Mostra | Retrospectiva Scorsese

24/01/20 - 20/02/20

Cine Humberto Mauro | Palácio das Artes | Av. Afonso Pena, 1537. Centro. Belo Horizonte

O espetador do Cine Humberto Mauro é convidado a adentrar no universo de personagens tão emblemáticos quanto seu próprio criador. Cineasta, diretor, roteirista, ator e produtor, Martin Scorsese dá o tom da próxima retrospectiva em cartaz no Cine, a partir do dia 24 de janeiro – contemplando longas de ficção e documentais, além de curtas-metragens dirigidos pelo norte-americano, a mostra conta com exibição de 35 filmes. Considerado um dos maiores diretores ainda vivos e em atividade, Scorsese é reconhecido pela extensa filmografia e por seu trabalho em prol da preservação do cinema e de sua história.

Confira a PROGRAMAÇÃO e as SINOPSES dos filmes.

Organizada pela Gerência do Cine, Retrospectiva Scorsese pega carona na recente indicação do diretor ao Oscar de Melhor Filme pelo longa O Irlandês (2019). A mostra é uma oportunidade de mergulhar nas narrativas do diretor, que traçou tantas características típicas de sua filmografia no último longa: “O Irlandês é um épico que abarca grandes pontos da careira de Scorsese, como a relação dos personagens com a máfia, a violência, as diversas possibilidades de masculinidade – tudo isso entrelaçado à uma narrativa histórica dos EUA. A mostra recupera toda a trajetória do cineasta e é uma grande oportunidade para rever esses pontos em trabalhos marcantes”, observa Vitor Miranda, que assina a organização da retrospectiva, ao lado de Bruno Hilário. Fazem parte da mostra grandes clássicos do diretor, como Taxi Driver (1976), Touro Indomável (1980), Os Bons Companheiros (1990), Cassino (1995), Gangues de Nova York (2002), O Aviador (2004), Os Infiltrados (2006), Ilha do Medo (2010), A Invenção de Hugo Cabret (2011) – que terá sessão dublada especial para o público infantil, O Lobo de Wall Street (2013) e Silêncio (2016).

American New Wave – Com uma trajetória cinematográfica diversa, Scorsese inicia a carreira dentro do movimento cinematográfico Nova Hollywood, que renovou a produção fílmica estadunidense. Após passagem por intensa crise econômica na primeira década dos anos 1960, as condições de produção da então Era de Ouro de Hollywood passaram por questionamentos. “O público ansiava por algo que dialogasse com o contexto político da época, que tratasse de temas mais ligados à vida cotidiana e uma abordagem mais realista. Daí surge um movimento que, além de prezar pela liberdade estética do diretor, representa o sentimento dos EUA na década de 1970”, explica Bruno Hilário.

Combinado ao contexto histórico da época, as produções de Scorsese dialogam fortemente com a trajetória de vida do diretor. Com descendência italiana, cresceu em Nova York rodeado pelo contexto da máfia e da violência – temas retratados de forma realista em seus longas, que exploram com primor o lado sombrio do sonho americano. O cinema de Scorsese, contudo, explora outras questões valorosas ao diretor, como a história do cinema – temática bem contemplada no longa Uma Viagem com Martin Scorsese pelo Cinema Americano (1995), que faz parte da mostra – e a trajetória de grandes estrelas da música norte-americana, como o astro do pop Michael Jackson, e as bandas The Rolling Stones e The Band.

Desvio de conduta – Os primeiros longas do diretor, Quem Bate à Minha Porta? (1967) e Sexy e Marginal (1972), já apresentavam traços de um cinema independente. Foi em sua estreia de parceria com Robert De Niro, Caminhos Perigosos (1973), que Scorsese explorou de forma mais intensa o universo da máfia, recorrente em diversas produções posteriores. A mostra também exibe os longas Alice Não Mora Mais Aqui (1974), que rendeu o Oscar de melhor atriz para Ellen Burstyn, e New York, New York (1977), musical estrelado por De Niro e Liza Minelli.

A década de 1980 foi marcada de sucessos do diretor, como Touro Indomável (1980), que rendeu à De Niro o Oscar de Melhor Ator pela interpretação do pugilista Jake La Motta. Segundo Bruno Hilário, o longa, apontado como auge na carreira do diretor, contém várias características estéticas caras ao cinema de Scorsese. “Sequências de abertura emblemáticas, câmera lenta, narração em off e fotografias que perduram entre os frames são características que marcam as narrativas do diretor”, explica.

O filme faz parte da mostra acompanhado do’ Rei da Comédia (1982), Depois de Horas (1985) e A Cor do Dinheiro (1986), longa que também rendeu o Oscar à Paul Newman como Melhor Ator. A programação continua com o polêmico A Última Tentação de Cristo (1988) e Contos de Nova York (1989), sendo o último codirigido em parceria com Francis Ford Coppola e Woody Allen.

Retrospectiva Scorsese conta ainda com os longas Cabo do Medo (1991), A Época da Inocência (1993), Kundun (1997), Vivendo no Limite (1999) e Minha Viagem à Itália (2001). A mostra também exibe, em sessões únicas, cinco curtas do diretor: What’s a Nice Girl Like You Doing in a Place Like This? (1963), It’s Not Just You, Murray! (1964), The Big Shave (1968), Michael Jackson: Bad (1987) e The Key to Reserva (2007).

História Permanente do Cinema – Nos dias 30 de janeiro e 13 de fevereiro serão exibidas sessões comentadas da mostra História Permanente do Cinema, dialogando com o cinema de Scorsese. No dia 30, o longa é Paraíso Infernal (1939), de Howard Hawks, longa aclamado do diretor, que narra um romance entre uma jovem e um piloto de aeronave. Já no dia 13, haverá sessão comentada d’O Mensageiro do Diabo (1955), de Charles Laughton, estrelado por Robert Mitchum, Shelley Winters e Lillian Gish.

Este evento tem correalização da Appa – Arte e Cultura.

Informações

Local

Cine Humberto Mauro | Palácio das Artes | Av. Afonso Pena, 1537. Centro. Belo Horizonte

Informações para o público

31 3236-7400