Haverá festa com o que restar | Montagem de Formatura do Curso Técnico em Teatro do CEFART

19/08/21 - 22/08/21

Exibição por meio do YouTube da Fundação Clóvis Salgado | YouTube.com/palaciodasartesmg

Diretores e Elenco de “Haverá festa com o que restar” | Imagem: Paulo Lacerda

 

Sob direção dos artistas convidados David Maurity, Pedro Kosovksy e Rafael Bacelar, o espetáculo on-line Haverá festa com o que restar, cujo título é homônimo ao livro do jovem poeta curitibano, Francisco Mallmann, marca a formatura dos alunos do Curso Técnico de Teatro do Centro de Formação Artística e Tecnológica – Cefart, da Fundação Clóvis Salgado. Com apresentações nos dias 19, 20, 21 e 22 de agosto, “Haverá festa com o que restar” será transmitido pelo canal do YouTube da FCS, sempre às 20h. A peça é encenada no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, mas sem a presença do público. A classificação indicativa é para maiores de 18 anos. Para assistir ao espetáculo, é necessário que o espectador realize um cadastro no YouTube, com login e senha, informando a idade.

 

Dramaturgia Colaborativa

A obra tem como mote uma festa decadente, construída a partir dos cacos, dos restos de seres que ainda pulsam vida e que agonizam num espaço hostil, onde a única possibilidade de transformação e invenção acontece pelas frestas.

A peça é construída a partir de cenas solos, uma opção estética que marca uma ética necessária nestes tempos de pandemia. O trabalho aposta na pesquisa experimental do teatro contemporâneo, com uma dramaturgia não linear e forte diálogo com a performance. “A peça é feita de estilhaços, de muitos temas, mas essencialmente de corpos que se diferem. ‘Haverá festa com o que restar’ foi desenvolvido a partir do respeito à diferença, das individualidades, de pensamentos e inquietações de cada ator e atriz, de corporeidades diversas”, revela Rafael Bacelar.

A dramaturgia do espetáculo foi criada de maneira colaborativa – assinada pelos três diretores, com textos escritos por Ane Grube, Joy Athiê, Marina Merêncio, Nádia Fonseca e Rodrigo Sander, atrizes e ator da peça.  “Trabalhamos com o elenco a vontade autoral de cada um deles para que, enquanto artistas, assumissem posições sobre o momento em que estamos vivendo no país, trazendo suas inquietações e bandeiras”, completa Pedro Kosovski.

Após período de ensaios pela plataforma Zoom, os artistas puderam habitar o Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, de forma a ocupá-lo para além do palco, transformando em cenário espaços que normalmente não estão à vista do espectador, como o maquinário, o elevador de carga, o fosso e a cortina corta fogo.

Para David Maurity, a criação de uma dramaturgia inédita, com a colaboração dos alunos, é também uma ação pedagógica que o Cefart proporciona. “Fizemos um processo para que o elenco pudesse participar de todas as etapas de criação de uma peça. Apesar da pandemia, conseguimos por meio da plataforma Zoom trabalhar exercícios, construções de cenas e propor estudos sobre obras de alguns teóricos. E, presencialmente, tivemos encontros potentes e fundamentais para que levantássemos o espetáculo”, observa o diretor.

Além dos alunos que colaboraram com a dramaturgia, fazem parte do elenco do espetáculo os atores Bernardo Rocha, Johanna Klosowski e Rafa Coutinho, que integram os núcleos de “Direção Artística”, “Produção” e “Maquiagem, Figurino e Cenário”.  A iluminação do espetáculo foi criada pelo artista Régelles Queiroz. A direção de arte, por Gabriela Dominguez. Kleber Bassa, cinegrafista e editor, assina a direção de fotografia e transmissão do espetáculo. Já a trilha sonora e a direção musical são de Davi Fonseca. A direção de produção é de Ricelli Piva.

Governo de Minas Gerais e a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado, apresentam o espetáculo de Formatura do Curso Técnico em Teatro do Cefart “Haverá festa com o que restar”. As atividades da Fundação Clóvis Salgado têm a correalização da APPA – Arte e Cultura e patrocínio master da CemigAngloGold Ashanti e Unimed-BH / Instituto Unimed-BH¹, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

¹ O patrocínio da Unimed-BH e do Instituto Unimed-BH é viabilizado pelo incentivo de mais de 5,2 mil médicos cooperados e colaboradores.

 

Tradição na Formação de Artistas

Voltado para a formação de atores e atrizes, o Curso Técnico em Arte Dramática do Cefart, em 2021, celebra 35 anos. Criado formalmente em 1986, o curso é validado pela Secretaria de Estado de Educação e tem reconhecimento nacional comprovado pela constante atuação dos alunos do Cefart em festivais nacionais e internacionais de teatro, nas programações de TV, no cinema (curtas e longas-metragens) e na formação de novos grupos.

Sob a coordenação de Paulo Maffei e Rogério Araújo, o curso de teatro, que tem duração de três anos, também oferece aos alunos atividades extracurriculares de treinamento e pesquisa em técnicas específicas – alguns também abertos a coletivos e ex-alunos ligados ao Cefart, nas áreas de Trilha Sonora, Projetos Culturais, Teatro Físico e Performance, Máscaras, Técnica Vocal e Leitura Dramática, ministrados por corpo docente capacitado.

 

David Maurity – Ator, dramaturgo, pesquisador e produtor. Em 2012, integrou o elenco do Oficinão, projeto realizado pelo Centro Cultural Galpão Cine Horto, que culminou no espetáculo Delírio & Vertigem, com direção de Rita Clemente e textos de Jô Bilac. É co-fundador, em 2013, da Companhia de teatro Toda Deseo, grupo de artistas mineiros que tem sua pesquisa voltada para novas formas de ocupação teatral e para a criação contemporânea a partir questões relacionadas a identidades de gênero: suas multiplicidades e diferenças. Em 2021, lançou o seu primeiro trabalho solo “SPUR” em formato de áudio cena, apresentada na Mostra de Artes Imersivas, do Panorama Virtual. O trabalho segue em desenvolvimento para se transformar em um espetáculo de palco. Além disso, é Bacharel em Estudos Literários em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais. Mestre em Literaturas Modernas e Contemporâneas pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários, PósLit, da Faculdade de Letras UFMG.

 

Pedro Kosovski – É dramaturgo, diretor teatral e professor de artes cênicas da PUC-RIO e do Teatro O Tablado. Funda, em 2005, a Aquela Cia de Teatro, núcleo de criação e pesquisa da linguagem teatral. Concentra seus esforços artísticos em uma dramaturgia que está no trânsito entre os conceitos de memória coletiva e fabulação. Suas obras foram apresentadas nos principais festivais do Brasil, em Portugal, Colômbia e, em 2022, está prevista para ser levada à França. Recebeu indicações e foi vencedor dos principais prêmios de artes cênicas do Brasil como Shell, APCA, Cesgranrio, Questão de Crítica, APTR, Aplauso Brasil, Zilka Salaberry. Foram encenadas vinte peças de sua autoria dentre as quais a ópera contemporânea “Aquilo que mais eu temia desabou sobre minha cabeça” (2017), que estreou no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Três de suas peças que formam a “Trilogia Carioca” (Cara de Cavalo”, “Caranguejo Overdrive”, “Guanabara Canibal”) estão publicadas pela editora Cobogó. Traduziu a obra “Fiz Bem?” da dramaturga francesa Pauline Salles também publicada pela mesma editora.

 

Rafael Bacelar – É ator, diretor, bailarino, drag, mestra de cerimônias e pesquisador. Seus pensamentos e desejos percorrem os espaços do teatro, da dança, filosofias queer, estudos culturais, de sexualidade & gênero. Co-fundou a companhia TODA DESEO, integrante da plataforma Cabaré das Divinas Tetas e é ator colaborador na Companhia Brasileira de Teatro.

 

 

Informações

Local

Exibição por meio do YouTube da Fundação Clóvis Salgado | YouTube.com/palaciodasartesmg

Horário

20h

Classificação

18 anos