Noite de Lançamento dos Catálogos | Editais de Ocupação 2018

13/11/19

Sala Juvenal Dias | Palácio das Artes | Av. Afonso Pena, 1537. Centro. Belo Horizonte

Foto: Paulo Lacerda

A Fundação Clóvis Salgado realiza, no dia 13 de novembro, o lançamento dos catálogos das exposições selecionadas pelo Edital FCS de Ocupação de Artes Visuais e Edital FCS de Ocupação de Fotografia do ano de 2018. No mesmo evento, a Fundação anuncia a mudança de nome dos Editais para Prêmio Décio Noviello de Artes Visuais e Prêmio Décio Noviello de Fotografia, em homenagem ao artista visual belo-horizontino, falecido em julho deste ano. A noite conta, também, com uma conversa entre Juliana Gontijo, artista contemplada pelo Edital no ano passado, o crítico de arte e pesquisador Daniel Toledo e a gerente de artes visuais da FCS, Uiara Azevedo. A mediação será feita por Lucas Amorim, gerente de ensino do Centro de Formação Artística e Tecnológica – Cefart. Este evento tem correalização da Appa – Arte e Cultura.

Os catálogos, que terão distribuição gratuita para o público presente na Sala Juvenal Dias, reúnem fotografias das obras, textos autorais e institucionais, biografia dos artistas e outros detalhes sobre as exposições SISMO, de Juliana Gontijo; Mon cher, je suis fatigué, et j’ai besoin de repos; je vais flâner au Brésil!, de Luis Arnaldo Portom, e Um jardim em floresta, de Claudia Tavares. As mostras foram abertas para visitação em abril de 2018, permanecendo nas galerias Arlinda Corrêa Lima, Genesco Murta e Mari’Stella Tristão, respectivamente entre maio e julho do ano passado. Já a CâmeraSete – Casa de Fotografia de Minas Gerais recebeu exposições dos artistas Letícia Lampert – Práticas para destrinchar a cidade, e Daniel Oliveira – História para fantasmas.

 

Homenagem à Noviello – A estreita relação que Décio Noviello manteve com a Fundação Clóvis Salgado ao longo dos anos se consolida com a renomeação do Edital de Ocupação de Artes Visuais e Fotografia para Prêmio Décio Noviello. Desenhista, cenógrafo, figurinista, gravurista e pintor, Décio foi um importante nome da arte pop brasileira. Sua exposição Cor Opção ocupou a galeria Genesco Murta durante a programação do ArteMinas 2018 e foi a última mostra em vida do artista belo-horizontino. Durante a abertura, Décio reviveu o happening que compunha a mostra Do Corpo à Terra, que integrou a programação de inauguração do Palácio das Artes, em 1970.

Aos 89 anos, Noviello ainda trabalhava com estudos sobre cor e a diversidade dos materiais, trazendo novas técnicas artísticas, gerando pinturas-objetos e questionando não apenas os limites do suporte, mas também sua identidade e os gêneros. O artista fez história em Belo Horizonte com a produção de cenários e figurinos carnavalescos, produções operísticas, e performances ligadas a momentos decisivos de formação da arte contemporânea nacional.

O artista também contribuiu na realização de cenografias e figurinos para balés, óperas e peças teatrais produzidas pela FCS, além de outras mostras de artes plásticas. Para Maria Noviello, artista, cientista e filha de Décio, Cor Opção foi uma celebração à sua trajetória nas artes visuais. “A exposição nos trouxe recortes de sua obra recheada de manifestação, denúncia, resistência e amor, contados através de uma explosão de cor e luz, reforçando e recriando o seu gesto de colorir o mundo”, lembra.

 

Ainda segundo Maria, a homenagem é um importante reconhecimento do trabalho de quase cinco décadas do artista plástico na cena cultural brasileira. “Como filha e falando em nome de toda minha família, nos sentimos honrados e agradecidos com a renomeação do Prêmio. Que a imortalidade se produza enquanto se fale o nome de Décio Noviello!”, celebra Maria, com saudades.

 

Décio Paiva Noviello – Nascido em São Gonçalo do Sapucaí, Minas Gerais, Noviello é pintor, gravador, desenhista, cenógrafo, figurinista carnavalesco e professor. Em paralelo às suas atividades artísticas, lecionou desenho, geometria, matemática e topografia em colégios militares; exerceu o cargo de diretor artístico da revista da Academia Militar de Agulhas Negras; e trabalhou como ilustrador da Biblioteca do Exército. Durante 20 anos atuou como professor de história da indumentária no curso de estilismo na UFMG. Cidadão honorário, personalidade do carnaval e da cena teatral de Belo Horizonte. É representante da pop arte e da vanguarda brasileira; com participações e prêmios em vários salões, bienais e exposições no Brasil e no exterior.

 

SOBRE AS EXPOSIÇÕES DO EDITAL DE OCUPAÇÃO DE ARTES VISUAIS 2018

  • SISMO, de Juliana Gontijo

Galeria Arlinda Corrêa Lima

A perspectiva de ordem a partir do caos imagético norteou o trabalho da mineira Juliana Gontijo, na exposição SISMO. Composta por quatro pinturas e uma videoinstalação, a obra inédita da artista estabelece uma relação entre a pintura atual e seus inúmeros desdobramentos em relação ao tempo, ao espaço e ao indivíduo. Por meio de um tremor, a exposição desconstrói a lógica visual do público.

  • Mon cher, je suis fatigué, et j’ai besoin de repos; je vais flâner au Brésil!, de Luis Arnaldo Porto

Galeria Genesco Murta

O conhecimento em arquitetura de Luis Arnaldo foi o ponto de partida para que o artista iniciasse sua pesquisa em artes visuais. Na exposição Mon cher, je suis fatigué, et j’ai besoin de repos; je vais flâner au Brésil!, o arquiteto, natural de Campinas (SP), reúne 13 trabalhos cujos procedimentos de feitura partem de estratégias do Desenho, que vêm sendo construídos desde 2016 e percorrem o pensamento do naturalista Louis Agassiz (1807-1873), que determinava a predominância de hierarquias em algumas raças e condenava a miscigenação. Além de promover uma reflexão no visitante a respeito das ideias segregacionistas de Agassiz, a exposição dialoga com o ofício do arquiteto e seu compromisso com a produção da paisagem.

  • Um jardim em floresta, de Claudia Tavares

Galeria Mari’Stella Tristão

Refletir sobre o excesso e a falta é a proposta de Claudia Tavares, natural do Rio de Janeiro, com a exposição Um Jardim em Floresta. Nessa narrativa artística, ela conta a história de uma ação evolvendo a criação de um jardim, que começa com o armazenamento da água no Rio de Janeiro e se completa no município de Floresta, sertão de Pernambuco, região atingida por longas e severas secas.

 

SOBRE AS EXPOSIÇÕES DO EDITAL DE OCUPAÇÃO DE FOTOGRAFIA 2018

  • Práticas para destrinchar a cidade, Leticia Lampert

Utilizando da ideia de uma cidade genérica, sem uma paisagem marcante, a fotógrafa explora a falta de perspectiva dos edifícios, a proximidade sufocante entre prédios e a impossibilidade de ver o horizonte ou resquícios naturais do ambiente – características comuns a muitos centros urbanos que passaram por períodos de crescimento acelerado e, geralmente, sem planejamento.

  • História para fantasmas, de Daniel Antônio

A exposição História para fantasmas é a primeira individual do artista mineiro Daniel Antônio, que vive e trabalha em São Paulo. Com curadoria de Wagner Nardy, o projeto apresentou 16 trabalhos, entre vários polaroides, pôsteres, fotogramas e fotografias analógicas, que misturam imagens do próprio artista e outras encontradas ou compradas. A utilização da técnica do fotograma, e sua imagem em negativo, é uma das marcas da exposição, que conta com diversas montagens inéditas.

 

Informações

Local

Sala Juvenal Dias | Palácio das Artes | Av. Afonso Pena, 1537. Centro. Belo Horizonte

Horário

19h

Informações para o público

31 3236-7400