50 ANOS EM 5 ATOS: exposição sensorial e imersiva celebra cinquentenário do Palácio das Artes
28/11/21Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard
Ao completar cinco décadas, o Palácio das Artes inaugura uma exposição inédita, a ser celebrada com o público, que conta parte de sua história de maneira contemporânea, abrindo espaço para a arte-tecnologia e todos os seus artifícios. “Palácio das Artes: 50 anos em 5 atos” vai ocupar a Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard para apresentar o Centro Cultural de uma forma como poucos têm acesso, literalmente abrindo as cortinas e convidando o público para um mergulho em suas memórias.
Para o Secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, nesses 50 anos muito bem vividos, o Palácio das Artes tem sido uma ponte para as conexões artísticas em nossa cidade. “Celebramos os 50 anos do Palácio das Artes com um olhar demorado para tudo aquilo que esse importante centro cultural já foi. E um outro olhar, esse ainda mais apurado, nos conduz para tudo aquilo que o Palácio das Artes ainda pode ser. Que venham os próximos 50 anos!”.
De acordo com Eliane Parreiras, presidente da Fundação Clóvis Salgado, é tempo de celebrar a arte e a cultura como fundamentais para a qualidade de vida, com seu imenso e inegável impacto social, humano e econômico a e intima conexão com o público estabelecida em todos esses anos. “O desafio atual é fazer das superações e conquistas legados e instrumentos de fortalecimento da cultura. A exposição “Palácio das Artes: 50 Anos em 5 Atos” joga luzes sobre a trajetória de 50 anos dessa importante instituição, que se mantém como farol e bússola para o futuro”, comemora.
Para Luciana Salles, diretora Cultural da Fundação Clóvis Salgado, “essa exposição fundamenta-se na experiência do público. A expografia passeia por momentos marcantes dessas cinco décadas, mas a imersão sensorial é que cumprirá o papel de remeter o visitante a algum momento vivido no Palácio das Artes. Ele é quem percorrerá as suas memórias vividas nessa Casa que é de todos”.
Para dar vida à exposição, o Estúdio MIR foi contratado, trazendo sua expertise em tecnologia, numa abordagem sensorial e imersiva. Serão utilizados recursos de inteligência artificial e softwares de última geração, aplicados em algumas das principais histórias desses cinquenta anos, divididas em cinco ambientes. Para o artista Brayhan Hawryliszyn, diretor da MIR, “a exposição é uma forma contemporânea de ler essa história do Palácio das Artes, que sempre acolheu projetos de vanguarda da arte e da cultura do Brasil e do exterior”.
Ao passar pelo Prólogo, na icônica fachada do prédio da Afonso Pena, onde é utilizado LED Mapping e imagens fotográficas, o público é convidado a visitar a exposição, composta por 5 atos repletos de lembranças e emoções:
Ato I
Palácio das Artes: 50 anos em 5 atos tem início no Portal, com efeitos sonoros e luminosos, sensores de movimentos Kinects e moving heads, que vai transportar o público para esta grande imersão. A primeira sala transmite a sensação de se adentrar no Grande Teatro prestes a receber um espetáculo, com o burburinho do público na expectativa do início de uma apresentação, a afinação da Orquestra, aplausos. Seu objetivo é dar as boas-vindas, em uma experiência surpreendente que convida à um mergulho nessa rica trajetória.
Ato II
Em seguida, hora de passear pelas memórias do Palácio, onde imagens transmitidas em telas translúcidas de 2,5m de altura apresentam um panorama dessas cinco décadas através de um imenso mosaico de fotos e vídeos que exibem desde as obras de criação e fundação do espaço, passando pelo incêndio do Grande Teatro, sua reconstrução e outros grandes momentos.
Ato III
O visitante chega ao momento da apoteose, onde uma projeção de video mapping 360० em uma área de mais de 350m² o transporta para dentro dos espetáculos “Entre o Céu e as Serras”, “Nabucco”, “Pipiripau”, “Madame Butterfly”, “A Viúva Alegre”, produzidos pela Fundação Clóvis Salgado e um filme original gravado no Palácio das Artes com participação dos corpos artísticos. O público está imerso em imagens que se constroem e se desconstroem por meio de inteligência artificial em um turbilhão de partículas animadas, mostrando toda a beleza e a pluralidade dessa história.
Ato IV
No Ato IV, o visitante é convidado, após tantos estímulos visuais, a conhecer os bastidores do Palácio por meio de depoimentos sonoros. Trata-se de uma sala que leva ao relaxamento e à observação do Parque Municipal. Neste único ambiente iluminado pela luz natural, estão posicionadas caixas de som por onde será possível ouvir histórias dos bastidores do Palácio das Artes, narradas por pessoas que trabalharam ou vivenciaram grandes momentos. Duas dessas caixas de som receberão histórias em áudio dos visitantes da exposição, através de um QR code.
Ato V
No caminho final da exposição, o público conhece de perto alguns figurinos de óperas e produções icônicas da FCS. Ao adentrar o Ato V, uma última surpresa: uma instalação composta por objetos cênicos suspensos e uma iluminação dinâmica controlada pelo software Resolume, que cria um intrincado jogo de luz e sombra. No centro da obra, uma poltrona do Grande Teatro que tem, acima dela, uma explosão de diversos objetos cênicos que integraram as várias montagens artísticas nesses 50 anos. Um encerramento ao mesmo tempo material, poético e impactante.
PALÁCIO DAS ARTES: 50 ANOS EM 5 ATOS é uma celebração de uma história de amor com o público. São cinquenta anos de um espírito sempre jovem, atento ao que acontece no mundo, e preparado para o futuro, que já começou!
A mostra “50 anos em 5 Atos” é realizada pelo Governo de Minas Gerais, através da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, pela Fundação Clóvis Salgado, e correalizado pela Appa – Artes e Cultura. Tem o Patrocínio Master Cemig, Unimed-BH / Instituto Unimed-BH¹ e AngloGold Ashanti, além do Patrocínio Prata da Vivo. Todos os incentivos são via Lei Federal e Lei Estadual de Incentivo à Cultura.
¹ O patrocínio da Unimed-BH / Instituto Unimed-BH é viabilizado pelo incentivo de mais de cinco mil médicos cooperados e colaboradores.
A Fundação Clóvis Salgado é integrante do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult) que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e de cultura em transversalidade com o turismo. Trabalhando em rede, as atividades dos equipamentos parceiros ao Circuito buscam desenvolvimento humano, cultural, turístico, social e econômico, com foco na economia criativa como mecanismo de geração de emprego e renda, além da democratização e ampliação do acesso da população às atividades propostas.
UMA HISTÓRIA DE TODOS PARA TODOS
Vinculado à Fundação Clóvis Salgado (FCS), o Palácio das Artes é o maior centro de formação, produção e difusão cultural de Minas Gerais e um dos maiores da América Latina. O espaço ocupa uma área de 18 mil m², junto ao Parque Municipal Américo Renné Giannetti, no coração da cidade de Belo Horizonte, na Av Afonso Pena, uma das principais avenidas da cidade. É sede da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, do Coral Lírico de Minas Gerais e da Cia. de Dança Palácio das Artes, além de abrigar o Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart), com cursos básicos e profissionalizantes de artes visuais, dança, música, teatro e tecnologias da cena.
O complexo cultural do Palácio das Artes dispõe de recursos cênicos e acústicos de elevado padrão técnico para a montagem de óperas, peças teatrais, concertos, espetáculos de dança e shows de música popular, além de galerias de artes visuais, cinema, e salas adequadas para lançamento de livros, palestras, congressos e seminários.
A partir da idealização do então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek, para a construção de um novo espaço para as artes na capital mineira, o Teatro Municipal de Belo Horizonte, com projeto original de Oscar Niemeyer, as obras foram iniciadas em 1942 e paralisadas em 1945 e por várias outras vezes até que o Centro Cultural foi inaugurado oficialmente em 14 de março de 1971, com a abertura do Grande Teatro do Palácio das Artes em um concerto da peça Messias, de Händel, com regência de Isaac Karabtchevsky.
Outros espaços foram criados posteriormente, como Cine Humberto Mauro (1978), Teatro João Ceschiatti e Galeria Arlinda Corrêa Lima (1984), Sala Juvenal Dias (1993), Galeria Genesco Murta (início da década de 1990) e Galeria Mari’Stella Tristão (2016). Alguns desses espaços foram requalificados ao longo de 2017 e 2018, e outros foram criados, como a PQNA Galeria Pedro Moraleida e a Galeria Aberta Amilcar de Castro.
MOMENTO DE TENSÃO
Um importante acontecimento marcou a trajetória do Palácio das Arte e da cultura mineira: no dia 7 de abril de 1997, um incêndio atingiu o Grande Teatro, tendo as cadeiras e o teto sido consumidos pelo fogo – não houve mortos nem feridos, pois o teatro estava vazio no momento do acidente. Na reconstrução, que durou um ano, foram incorporadas características que qualificam o teatro como um dos mais modernos e avançados do Brasil.
GRANDES NOMES
Pelos palcos do Palácio das Artes, grandes nomes da arte mundial fizeram história, como Grupo Corpo, Ballet Bolshoi, Ballet Nacional da China, Cia. Antônio Gades, Cia de Dança Deborah Colker, Balé da Cidade de São Paulo, além de companhias clássicas e contemporâneas da Inglaterra, Estados Unidos, Japão, Israel, entre outras.
O Grande Teatro do Palácio das Artes recebeu artistas consagrados como Astor Piazzola, B.B. King, Charles Aznavour, Madredeus, Mercedes Sosa, Miles Davis, Stanley Jordan e Montserrat Caballé. A música brasileira se fez presente em momentos marcantes com Caetano Veloso, Cartola, Chico Buarque, Elis Regina, Milton Nascimento, João Gilberto, Gal Costa, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Marisa Monte, Nana Caymmi, Toninho Horta, Nara Leão, Ney Matogrosso, Roberto Carlos, Tom Jobim, Zizi Possi, dentre outros.
Na cena teatral, Bibi Ferreira, Fernanda Montenegro, Marieta Severo, Marília Pera, Paulo Autran, Raul Cortez, Tônia Carrero, e Grupo Galpão atuaram em peças marcantes, assim como Antunes Filho, Marília Pera, Bob Wilson e Gabriel Vilela como diretores. Também passaram pelo palco grandes escritores, como Adélia Prado, José Saramago e Raduan Nassar, além do fotógrafo Sebastião Salgado. O espaço já realizou mais de 80 óperas, dentre grandes produções do gênero: Aída, Norma, Carmen, O Guarani, Romeu e Julieta, La Bohème, La Traviata e Lucia di Lammermoor são alguns exemplos.
TODAS AS ARTES
Outros espaços do Palácio das Artes também mantêm público fiel e constroem, desde a sua idealização, novas formas de fruição artística. O Cine Humberto Mauro tem reconhecimento garantido pela variedade e qualidade de suas mostras, contando com programas permanentes de formação de público e funcionando como reduto histórico de críticos, professores, estudantes, diretores e amantes da sétima arte. Realiza o Festival Internacional de Curtas-Metagens de Belo Horizonte, em sua 23ª edição, e é parceiro dos mais importantes festivais e mostras de Minas Geais.
As galerias do complexo cultural são áreas expositivas privilegiadas para as artes visuais, e recebem uma gama de mostras locais, nacionais e internacionais. Exposições de grande importância foram realizadas e recebidas nas galerias como A Magia de Escher; Gênesis, de Sebastiao Salgado; Bienal Internacional de São Paulo; Chichico Alkmim, Fotógrafo, do Instituto Moreira Sales; O Tesouro dos Mapas, Coleção Brasiliana Itaú; Narrativas em Processo – Livros de Artista na Coleção Itaú Cultural, Programa ArtMinas e Prêmio Décio Noviello de Artes Visuais e Prêmio Décio Noviello de Fotografia, entre outras.
Já o Centro de Formação Artística e Tecnológica – Cefart, é responsável por promover a formação em diversas linguagens no campo da arte e em tecnologia do espetáculo. Um dos aspectos mais valiosos dessa formação é a possibilidade da vivência prática dos alunos nos espaços profissionais do Palácio das Artes, onde está sediada uma de suas unidades. Referência em formação artística, o Cefart possui amplo e inovador Programa Pedagógico para profissionalizar e inserir jovens no mercado de trabalho da cultura e das artes.
O Centro de Artesanato Mineiro – Ceart, fundado em 1969, localizado no Palácio das Artes, é responsável pela pesquisa, divulgação, comercialização e desenvolvimento do artesanato tradicional e da arte popular em Minas Gerais. A atividade é estratégica na promoção do desenvolvimento sustentável, estimulando a prática do associativismo e fixando o artesão no local de origem. O artesanato tradicional é fonte de trabalho e renda para mais de 500 mil pessoas no estado, envolvidas desde a produção até a comercialização das peças. Valorizando o artesão e sua obra, o CEART contribui para ampliar as oportunidades de inclusão socioeconômica por meio dessa importante produção do artesanato tradicional e da arte popular mineira.
Nesses 50 anos, o caráter democrático do Palácio das Artes está representado pela diversidade das manifestações artísticas e pela singularidade de um complexo cultural que reúne importantes equipamentos culturais. Nesse ambiente múltiplo convivem diariamente maestros, diretores artísticos, cineastas, artistas de teatro, dança, música e artes visuais, técnicos, curadores, produtores, gestores, pesquisadores, professores e estudantes de arte, oferecendo acolhimento ímpar aos interessados em todos os passos do fazer artístico.
Informações
Local
Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard