Deus da Carnificina

16/03/22 - 20/03/22

Teatro João Ceschiatti | Av. Afonso Pena, 1537. Centro. Belo Horizonte

 

No dia 16 de março, quarta-feira, estreia “Deus da Carnificina”, montagem que celebra os 20 anos da Cia da Farsa. Com direção de Sérgio Abritta, o espetáculo traz, aos palcos mineiros, texto inédito da roteirista, romancista e atriz francesa Yasmina Reza.

 

A peça cumpre temporada até 20 de março, de quarta a sábado, às 20h, e domingo, às 19h, no Teatro João Ceschiatti, no Palácio das Artes. Os ingressos custam R$40 e R$20 (meia). O drama contemporâneo tem classificação indicativa de 12 anos.

 

“Fazer 20 anos de companhia é o mesmo que um casamento. No nosso caso, com o teatro, e numa perspectiva centrada em apresentar, aos espectadores, textos de qualidade, bem construídos, com personagens definidas, que tragam um debate numa perspectiva contemporânea. Para nós, mais que a forma, o conteúdo é importante”, explica Alexandre Toledo, ator e fundador da Cia. da Farsa.

 

Créditos: Igor Cerqueira

Atualmente formada por Toledo, Marcus Labatti e Alex Zanon, a Cia da Farsa nasce em 2002 com a montagem do texto Tribobó City, e pouco depois, estreia “A Farsa da boa preguiça” (2003), espetáculo que rende prêmios ao grupo. Desde então, passa por diversas formações, estéticas, diretores e autores – muitos deles nacionais, como Maria Clara Machado, Ariano Suassuna, Nelson Rodrigues, e mais recentemente, Sérgio Abritta.  “Sérgio é um namoro antigo que começa com ‘Adultérios e outras pequenas traições’ (2014) – comédia da companhia escrita e dirigida por ele. Temos muito em comum: gostamos de um teatro de texto com discussões atuais que abordam as relações humanas, amorosas, políticas. Daí o desejo de montar ‘Arte’ (2019), também de Yasmina Reza, e, logo após, ‘Wilde.Re/Construído’, com o qual ganhamos o ‘Prêmio Palco em Cena’, do Brasil Valourec, em 2020. ‘Deus da Carnificina’ veio, em seguida, como caminho natural”, conta Toledo.

 

Em “Deus da Carnificina”, dois casais se reúnem para tentar resolver um pequeno incidente: o filho de um quebrou os dentes do filho do outro. Tudo começa bem, dentro da polidez que caracteriza os casais modernos e educados. Aos poucos, a conversa toma caminhos inesperados e o que era cortesia e refinamento se torna intimidação e violência. A linha tênue entre a civilidade e a barbárie está prestes a ser ultrapassada. “Yasmina faz uma reflexão sobre a sociedade ocidental e sua capa de civilidade, da necessidade urgente de repensarmos nossas relações em comunidade, antes que a violência se instaure definitivamente”, comenta Sérgio Abritta.

 

Em cena, os atores Alexandre Toledo, Andréia Quaresma, Flávia Fernandes e Marcus Labatti são separados do público por estruturas metálicas que lembram uma grande gaiola. Segundo o cenógrafo Yuri Simon, “o elenco queria que tivesse algum elemento visual que provocasse o público. Além disso, a autora sugere uma cenografia não realista. Daí me ocorreu a ideia de propor uma identificação dessas personagens como feras que estão presas nesta gaiola”, explica.

 

Créditos: Igor Cerqueira

Aprisionados em suas questões, durante 85 minutos as personagens conduzem o espectador a experimentar climas diversos que vão da comicidade à violência. “Há uma constante tentativa de finalizar uma discussão iniciada, mas são incapazes de chegar a uma conclusão. Vivem uma constante necessidade de retorno ao conflito. Todo mobiliário cênico, que figurativamente representa uma sala de estar, adota um estilo industrial, e conforme sua configuração, insinua uma neutralidade e um despojamento estético que também nos remetem às peças de um viveiro de metal”, acrescenta.

 

Além do cenário, Yuri também assina a iluminação. “A proposta é criar uma cena mais clara, com uma tonalidade branco quente que escurece, em alguns momentos, dando maior visibilidade aos recortes e efeitos das marcações dramáticas. Além disso a iluminação se aproveita da projeção em vídeo de Antonionne Leone para criar texturas e composições rítmicas, em diálogo com a sonoplastia de Márcio Monteiro”, conclui.

 

EVENTO COM SEGURANÇA

 

A Fundação Clóvis Salgado estabeleceu uma série de normas para a volta das atividades de forma segura. Para evitar aglomerações, o teatro contará com sinalização nas áreas externas e internas. O uso de máscaras – tanto para visitantes quanto funcionários – será obrigatório do início ao fim do espetáculo.

 

De acordo com a portaria vigente da Prefeitura de Belo Horizonte, é necessário apresentar comprovante de vacinação ou teste negativo para Covid-19 para ter acesso ao Teatro.

 

Todos os ambientes do Palácio das Artes serão higienizados diariamente antes da abertura ao público. Também são disponibilizados tapetes para a limpeza de calçados, assim como álcool em gel 70% para desinfecção das mãos. Para garantir maior segurança dos visitantes, a entrada de sacolas, mochilas e afins não é permitida, para diminuir a contaminação dos espaços.

 

Os frequentadores também deverão seguir recomendações como evitar aglomerar e conversar, manusear telefone celular, ou tocar no rosto durante a permanência no interior do centro cultural; cobrir o nariz e a boca ao tossir ou espirrar; realizar a higienização das mãos ao entrar e sair do espaço; seguir sempre as instruções dos funcionários e não frequentar o teatro caso apresente qualquer sintoma de resfriado ou gripe.

 

FICHA TÉCNICA

 

Texto:
Yasmina Reza

Direção:
Sérgio Abritta

Produção:
Alexandre Toledo Produções e Cia da Farsa

Elenco:
Alexandre Toledo, Andréia Quaresma, Flávia Fernandes, Marcus Labatti

Trilha Sonora Original:
Márcio Monteiro

Figurinos:
Flávia Fernandes

Cenário e Iluminação:
Yuri Simon

Cenotecnia:
Cristopher Matos

Vídeos Incidentais:
Antonionne Leone

Design Gráfico:
Alex Zanon

Assessoria de Imprensa:
Beatriz França

SOBRE YASMINA REZA

 

Yasmina Reza é dramaturga, argumentista, atriz e romancista, e uma das figuras mais conhecidas das artes do palco francesas. Felizes os Felizes é o seu primeiro livro de ficção publicado em Portugal. Yasmina Reza tem sido agraciada com as mais importantes distinções, como o Prémio Molière, que recebeu em 1987, 1988, 1990 e 1994 (para melhor autora, melhor tradução, melhor produção, e para melhor autora, peça e produção, respetivamente); ou o Prémio Laurence Olivier, em 1998 e em 2009, para melhor comédia; recebeu o Tony em
1998 e em 2009 (pela melhor peça), sendo o posterior pela peça teatral Le Dieu du Carnage (Deus da Carnificina), também adaptada ao cinema, com direção de Roman Polanski.

Informações

Local

Teatro João Ceschiatti | Av. Afonso Pena, 1537. Centro. Belo Horizonte

Horário

Quarta a sábado | 20h

Domingo | 19h

Duração

90 minutos

Classificação

12 anos

Informações para o público

(31) 3236-7400