Mostra Belmondo, o Magnífico

30/09/21 - 03/10/21

Cine Humberto Mauro

O Demônio das Onze Horas (1965)

 

“O senhor Belmondo nunca terá sucesso com sua cara de desordeiro” – disse um certo professor de atuação francês em meados dos anos 1950, referindo-se a um garoto parisiense, que respondeu com um gesto obsceno. Anos depois, as mesmas atitudes excêntricas, além da célebre “cara de desordeiro”, ficariam para sempre marcadas na história do cinema, que resolveu julgá-lo com outros olhos. Jean-Paul Belmondo, um dos atores mais relevantes de todos os tempos e símbolo de toda uma geração, é homenageado pela Fundação Clóvis Salgado, por meio Cine Humberto Mauro, para a mostra inédita Belmondo, o Magnífico, que exibe, entre os dias 30 de setembro e 3 de outubro de 2021, 4 filmes da trajetória do icônico astro da Nouvelle Vague, falecido no dia 6 de setembro, aos 88 anos de idade. A programação conta com os longas Léon Morin – O Padre (1961), Técnica de um Delator (1962), O Demônio das Onze Horas (1965) e O Homem do Rio (1964). Todos os eventos do Cine Humberto Mauro possuem entrada gratuita, e os ingressos serão distribuídos durante o horário de funcionamento da bilheteria, no dia de cada sessão, com lotação máxima do cinema de 30 lugares (25% da ocupação), garantindo o distanciamento do público.

 

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Léon Morin – O Padre (1961)

Notabilidade até os dias atuais – Belmondo deixou uma marca que poucos foram capazes de alcançar no mundo do cinema, perpetuando diversas lembranças nos apaixonados pela sétima arte. “Esses quatro filmes são uma homenagem singela, mas permitirão ao público conhecer bem o poder que ele tinha. Depois que ele faleceu, os canais de TV franceses fizeram especiais sobre os filmes, e tiveram uma audiência absurda. Ele ainda é uma figura que possui muita relevância e está no imaginário de vários cinéfilos”, conta Vítor Miranda, da Gerência do Cine Humberto Mauro.

Reconhecido como um dos grandes atores de sua época, o francês rodou cerca de 80 filmes, eternizando na memória dos apaixonados pela sétima arte suas interpretações, principalmente, de anti-heróis carismáticos. Belmondo realizou diversas parcerias durante a Nouvelle Vague – um dos movimentos mais significativos e inovadores da história do cinema – com o diretor francês Jean-Luc Godard, em filmes como Acossado (1960) e O Demônio das Onze Horas (1965), marcando uma era de um modelo cinematográfico nunca visto antes.

Belmondo trouxe características expressivas na esfera da atuação, em uma época que o cinema europeu começaria a andar com as próprias pernas, fugindo do habitual modelo hollywoodiano clássico. Segundo Vítor Miranda, o ator criou a sua própria imagem emblemática: “Ele pegava todo o charme dos grandes ídolos de Hollywood e trazia uma nova roupagem francesa única. Basicamente, todos os homens queriam ser como ele e todas as mulheres o viam como um símbolo sexual. Ele provocava uma identificação muito forte com o público, além de trabalhar com diretores muito inteligentes que sabiam explorar essa iconografia”, explica Miranda.

Governo de Minas Gerais e a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado, apresentam a Mostra Belmondo: O Magnífico. A mostra tem a correalização da APPA – Arte e Cultura, patrocínio máster da CemigAngloGold Ashanti e Unimed-BH / Instituto Unimed-BH¹, por meio das Leis Estadual e Federal de Incentivo à Cultura, e patrocínio ouro da Codemge – Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais. Conta ainda com a parceria da Cinemateca da Embaixada da França no Brasil, da Embaixada da França no Brasil e do Institut Français.

¹ O patrocínio da Unimed-BH / Instituto Unimed-BH é viabilizado pelo incentivo de mais de cinco mil médicos cooperados e colaboradores.

A Fundação Clóvis Salgado é integrante do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult) que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e de cultura em transversalidade com o turismo. Trabalhando em rede, as atividades dos equipamentos parceiros ao Circuito buscam desenvolvimento humano, cultural, turístico, social e econômico, com foco na economia criativa como mecanismo de geração de emprego e renda, além da democratização e ampliação do acesso da população às atividades propostas.

 

O Homem do Rio (1964)

Filmes que exalam sexualidade e filosofia – A programação da mostra exibe 4 filmes que manifestam a magnitude do ator nas telas de cinema. A mostra tem início na quinta-feira (30), com as exibições de Léon Morin – O Padre (1961), às 16h, e Técnica de um Delator (1962), às 19h, ambos dirigidos por Jean-Pierre Melville. “São dois papéis diferentes de Belmondo, mas percebemos que ele tinha essa aura de uma pessoa charmosa e uma persona muito forte. Vale ressaltar também, que o longa ‘Técnica de um Delator’ serviu de grande inspiração para ‘Cães de Aluguel’, de Quentin Tarantino”, relata Miranda.

Na sexta-feira (1), serão realizadas sessões de O Homem do Rio (1964), de Philippe de Broca, às 16h, e O Demônio das Onze Horas (1965) de Jean-Luc Godard, às 19h. “Esse filme [O Demônio das Onze Horas] é o exemplo de Nouvelle Vague. Vemos Belmondo contracenando com Anna Karina, que também foi um grande símbolo do movimento. Além de presenciarmos Godard trabalhando com a linguagem cinematográfica de uma forma completamente inovadora. Em ‘O Homem do Rio’, ele interpreta mais uma vez um cara descolado, e temos várias cenas filmadas aqui no Brasil, no Rio de Janeiro e em Brasília. Vai ser bem interessante para o público conferir”, conta Miranda.

No sábado (2), a mostra conta com três exibições: às 15h, Técnica de um Delator, às 17:30, Léon Morin – O Padre, e às 20:00h, O Homem do Rio. Finalizando a homenagem a um dos atores que mais marcaram a memória do público cinematográfico, a mostra encerra-se no domingo, com a exibição de O Demônio das Onze Horas, às 18h.

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Cine Humberto Mauro