e difusão da arte e da cultura no Estado, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) é vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). Artes visuais, cinema, dança, música erudita e popular, ópera e teatro, constituem alguns dos campos onde se desenvolvem as inúmeras atividades oferecidas aos visitantes do Palácio das Artes, CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais – e Serraria Souza Pinto, espaços geridos pela FCS. A Instituição é responsável também pela gestão dos corpos artísticos – Cia de Dança Palácio das Artes, Coral Lírico de Minas Gerais e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais –, do Cine Humberto Mauro, das Galerias de Arte e do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart). A Fundação Clóvis Salgado também é responsável pela gestão do Circuito Liberdade. Em 2021, quando celebrou 50 anos, a FCS ampliou sua atuação em plataformas virtuais, disponibilizando sua programação para público amplo e variado. O conjunto dessas atividades fortalece seu caráter público, sendo um espaço de todos e para todos.