Fundação Clóvis Salgado exibe a mostra CINEMA E PATRIMÔNIO HISTÓRICO em celebração aos 300 anos de Minas Gerais

04/12/20 - 20/12/20

Plataforma cinehumbertomauroMais

O Padre e a Moça (1965), de Joaquim Pedro de Andrade

 

A mostra Cinema e Patrimônio Histórico em Minas Gerais surge como mais uma potência de celebração, difusão e valorização do patrimônio do Estado, ressaltando a importância da cultura mineira, rica em seus 300 anos de existência. O evento é realizado pela Fundação Clóvis Salgado, por meio do Cine Humberto Mauro e em conjunto com o Centro Técnico Audiovisual (CTAv), o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA) e o Arquivo Público Mineiro (APM), reforçando a parceria entre essas instituições. São 34 produções, entre curtas e longas, que ficarão disponíveis do dia 4 ao dia 20 de dezembro de 2020, de forma gratuita, na plataforma virtual exclusiva do Cine Humberto Mauro (cinehumbertomauromais.com). As classificações indicativas dos filmes variam conforme o título, e esta mostra tem correalização da Appa – Arte e Cultura.

Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de Chapada do Norte (2013), de Jason Barroso Santa Rosa

Cinema e Patrimônio Histórico em Minas Gerais conta com três programas de curtas-metragens que fazem parte da coleção do Centro Técnico Audiovisual (CTAv), produzidos entre as décadas de 1950 e 1970. Os 12 filmes documentam características culturais, históricas e naturais de diversas cidades de Minas Gerais, incluindo as vivências dos festejos populares. A mostra também inclui 6 curtas contemporâneos e uma sessão de curtas chamada Memórias das Minas, em parceria com o Arquivo Público Mineiro. Completando o recorte estão 13 produções, entre médias e longas-metragens, sendo 5 delas documentários da Coleção de Documentos do Patrimônio Imaterial realizados pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA).

Além das exibições, a mostra contará com debates sobre cinema, difusão e preservação do patrimônio histórico dentro das consagradas séries História Permanente do Cinema Especial e Cinema e Psicanálise. Bruno Hilário, Gerente do Cine Humberto Mauro, celebra a realização da mostra e ressalta a importância da parceria com as instituições envolvidas. “Além da felicitação à Minas Gerais pelos seus 300 anos, a mostra reforça o diálogo entre o espaço de acervo e o espaço difusor das produções cinematográficas. Dessa forma, valoriza a preservação do patrimônio mineiro e proporciona o acesso do público a filmografias raras e de extrema importância para a cultura nacional, democratizando e resignificando as obras”.

 

Coleção de curtas-metragens CTAv

Corporação que apoia o desenvolvimento da produção cinematográfica nacional, O Centro Técnico Audiovisual dá prioridade ao realizador independente de filmes de curta, média e, eventualmente, longa-metragem. O Centro é responsável pela disponibilização das cópias dos curtas metragens de Humberto Mauro, cineasta natural de Volta Redonda que é amplamente considerado o pai do cinema brasileiro, projetando o cinema mineiro para escala nacional e mundial.

Produzidos pelo Instituto Nacional de Cinema Educativo entre 1956 e 1959, os curtas-metragens de Humberto Mauro incluídos na mostra apresentam um retrato de cidades históricas mineiras, abrangendo suas origens, particularidades e belezas arquitetônicas e naturais. O cineasta atribui destaque para a arte de Aleijadinho, artista barroco que imprimiu seu talento em diversas igrejas e monumentos da região. O passeio artístico e cultural continua com curtas de Geraldo Santos Pereira e Tato Taborda pela vida e costumes no interior de Minas Gerais.

Olívio Tavares de Araújo, Luis Carlos Barreto e Padre Massote são responsáveis pelos registros de manifestações folclóricas, celebrações e folguedos em cidades pelo Estado. Com curtas produzidos na década de 1970, os diretores revelam as origens históricas das festas populares, nutridas por lendas e contos da tradição oral e religiosidades da população mineira.

 

O quê do Queijo (2018), de Paulo Henrique Rocha

Coleção de documentários IEPHA

O Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais, instituição que pesquisa, protege e promove os bens culturais de natureza material e imaterial de Minas Gerais, fornecerá sessões especiais da Coleção Documentos do Patrimônio Imaterial, com os documentários Comunidade dos Arturos (2013) e O quê do Queijo (2018), de Paulo Henrique Rocha, Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de Chapada do Norte (2013), de Jason Barroso Santa Rosa, Violas: o fazer e o tocar em Minas Gerais (2018), de Felipe Chimicatti e Rafael Bottaro e Folias de Minas (2019), de Felipe Chimicatti e Pedro Carvalho.

O Arquivo Público Mineiro, que planeja e coordena a gestão de documentos, executando o recolhimento, a organização e a preservação de materiais provenientes do Poder Executivo de Minas Gerais e dos arquivos privados de interesse público e social, está contemplado na sessão Memórias das Minas, que conta com os curtas metragens Veredas Mortas, de Victor de Almeida, Polís, de Marcos Pimentel, e Toda a Memória das Minas, de Geraldo Veloso, um dos nomes mais importantes da história do cinema mineiro, falecido em 2018.

 

A Hora Vagabunda (1998), de Rafael Conde

Destaques da mostra

Longa-metragem dirigido por Humberto Mauro com direção de fotografia feita pelo cinematógrafo Edgar Brasil, Sangue Mineiro (1930) enaltece os aspectos naturais e urbanos de Minas Gerais, com cenas e planos gerais do Estado. “Priorizando sempre temas nacionais, Humberto Mauro sistematizou um novo modo de se fazer cinema no Brasil. O cineasta dá o nome à Sala de Cinema do Palácio das Artes e foi contemplado, em 2014, com uma grande retrospectiva. Hoje, além do programa exclusivo de curtas, a mostra inédita Cinema e Patrimônio Histórico de Minas Gerais conta com um dos longas-metragens mais renomado do diretor, Sangue Mineiro”, ressalta Hilário.

O filme O Padre e a Moça (1965), de Joaquim Pedro de Andrade, também compõe a programação. Livremente inspirado no poema O padre, a moça, de Carlos Drummond de Andrade, o filme se passa em uma cidade mineira na qual Mariana (Helena Ignez) se apaixona por um padre (Paulo José) recém-chegado em missão sacerdotal. Sagrada Família (1970), de Sylvio Lanna, também faz parte da programação. O longa é um dos expoentes do chamado Cinema de Invenção, e narra a trajetória de quatro membros de uma família burguesa que se desfazem de seus bens materiais e, consequentemente, de sua história. Cabaret Mineiro (1979), de Carlos Alberto Prates Correia, também integra o conjunto de filmes da década de 1970 exibidos na mostra.

Os longas contemporâneos Pipiripau, O Mundo de Raimundo (2013), de Aluízio Salles Jr, YãmĩYhex: As Mulheres-Espírito (2019), de Sueli Maxakali e Isael Maxakali e o documentário em homenagem ao músico e compositor Flávio Henrique Antes que o tempo defina o que sou (2019), de João Borges, se unem ao conjunto da programação. O destaque também vai para os curtas-metragens A Hora Vagabunda (1998), de Rafael Conde, Ãgtux (2005), de Tania Anaya, Pólis (2009), de Marcos Pimentel, Armazém de Imagens (2010), de Maria de Fátima Augusto, Carga Viva (2013), de Débora de Oliveira, Moto-Perpétuo (2015), de João Borges, e Nove Águas (2019), de Gabriel Martins e Quilombo dos Marques.

 

Sagrada Família (1970), de Sylvio Lanna

História Permanente do Cinema Especial

Alguns filmes da mostra Cinema e Patrimônio em Minas Gerais terão uma sessão da série História Permanente do Cinema Especial, transmitida pela plataforma cinehumbertomauroMais. Nos dias 7, 9 e 11 de dezembro de 2020, às 19h30, os longas Sagrada Família (1970), de Sylvio Lanna, Cabaret Mineiro (1979), de Carlos Alberto Prates Correia e Antes que o tempo defina o que sou (2019), de João Borges, terão uma sessão comentada, respectivamente. Sagrada Família (1970) terá comentários do próprio diretor do filme, Cabaret Mineiro (1979), que será comentado por um especialista na carreira do cineasta, e Antes que o tempo defina o que sou (2019), um bate-papo com a equipe realizadora do filme. No dia 14 de dezembro de 2020, às 19h30, está prevista uma live de encontro entre o Arquivo Público Mineiro e o Cine Humberto Mauro, para discussão acerca da preservação e difusão do patrimônio cinematográfico do Estado.

 

Cinema e Psicanálise

A FCS dá continuidade, por meio do Cine Humberto Mauro, da aclamada mostra Cinema e Psicanálise, parceria com a Escola Brasileira de Psicanálise. O filme escolhido para a sessão, no dia 4 de dezembro de 2020 (sexta-feira), às 19h, é O Padre e a Moça (1965), de Joaquim Pedro de Andrade, e os comentários serão da psicanalista Ângela Bernardes. A exibição do longa foi adaptada ao formato on-line e será transmitida ao vivo na plataforma CinehumbertomauroMais.

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