CLMG e OSMG lançam vídeo em celebração do Mês da Consciência Negra

28/11/21

Instagram e Facebook

Créditos: Xande Filmes (Imago Filmes)

 

A obra audiovisual, que será lançada neste domingo (28/11),  contou com as participações da Cia Baobá Minas e de uma representante da Comunidade Quilombola Mangueiras, Ione Maria de Oliveira

 

No vídeo intitulado “Por uma Consciência Negra orgânica, contínua e perene”, Quenda é a música que reúne, pela primeira vez, a Cia Baobá Minas e uma representante da Comunidade Quilombola Mangueiras, Ione Maria de Oliveira, ao Coral Lírico e à Orquestra Sinfônica de Minas Gerais.

Nascido do encontro entre o arranjador Fred Natalino e da fundadora da Cia Baobá Minas (e também do Prêmio Zumbi), Júnia Bertolino, o arranjo – que sai da oralidade e ganha escrita e corpo em uma partitura para coro e orquestra – agora passa a ter uma nova função: celebrar a inesgotável riqueza e a profunda importância da contribuição dos povos de descendência africana na construção da identidade nacional brasileira.

“Por uma Consciência Negra orgânica, contínua e perene” será lançado pelas páginas do Instagram e do Facebook da Fundação Clóvis Salgado, no dia 28 de novembro de 2021 (domingo), às 10h.

 

Créditos: Xande Pires (Imago Filmes)

 

Com direção de fotografia de Xande Pires (Imago Filmes), foram capturadas imagens, por meio de um drone, de uma grande roda composta por integrantes do Coral Lírico, da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e da Cia. Baobá Minas em uma bela dança-canto que ganha uma interpretação inédita.

“O vídeo ‘Por uma Consciência Negra orgânica, contínua e perene’ integra uma diretriz essencial da Fundação Clóvis Salgado: ofertar uma programação e um pensamento que inclua toda a diversidade cultural. Ao mesmo tempo, é a nossa missão garantir espaço para as matrizes que compõem a identidade cultural do mineiro. Entre elas, a tão forte cultura afro mineira, em todas as suas linguagens e manifestações”, explica Eliane Parreiras.

Para a fundadora da Cia. Baobá Minas, Júnia Bertolino, o encontro entre os campos popular e erudito, materializado no vídeo, é uma oportunidade de reverenciar toda a ancestralidade que a música Quenda simboliza. “É uma honra para a Cia. Baobá Minas estar ao lado da Orquestra Sinfônica e do Coral Lírico de Minas Gerais, e da Comunidade Quilombola Mangueiras, sobretudo em novembro, mês em que se celebra a Consciência Negra. Assim, esse diálogo entre o popular e o erudito é muito importante para somarmos forças, valorizando a cultura e mostrando que a Fundação Clóvis Salgado é um espaço de todos”, revela Júnia, que, além de dançar, também cantou na gravação do vídeo.

“Por uma Consciência Negra orgânica, contínua e perene” dá sequência às discussões do 1º Encontro Estadual da Afromineiridade realizado no mês de outubro passado pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), com o apoio da Fundação Clóvis Salgado e do Conselho Estadual de Política Cultural.

O evento reuniu pela primeira vez no palco do Grande Teatro Cemig Palácio das Artes apresentações de dez grupos de diversas partes de Minas Gerais: Nego Moura (Poços de Caldas), Tenda de Umbanda e Candomblé Maria Baiana de Aguiné (Alfenas), Banda de Congo Nossa Senhora do Rosário (Paula Cândido),  Rappers Gustavo GN, JR e DJ Feijão (Guapé), Grupo de Rap 100 KO (Ilicínea), Irmãos do Quilombo Mestre Mucambo (Três Pontas), Mestres de Capoeira do Triângulo Mineiro (Triângulo Mineiro) e Escola de Samba Imperio da Sede (Timóteo).

 

Créditos: Xande Pires (Imago Filmes)

O canto

Quenda,  a música interpretada no vídeo, é um “canto de saída” que carrega consigo uma singular ambivalência. Por um lado, faz menção ao momento de encontro de trabalhadores negros que se dirigiam aos canaviais. Quando juntos, entoavam esse vissungo para dar início ao percurso. Por outro lado, era também cantado no momento da morte de um negro, quando da saída de sua alma rumo às imensidões extraterrenas. Essas talvez sejam algumas das várias interpretações para um canto cujo título, Quenda, não tem significado.

De forma mais abrangente, um vissungo pode ser entendido como fragmentos da tradição oral de afrodescendentes. Em etnografia, vissungo é uma música de caráter responsorial praticada por escravizados africanos. Trazidos para o contexto mineiro, os vissungos são cantos que tinham funções sociais, e eram originalmente executados pelos escravos mineradores de Minas Gerais do século XVII. Eram cantados não apenas nas lavras de diamantes e ouro, nas periferias de cidades como Diamantina, São João da Chapada e Serro, mas também nas lavouras, principalmente nos canaviais. Mesclam palavras da língua portuguesa com dialetos africanos e, por diversos fatores, desde 1928, são considerados extintos.

O vídeo “Por uma Consciência Negra orgânica, contínua e perene” é realizado pelo Governo de Minas Gerais / Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, pela Fundação Clóvis Salgado, e é correalizado pela Appa – Arte e Cultura. Tem o patrocínio Master da CemigAngloGold Ashanti e Unimed-BH / Instituto Unimed-BH¹, além do patrocínio da Usiminas, com o apoio do Instituto Usiminas. Todos os incentivos são através das Leis Federal e Estadual de Incentivo à Cultura.

¹ O patrocínio da Unimed-BH / do Instituto Unimed-BH é viabilizado pelo incentivo de mais de cinco mil médicos cooperados e colaboradores.

A Fundação Clóvis Salgado é integrante do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult) que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e de cultura em transversalidade com o turismo.

 

Créditos: Xande Pires (Imago Filmes)

 

FICHA TÉCNICA

Vídeo: Por uma Consciência Negra orgânica, contínua e perene

Repertório: Quenda

Composição: Domínio Público

Arranjo: Fred Natalino

Direção Musical e Regência: Lara Tanaka e Silvio Viegas

Direção, direção de fotografia e montagem: Xande Pires – Imago Filmes

Edição de áudio: Sérgio Rabello

Participações especiais: Cia Baobá Minas e Ione Maria de Oliveira | Comunidade Quilombola Mangueiras

Cia Baobá Minas: Júnia Bertolino, Dandara Bertolino Santos, Alícia Sophia Miranda, Lindiwe Sophia Oliveira Fideles, Efigênia Maria de Souza Pereira, Jocasta Roque, Marcos Henrique do Nascimento, Jahi Amani Bertolino Santos, Rodrigo César Ramos e Hiran Donato dos Santos Felipe.

Agradecimentos: Comunidade Quilombola Mangueiras e Parque Municipal de Belo Horizonte

Coordenação de conteúdo, argumento e produção executiva: Ana Alvarenga

Direção geral: Luciana Salles

Obs.: gentileza pedir que os veículos de comunicação escrevam cada um dos nomes dos integrantes da Cia Baobá Minas em suas matérias.

Companhia Baobá Minas – Criada em 1999 por Júnia Bertolino, a Companhia busca abordar o cotidiano do negro, a cultura, ritmos, poesia e dança afro-brasileira no intuito de trazer para o público uma imagem do negro em toda sua beleza e altivez. Além disso, objetiva mostrar a cultura popular das diversas comunidades do território nacional ressaltando valores e temáticas importantes nesta cultura como a oralidade, memória, ancestralidade e identidade, sobretudo o notório saber dos mestres populares e a valorização da cultura de matriz africana. A Cia Baoba Minas conta com mais de 10 integrantes entres eles: Júnia Bertolino, Dandara Bertolino Santos, Alícia Sophia Miranda, Lindiwe Sophia Oliveira Fideles, Efigênia Maria de Souza Pereira, Jocasta Roque, Marcos Henrique do Nascimento, Jahi Amani Bertolino Santos, Rodrigo César Ramos, Hiran Donato dos Santos Felipe, Elaisa Souza, Carina Aparecida e convidados. Uma das atividades importantes da Cia na cidade é Prêmio Zumbi de Cultura que já está na 12 edição.  A  Companhia Baobá Minas já nos presenteou com várias outras performances, visto que já atua há 20 anos na cena artística nacional. Suas performances iniciais foram “Fertilidade” e “Canto de Amani”. A Cia Baobá Minas nos apresenta o seu espetáculo, intitulado “Mulheres de Baobá”, que nos traz declamações performáticas de poemas brasileiros e textos de ´poetisas, escritoras e performers focadas em retratar a narrativa africana e afro-brasileira. Outras que valem a pena ser relembradas são o espetáculo “Quebrando o silêncio” e o “Ancestralidade: Herança do Corpo” e “ Diálogos femininos e identidade: Júnia Bertolino e Cia Baobá Minas”. África, Minas e Brasil. A Companhia Baobá Minas também realiza diversas ações na cidade, em Centros Culturais, escolas públicas e fóruns. Já participou em encontros como a COPENE – Congresso Brasileiro de Pesquisadores Negro(as), Fórum Social Mundial, FAN – Festival de Arte Negra de BH, FIT – Festival Internacional de Teatro, Encontro de Cultura e Raiz, Fórum Social Mineiro, Encontro de Mulheres Negras, Conferência de Cultura, Fórum Nacional de Performance Negra, entre vários outros eventos. Em 2015, a Cia Baoba Minas viajou até a cidade de Berlim, na Alemanha, levando sua performance ao Fórum Brasil-Alemanha. Esta viagem foi possível devido ao programa Circula Minas da Secretaria de Estado de Cultura-SEC. Nesta mesma viagem, a idealizadora da Companhia, Júnia Bertolino, também ministrou a oficina “Corporeidades Negras Afro Brasileiras”.

Coral Lírico de Minas Gerais – O Coral Lírico de Minas Gerais é um dos raros grupos corais que possui programação artística permanente e interpreta repertório diversificado, incluindo motetos, óperas, oratórios e concertos sinfônico-corais. Participa da política de difusão do canto lírico promovida pelo Governo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado (FCS), a partir da realização dos projetos Concertos no Parque, Lírico Sacro, Sarau ao Meio-dia e Lírico em Concerto, além de concertos em cidades do interior de Minas e capitais brasileiras, com entrada gratuita ou preços populares. Participa também das temporadas de óperas realizadas pela FCS. Já estiveram à frente do Coral os maestros Luiz Aguiar, Marcos Thadeu, Carlos Alberto Pinto Fonseca, Ângela Pinto Coelho, Eliane Fajioli, Sílvio Viegas, Charles Roussin, Afrânio Lacerda, Márcio Miranda Pontes, Lincoln Andrade e Lara Tanaka. Criado em 1979, o Coral Lírico de Minas Gerais tornou-se Patrimônio do Estado em 2018 e comemorou quarenta anos em 2019.

Orquestra Sinfônica de Minas Gerais – Considerada uma das mais ativas do país, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais cumpre o papel de difusora da música erudita, diversificando sua atuação em óperas, balés, concertos e apresentações ao ar livre, na capital e no interior de Minas Gerais. Criada em 1976, foi declarada Patrimônio Histórico e Cultural do Estado de Minas Gerais em 2013. Participa da política de difusão da música sinfônica promovida pelo Governo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado, a partir da realização dos projetos Concertos no Parque, Concertos Comentados, Sinfônica ao Meio-dia, Sinfônica em Concerto, além de integrar as temporadas de óperas realizadas pela FCS. Mantém permanente aprimoramento da sua performance executando repertório que abrange todos os períodos da música sinfônica, além de grandes sucessos da música popular. Seu atual regente titular é Silvio Viegas.

 

 

Informações

Local

Instagram e Facebook

Horário

10h

Classificação

Livre

Informações para o público

(31) 3236-7400