Coral Lírico e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais homenageiam 150 anos da ópera AIDA

28/05/21

Instagram e Facebook da Fundação Clóvis Salgado

Ópera Aida, de Guiseppe Verdi. Montagem na Fundação Clóvis Salgado (2001). Créditos: Paulo Lacerda

 

Tradição da Fundação Clóvis Salgado, a produção de óperas é um importante marco da instituição, que realiza duas montagens anuais e já conta com mais de 80 títulos apresentados. Com a continuidade das medidas de isolamento social, a FCS celebra de forma exclusivamente digital os 150 anos de estreia da ópera Aida, do compositor italiano Guiseppe Verdi. Com participação dos integrantes do Coral Lírico e da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, será lançada no dia 28 de maio de 2021 (sexta-feira), às 10h, uma gravação inédita da ária Glória all’Egitto, marcha triunfal que encerra o segundo ato da ópera. O vídeo será disponibilizado pelas páginas da Fundação Clóvis Salgado no Instagram e no Facebook, e conta com a Direção Musical do Maestro Titular da OSMG, Silvio Viegas, e da Mestrina Associada ao CLMG, Lara Tanaka.

Para a produção, os músicos da Orquestra Sinfônica e do Coral Lírico de Minas Gerais gravaram separadamente, cada um em sua residência. O vídeo reúne imagens das três produções da ópera Aida realizadas pela FCS (2001, 2002 e 2008). Entre as montagens mais emblemáticas, pode-se destacar a primeira, devido à grandiosidade e originalidade da encenação: no palco, cerca de 500 artistas e mais de 2.000 figurinos.

 

Ópera Aida, de Guiseppe Verdi. Montagem na Fundação Clóvis Salgado (2008). Créditos: Paulo Lacerda

Glória aos deuses – A ópera Aida narra a história de amor entre os personagens Aida, filha do Rei etíope, e Radamés, guerreiro egípcio, tragicamente envolvidos nos interesses do poder político e na guerra entre Egito e Etiópia. Sempre empolgante, essa ópera possui inegável qualidade musical e requer recursos teatrais suntuosos e de grande impacto visual, adequados à temática histórica exótica e grandiosa.

Segundo Silvio Viegas, Aida possui uma história de amor muito potente. Dentro do contexto de guerra entre Egito e Etiópia, a narrativa gira em torno de um casal de etnias diferentes. Eles lutam pelo amor impossível, que termina, tragicamente, com a morte.

Para o maestro, a ária escolhida para homenagear os 150 anos da ópera é um dos momentos mais marcantes de todo o enredo. “Glória all’Egito representa a vitória do exército egípcio após a batalha contra os etíopes, em um momento de saudação aos deuses do Egito. É um momento de ufanismo representado por Guiseppe Verdi em sua escrita musical, com grandiosidade”, ressalta Viegas.

Verdi escreve Aida para uma grande orquestra, dois grandes coros – com pelo menos 100 vozes – e faz uso de uma banda interna extremamente rica, com cinco trompetes. “Existe uma escrita instrumental para construir uma sonoridade que represente a grandiosidade que ele busca retratar na música. A marcha Glória all’Egito é um dos trechos mais conhecidos da obra, além de ser um dos coros mais famosos e importantes de todo o repertório operístico mundial. Não poderíamos escolher melhor trecho para homenagear os 150 anos dessa obra”, comemora o maestro.

Lara Tanaka, Maestrina Associada ao CLMG, destaca que Aida é uma das obras mais icônicas do repertório operístico, e uma das produções mais encenadas ao redor do mundo. “É uma ópera de uma complexidade enorme que demanda muita produção. Aida foi uma das maiores montagens que o Palácio das Artes já fez, e também uma das mais marcantes. Não só a música é muito suntuosa, mas toda a produção”, revela.

Os desafios enfrentados pelos músicos e coralistas, ao gravar separadamente e em isolamento, seguem sendo enfrentados com muita resiliência. Segundo Tanaka, os membros do CLMG precisam, para além do estudo vocal, retomar os idiomas em que as canções são interpretadas. “Para a marcha Glória all’Egito, os cantores precisaram estudar e retomar o italiano. O desafio do espaço também é enfrentado diariamente nos momentos de ensaio, já que o cantor lírico tem alta emissão vocal, o que não cai bem para alguns vizinhos”, ressalta a maestrina. Por outro lado, os membros do CLMG já possuem o costume de interpretar esse coro de Aida: “Glória all’Egito é sempre uma boa escolha devido à sua popularidade. A grande maioria dos cantores líricos já tem essa peça bem trabalhada no repertório, e durante os ensaios, na repetição, alcançamos a qualidade necessária para as frases musicais”, conclui Tanaka.

O vídeo 150 Anos de Estreia da Ópera Aida, integra o projeto #PalácioEmSuaCompanhia e é realizado pelo Governo de Minas Gerais / Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, pela Fundação Clóvis Salgado, e é correalizado pela Appa – Arte e Cultura. É patrocinado pela Cemig e Unimed-BHInstituto Unimed-BH¹, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, além da Usiminas, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, com o apoio do Instituto Usiminas.

¹ O patrocínio da Unimed-BH e do Instituto Unimed-BH é viabilizado pelo incentivo de mais de 5,2 mil médicos cooperados e colaboradores.

 

Orquestra Sinfônica de Minas Gerais – Considerada uma das mais ativas do país, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais cumpre o papel de difusora da música erudita, diversificando sua atuação em óperas, balés, concertos e apresentações ao ar livre, na capital e no interior de Minas Gerais. Criada em 1976, foi declarada Patrimônio Histórico e Cultural do Estado de Minas Gerais em 2013. Participa da política de difusão da música sinfônica promovida pelo Governo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado, a partir da realização dos projetos Concertos no Parque, Concertos Comentados, Sinfônica ao Meio-dia, Sinfônica em Concerto, além de integrar as temporadas de óperas realizadas pela FCS. Mantém permanente aprimoramento da sua performance executando repertório que abrange todos os períodos da música sinfônica, além de grandes sucessos da música popular. Seu atual regente titular é Silvio Viegas.

Coral Lírico de Minas Gerais – O Coral Lírico de Minas Gerais é um dos raros grupos corais que possui programação artística permanente e interpreta repertório diversificado, incluindo motetos, óperas, oratórios e concertos sinfônico-corais. Participa da política de difusão do canto lírico promovida pelo Governo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado (FCS), a partir da realização dos projetos Concertos no Parque, Lírico Sacro, Sarau ao Meio-dia e Lírico em Concerto, além de concertos em cidades do interior de Minas e capitais brasileiras, com entrada gratuita ou preços populares. Participa também das temporadas de óperas realizadas pela FCS. Já estiveram à frente do Coral os maestros Luiz Aguiar, Marcos Thadeu, Carlos Alberto Pinto Fonseca, Ângela Pinto Coelho, Eliane Fajioli, Sílvio Viegas, Charles Roussin, Afrânio Lacerda, Márcio Miranda Pontes, Lincoln Andrade e Lara Tanaka. Criado em 1979, o Coral Lírico de Minas Gerais tornou-se Patrimônio do Estado em 2018 e comemorou quarenta anos em 2019.

 

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