PERCURSO MODERNISTA | Mostra Fotográfica

15/03/22 - 10/04/22

Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard

 

O Modernismo como trajetória histórica e cultural é fonte rica e inesgotável: deve ser vivenciado, revisitado, apreciado e preservado. Essa premissa dá o tom de um caminho inédito traçado para o projeto Percurso Modernista, que proporcionará ao visitante da Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard, entre os dias 15 de março e 10 de abril de 2022, um mergulho na trajetória do movimento artístico mais marcante do século XX no Brasil.

 

No total, 22 foto-reproduções serão envolvidas por uma linha do tempo, concebida como um caminho a ser percorrido, vivenciado e apropriado pelo público. As imagens apresentam diversos acontecimentos, obras e curiosidades marcantes, estabelecendo um panorama amplo da participação e influência de intelectuais e artistas mineiros no Modernismo, como Carlos Drummond de Andrade, Rodrigo Melo Franco de Andrade e Cyro dos Anjos, entre outros.

 

O projeto também contará com o Ciclo de Debates O Percurso Modernista em Minas Gerais: Cenas e Contextos, que engloba sete mesas redondas com especialistas e pesquisadores do modernismo no Brasil. O Ciclo de Debates acontecerá na Grande Galeria, com transmissão ao vivo pelo site Modernismo em Minas.

 

Além disso, o projeto integra a programação do PROGRAMA O MODERNISMO EM MINAS GERAIS, que tem na comissão curatorial Eliane Parreiras, Epaminondas Bittencourt, Luciana Féres e Luciana Salles; e na comissão de coordenação Breno Nogueira, Eliane Parreiras, Érika Ziller, Joana Braga Reis, Júnia Alvarenga, Leonardo Guerra, Luciana Salles, Marina Emediato e Nilza Costa Silva.

 

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO

 

16/03 – (quarta-feira) – 17h – Cefart

OCUPAÇÃO MODERNISTA CEFART

Escolas de Tecnologia da Cena e de Teatro

Apresentação de Radionovela ao vivo, adaptada da obra “Ópio de Cor”, escrita por Pagu (Patrícia Galvão), feminista ícone do Modernismo Brasileiro. A radionovela, inspirada nos títulos que eram produzidos pelas rádios Inconfidência e Nacional nos anos 1950, possui direção de Geraldo Octaviano e Tomáz Mota, e atuação de Allan Andrade, Carmem Marosa, Douglas, Ellen Carolina e Y.UMI. Esta atração também é dedicada à primeira transmissão radiofônica no Brasil, que ocorreu em 1922.

 

 

17/03 – (quinta-feira) – 15h

OCUPAÇÃO MODERNISTA CEFART

Escola de Música

Apresentação dos alunos da Escola de Música – Turma de Percussão.

 

 

18/03 – (sexta-feira) – 12h

SARAU LÍRICO – Coral Lírico de Minas Gerais

O repertório celebra as obras de dois icônicos compositores de concerto nacionais, apresentando as peças Ave Maria, de Camargo Guarnieri, seguida das renomadas composições de Heitor Villa-Lobos: Duas Lendas Ameríndias, As Costureiras, Estrela do Céu é Lua Nova e Pater Noster.

 

 

19/03 – (sábado) –  16h

OCUPAÇÃO MODERNISTA CEFART

Escola de Música

Roda de Conversa: A Semana de Arte Moderna (1922) e outros modernismos na música.

Prof. Diego D’Almeida (ESMU-UEMG e CEFART) e Prof. Loque Arcanjo (ESMU-UEMG).

 

 

21/03, segunda-feira, 19h

Mesa de abertura do Ciclo de Debates e Mesa Redonda 1

Contexto e Cenas da Modernidade brasileira: cidade e sociedade

A mesa de abertura do Ciclo de Debates será realizada com a participação dos curadores que farão a apresentação da proposta conceitual do Ciclo, sua estrutura e os temas que serão abordados em cada sessão. Em seguida, terá início a primeira mesa redonda intitulada: “Contexto e Cenas da Modernidade brasileira: cidade e sociedade”, com uma perspectiva histórico-cultural que busca contextualizar, compreender e traçar um panorama dos antecedentes e raízes do Modernismo. Com abordagem multidisciplinar, a sessão versa sobre a revolução industrial e consequentemente as transformações ocorridas nas cidades e na sociedade moderna. No intuito de compreender como essas transformações afetaram o ideário cultural brasileiro e gestaram o pensamento moderno nas artes, arquitetura, urbanismo, literatura, música e demais manifestações. Traçado este panorama global, serão abordados os marcos fundamentais e os protagonistas do movimento. Essa sessão também terá como objeto o caso de Minas Gerais e sua capital, a cidade de Belo Horizonte. Essa mesa pretende contextualizar e iniciar o debate sobre os antecedentes, as origens do movimento modernista e seus desdobramentos no Brasil e em Minas Gerais. A sessão será seguida de debate com o público.

 

DEBATEDORES

João Antônio de Paula

Graduado em Economia pela UFMG, Mestre em Economia pela Unicamp, Doutor em História pela USP, Professor titular do Departamento de Ciências Econômicas da UFMG desde 1995. Foi Pró-Reitor de Extensão e de Planejamento da UFMG. Publicou recentemente os seguintes livros: O capitalismo no Brasil, uma alegria que ficou no futuro e Capítulo de História do Pensamento Econômico do Brasil”.

Ivanei da Silva

Museólogo pela UniRio, é mestre em Memória Social e Documentos pela mesma instituição. Atuou em diversos projetos de pesquisa, produção, conservação e montagem de exposições e, atualmente, trabalha na Poiesis – Instituto de Apoio à Língua, à Cultura, e à Literatura, atuando como museólogo da Rede de Museus-Casas Literários de são Paulo.

 

MEDIAÇÃO

Luciana Teixeira de Andrade

Socióloga, graduada em Ciências Sociais pela UFMG (1980), mestre em Ciência Política pela mesma instituição (1987), doutora em Sociologia pelo IUPERJ (1996) e pós-doutora no Centre for Urban Studies da Universidade de Amsterdam. É professora do Departamento de Ciências Sociais e do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da PUC Minas. Participa como conselheira do Conselho Estadual do Patrimônio Cultural do Estado de Minas Gerais e do Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte.

 

 

22/03, terça-feira, 18h

Uma ideia de Brasil: arte e arquitetura da modernidade em Minas Gerais

Palestra do Secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas Oliveira.

A Cena Urbana Moderna: Arquitetura e Patrimônio Cultural

Essa mesa apresenta uma perspectiva histórico-cultural sobre as raízes do Modernismo no campo da Arquitetura e do Urbanismo, no âmbito internacional, nacional e regional, bem como discute os principais acontecimentos do período que contribuíram para o nascedouro e o desenvolvimento do Modernismo e suas manifestações na Arquitetura e no Urbanismo em Minas Gerais. Essa sessão também coloca em pauta as origens e singularidades da preservação do patrimônio cultural brasileiro, com a criação em 1937 do órgão federal de preservação, então denominado SPHAN – Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, concomitante ao desenvolvimento do movimento moderno no Brasil. Nesta seara, no contexto nacional, os mineiros tiveram atuação de destaque, conformando um grupo em prol do modernismo, da construção da “identidade nacional” e da preservação do patrimônio histórico e artístico brasileiro. Busca proporcionar uma revisão crítica mediante a reflexão e o debate sobre as transformações urbanas e a produção arquitetônica do Modernismo em Minas Gerais, seus desdobramentos e as suas peculiaridades em relação às outras regiões do Brasil. Essa mesa coloca em pauta as especificidades, influências e inter-relações entre as manifestações do Modernismo na arquitetura e urbanismo no contexto regional de Minas Gerais, e os contextos nacional e internacional.

 

DEBATEDORES

Leonardo Barci

Professor da EA-UFMG/Belo Horizonte.

Denise Marques Bahia

Arquiteta e Urbanista e Professora da PUC/MG.

 

MEDIAÇÃO

Luciana Rocha Féres

Arquiteta e Urbanista, Doutora pela UFMG e curadora do Ciclo de Debates.

 

 

24/03, quinta-feira, 19h

A Cena Moderna: Artes Visuais

A proposta dessa mesa intitulada “A Cena Moderna: Artes Visuais” é apresentar uma perspectiva histórico-cultural e crítica acerca das raízes do Modernismo no campo das Artes Visuais e seu desenvolvimento no Brasil e em Minas Gerais. Visa apresentar e discutir os principais acontecimentos do período que contribuíram para o nascedouro e o desenvolvimento do Modernismo e suas manifestações nas Artes Visuais em Minas Gerais. A dicotomia entre a tradição e a modernidade no campo das artes visuais deve ser alvo do debate diante da produção artística do período e as tentativas de romper com o academicismo vigente, as suas principais exposições, tais como a de Zina Aita, na década de 1920, e as exposições de Arte Moderna de 1936 e de 1944, que ocorreram em Belo Horizonte. A sessão busca proporcionar uma revisão crítica mediante a reflexão e o debate sobre as manifestações artísticas do Modernismo em Minas Gerais, seus desdobramentos e as suas peculiaridades em relação às outras regiões do Brasil. Esta mesa coloca em pauta as especificidades, influências e inter-relações entre as manifestações do Modernismo nas artes visuais no contexto regional de Minas Gerais, e os contextos nacional e internacional.

 

DEBATEDORES

Renata Bittencourt

Mestre e Doutora pela UNICAMP, é Curadora do Instituto Moreira Salles, em São Paulo.

Rodrigo Vivas

Mestrado em História da Cultura pela UFMG (2001) e Doutor em História da Arte pela UNICAMP (2008), é professor da Escola de Belas Artes da UFMG.

 

MEDIAÇÃO

Renata Cristina de Oliveira Maia Zago

Professora de História da Arte, do Instituto de Artes e Design, e professora permanente do Programa de Pós-graduação em Artes, Cultura e Linguagens da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), é Mestre e Doutora em Artes Visuais pela UNICAMP.

 

 

25/03, sexta-feira, 19h

A Cena moderna: Música e Artes Performáticas

Esta mesa apresenta um panorama histórico-cultural e crítico sobre o Modernismo e suas manifestações na música e artes performáticas (artes cênicas, dança e demais linguagens) no âmbito internacional, nacional e regional. Pretende apresentar e discutir os principais acontecimentos do período que contribuíram para o nascedouro e o desenvolvimento do Modernismo e suas manifestações na música e nas artes performáticas no Brasil e em Minas Gerais. Essa sessão pretende promover uma revisão crítica, elucidar e relacionar os principais aspectos formadores do movimento artístico e as especificidades do Modernismo na música e artes performáticas.

 

DEBATEDORES

Flávia Camargo Toni

Mestre (1985) e Doutora (1989) em Artes, é Livre-Docente (2004) e Professora Titular (2009) da USP.

Sérgio Abritta

Graduado em Direito pela UFMG, é Diretor de Teatro e Dramaturgo. É duas vezes vencedor do prêmio “Cidade de Belo Horizonte”, na categoria Dramaturgia, e duas vezes ganhador do prêmio Álvaro de Carvalho, da FMC-SC também por duas vezes, na categoria Dramaturgia.

 

MEDIAÇÃO

 

 

29/03, terça-feira, 19h

A Cena Moderna: Literatura

A proposta desta mesa temática é proporcionar uma perspectiva crítica e discutir os principais acontecimentos do período que contribuíram para o nascedouro e o desenvolvimento do Modernismo no Brasil e a produção literária de Minas Gerais. A partir da década de 1920 a publicação das revistas modernistas A Revista, Leite Criôlo e Verde em Minas Gerais promovem o movimento e agitam a cena artística e cultural local, além de suscitarem o debate e correspondências entre os escritores e artistas mineiros e os escritores e idealizadores das publicações Estética e Festa do Rio de Janeiro; e as publicações Klaxon, Revista de Antropofagia, Terra Roxa e Outras Terras de São Paulo. Em uma das edições da revista Klaxon que propagava as ideias modernistas, Mário de Andrade escreveu: “Bem poderíamos em 2022 celebrar o 1º Centenário de nossa independência literária”. Transcorridos cem anos, o ciclo de debates pretende discutir os desdobramentos do movimento moderno na cena literária brasileira e o papel desempenhado pelos autores mineiros neste contexto. Essa mesa coloca em pauta as influências e inter-relações entre as manifestações do Modernismo na literatura no contexto regional de Minas Gerais, e os contextos nacional e internacional.

 

DEBATEDORES

Luiz Fernando Ruffato

Contista, romancista e poeta, o jornalista e escritor prepara o lançamento do livro “A revista Verde, de Cataguases – Contribuição à história do Modernismo” (editora Autêntica).

Vera Casa Nova

Graduada em Letras pela UERJ (1968), é Doutora em Semiologia pela UFRJ (1990). Professora da UFMG, é Pós-doutorada pela Ecole des hautes études en sciences sociales, em Antropologia da imagem, supervisionada por Georges Didi Huberman (2003).

 

MEDIAÇÃO

José Eduardo Gonçalves

Jornalista, editor, escritor e empreendedor cultural. Presidiu a Rádio Inconfidência e a Rede Minas de Televisão.

 

 

30/03, quarta-feira, 19h

A Cena Moderna: o Cinema e a Fotografia

A proposta desta mesa temática intitulada “A Cena Moderna: o Cinema e a Fotografia” é apresentar uma perspectiva histórico-cultural sobre o Modernismo no cinema e fotografia no âmbito internacional, nacional e regional. A sessão apresenta e discute os principais acontecimentos do período que contribuíram para o nascedouro e o desenvolvimento do Modernismo e suas manifestações no cinema e fotografia no Brasil e em Minas Gerais. Essa mesa versa sobre o movimento de renovação da linguagem fotográfica e do cinema. Assim, essa sessão vai abordar a produção fotográfica e cinematográfica, destacando os seus protagonistas, dentre eles o cineasta Humberto Mauro e sua contribuição para o cinema no Brasil e em Minas Gerais. A sessão pretende proporcionar uma revisão crítica mediante a reflexão e o debate sobre o cinema e a fotografia do período do Modernismo em Minas Gerais, seus desdobramentos e as suas peculiaridades. Essa mesa coloca em pauta as especificidades, influências e inter-relações entre as manifestações do Modernismo no cinema e na fotografia no contexto regional de Minas Gerais, e os contextos nacional e internacional.

 

DEBATEDORES

Carlos Augusto Calil

Gestor cultural, professor universitário, diretor de cinema e escritor. Referência no campo do audiovisual e gestor com vasta trajetória no setor público, tem passagens pela Embrafilme e pela Cinemateca Brasileira, além da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.

Eduardo Morettin

Graduado e licenciado em História (1988), mestre em Artes (1994) e doutor em Artes (2001), títulos obtidos pela USP. É Pós-doutorado pela Université Paris I (2012) e professor de História do Audiovisual da Escola de Comunicações e Artes da USP.

 

 

MEDIAÇÃO

Daniela Giovana Siqueira

Professora adjunta da UFMS, lecionando nos cursos de Audiovisual e Jornalismo. É Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Meios e Processos Audiovisuais da Escola de Comunicações e Artes da USP.

 

 

31/03 – (quinta-feira) – 18h

Cia de Dança Palácio das Artes

Intervenção de Dança.

 

 

31/03, quinta-feira – Encerramento, 19h

O legado do Modernismo e a cena contemporânea

A proposta dessa mesa é promover o fechamento do ciclo de debates mediante a reflexão crítica sobre os significados e o legado cultural do modernismo de forma abrangente, em uma perspectiva histórico-cultural que busca compreender o passado, o presente e apontar para o futuro. Pretende discutir os mitos e narrativas que foram criados e posteriormente destruídos. Com olhar multidisciplinar sobre o modernismo no Brasil e seus desdobramentos, essa sessão aborda as questões da sociedade contemporânea e seus dilemas, bem como aponta as possibilidades para o futuro.

 

DEBATEDORES

Daniel Munduruku

Possui graduação em Filosofia pela Universidade Salesiana de Lorena (1989). É doutor em Educação pela USP, instituição onde também é professor. É pós-doutor em Linguística com ênfase na Literatura Indígena, na Universidade Federal de São Carlos. É autor de 52 livros voltados para o público infantil, juvenil e educadores. É Comendador da Ordem do Mérito Cultural da Presidência da República desde 2006. É Diretor-Presidente do Instituto UKA – Casa dos Saberes Ancestrais.

Isabelle Anchieta

Doutora em Sociologia pela USP, mestre em Comunicação Social pela UFMG e jornalista pela PUC. Recebeu prêmio pela Associação Internacional de Sociologia (ISA) com apoio da UNESCO como “jovem socióloga”, em 2014. Recebeu o prêmio de Jornalista Cultural pelo Rumos Itaú Cultural, em 2008.

MEDIAÇÃO

Daniella Zupo

É jornalista, escritora e documentarista brasileira. Com mais de 20 anos de carreira nas redações de rádio e TV, trabalhou como repórter, editora de cultura e apresentadora de alguns dos principias veículos de comunicação de Minas como Rede Globo, Rádio Inconfidência e Rede Minas de Televisão, além de ter sido correspondente internacional do SBT.

 

 

1/04 – (sexta-feira) – 15h – Cefart

OCUPAÇÃO MODERNISTA CEFART | Entre Livros

Leitura Dramática e roda de conversa sobre obras da literatura brasileira modernista:

Leitura dramática, com Icaro Gilbram e Breno Rodrigues

Poemas: Consolo na praia, Quadrilha e José de Carlos Drummond de Andrade

Bate papo sobre modernismo e literatura com Mara Tavares e Lucas Teixeira

 

 

5, 6 e 7/04 – (de terça a quinta-feira) – 19h

FESTIVAL VILLA-LOBOS

Exibição de vídeos reunindo representantes da música instrumental mineira, como Gilvan de Oliveira, Família Barros, Patrícia Valadão, Celso Faria e Mauro Rodrigues, dentre outros, para homenagear o compositor, principal nome do modernismo brasileiro na música.

 

 

8/04 (sexta-feira) – 17h

OCUPAÇÃO MODERNISTA CEFART

Escola de Artes Visuais

Palestra: Viagem e Modernismo / Professor: Alexandre Ventura

Uma abordagem sobre 4 viagens de Mário de Andrade, as relações com o modernismo brasileiro, seu projeto estético, a missão de se construir uma identidade nacional e os desdobramentos na vida cultural, política e artística brasileira. Serão analisadas as viagens a Minas Gerias em 1919 e 1924; as viagens ao Norte do Brasil, em 1927, e ao Nordeste, em 1928-1929.

 

 

SAIBA MAIS SOBRE O PROJETO PERCURSO MODERNISTA

 

No total, 22 foto-reproduções serão envolvidas por uma linha do tempo, concebida como um caminho a ser percorrido, vivenciado e apropriado pelo público. As imagens apresentam diversos acontecimentos, obras e curiosidades marcantes, estabelecendo um panorama amplo da participação e influência de intelectuais e artistas mineiros no Modernismo, como Carlos Drummond de Andrade, Rodrigo Melo Franco de Andrade e Cyro dos Anjos, entre outros.

 

Foto: Paulo Lacerda

O projeto expográfico da mostra permite que o visitante percorra diferentes espaços na Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard. Inaugurando o trajeto, o público passará pela Mostra fotográfica Percurso Modernista, organizada em uma grande linha do tempo que apresenta um rico percurso de conhecimento pelo Movimento Modernista. Logo em seguida, um setor da galeria é reservado a atividades educativas do Centro de Formação Artística e Tecnológica – Cefart, além de intervenções artísticas de dança e música com participação do Coral Lírico de Minas Gerais, da Cia de Dança Palácio das Artes e de professores e coletivos do Cefart.

 

O visitante encontrará ainda uma sala especial onde ocorrerá o Ciclo de Debates e exibição de vídeos do Festival Villa-Lobos, iniciativa da produtora cultural Carminha Guerra, que reuniu representantes da música instrumental mineira como Gilvan de Oliveira, Família Barros, Patrícia Valadão, Celso Faria e Mauro Rodrigues, dentre outros, para homenagear o compositor, principal nome do modernismo brasileiro na música.

 

De acordo com Luciana Salles, diretora cultural da Fundação Clóvis Salgado, as atividades educativas são essenciais para ampliar a potencialidade do projeto. “É muito importante para nós ocupar a Grande Galeria para além de sua utilização primeira. Principalmente, pela possibilidade de oferecer atividades para diferentes públicos como o Sarau Lírico, com o Coral Lírico de Minas Gerais, a ocupação da Cia de Dança Palácio das Artes e as atividades do Cefart.  Também é providencial o encontro de instrumentistas mineiros para homenagear o mestre Villa-Lobos, pois evidencia a importância do barroco mineiro no modernismo e na formação da identidade cultural brasileira. Villa-Lobos foi influenciado pela mineiridade, assim como influenciou a música brasileira”.

 

Foto: Paulo Lacerda

 

Percurso Modernista, projeto que integra o programa O Modernismo em Minas Gerais, tem curadoria do pesquisador Epaminondas Bittencourt, celebra o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, em uma parceria entre Governo de Minas Gerais, Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, Fundação Clóvis Salgado, Ministério Público de Minas Gerais e APPA Arte e Cultura.

 

O projeto também contará com o Ciclo de Debates O Percurso Modernista em Minas Gerais: Cenas e Contextos, que engloba sete mesas redondas com especialistas e pesquisadores do modernismo no Brasil. O Ciclo de Debates acontecerá na Grande Galeria, com transmissão ao vivo pelo site Modernismo em Minas.

 

Segundo Eliane Parreiras, presidente da Fundação Clóvis Salgado, o projeto Percurso Modernista vai presentear os cidadãos mineiros com um recorte inédito sobre o Modernismo e oportunidade rara de conhecimento e reflexão. “Com uma curadoria atenta e repleta de contribuições para a análise do modernismo brasileiro, revisitamos importantes registros do movimento em Minas Gerais. E, ainda, estabelecemos um caminho cheio de oportunidades para reflexão de nossas identidades e do modernismo na contemporaneidade. A mostra compõe um amplo programa cultural, com um calendário intenso de ações ao longo do ano no Palácio das Artes. Estamos imensamente felizes com essa parceria com o Ministério Público de Minas e com a possibilidade de aprofundar a reflexão e difundir a significativa participação de Minas Gerais nesse importante movimento cultural”.

 

Foto: Paulo Lacerda

Há cem anos – As primeiras décadas do século XX foram marcadas por profundas transformações sociais e culturais. O crescimento da sociedade industrial, os avanços revolucionários na tecnologia e a rápida urbanização geraram novas expressões no domínio das artes, da cultura e do senso estético, abarcando, de modo amplo, as relações humanas, os modos de viver e as paisagens urbanas em constante transformação.

 

De acordo com Epaminondas Bittencourt, na literatura, na música, na arquitetura e nas artes plásticas, a vanguarda formada no continente europeu estabeleceu múltiplos conceitos que foram compartilhados, recusados ou enriquecidos pelos mais variados atores culturais nas diversas localidades urbanas onde uma nova sociedade emergia. Um amplo movimento que culminou na Semana de Arte Moderna de 1922 em São Paulo, agregou artistas locais do Rio de Janeiro, de Pernambuco, do Rio Grande do Sul, de Minas Gerais, além de alguns estrangeiros que acabaram se radicando no país. “A mostra ‘Percurso Modernista’, proporciona ao visitante uma trajetória por diversos conteúdos sobre o movimento, elucidando a participação de Minas Gerais e os seus reflexos ao longo do último século”, conta Epaminondas.

 

Minas Gerais: modernismo revisto – Na Semana de 1922, dois mineiros estiveram presentes apresentando seus trabalhos: a pintora de Belo Horizonte Zina Aita (1900 – 1967) e o poeta de Montes Claros Agenor Barbosa (1896 – 1976). Aita tinha realizado sua primeira exposição individual em Belo Horizonte em 1920. A jovem capital mineira vivia uma efervescência cultural proporcionada por uma geração diferenciada e incomodada com as grandes transformações sociais e urbanas. Eram comuns os encontros diários na Rua da Bahia, no Bar do Ponto, nas livrarias, no Café Estrela, na Universidade e nos logradouros públicos. Entre os seus diversos integrantes estavam Carlos Drummond de Andrade, Pedro Nava, Francisco Campos, Milton Campos, Abgar Renault, Mário Casasanta, Gustavo Capanema, Juscelino Kubitschek, Rodrigo Melo Franco de Andrade, Emílio Moura, Cyro dos Anjos, Ascânio Lopes, Gabriel Passos e João Alphonsus de Guimaraens. Durante década de 1920, eles seriam responsáveis pelo lançamento de publicações e expressões culturais de grande relevância como “A Revista” e “Leite Criôlo”, em Belo Horizonte, as revistas “Verde”, em Cataguases, e a “A Montanha”, em Ubá.

 

Nas décadas seguintes, as grandes transformações de Belo Horizonte seriam estendidas para todo o Brasil nos variados domínios das artes, influenciando a cultura brasileira via relações construídas na cidade e no estado na década de 1920. É o caso da construção da política educacional, cultural, do reconhecimento e preservação do patrimônio histórico e artístico nacional até a revolução no urbanismo e na arquitetura sintetizadas no Conjunto Moderno da Pampulha, na década de 1940, e na construção de Brasília, na década de 1960.

 

Foto: Paulo Lacerda

 

Inconfidências Modernistas – Uma homenagem para não deixar em branco a passagem de uma data tão significativa para o nosso país: é assim que Aurélio H. dos Santos e Leandro Vilar definem a instalação “Inconfidências Modernas: 1922”. A obra integra a exposição Percurso Modernista, na Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard.

 

Quando os artistas se deram conta de que viveriam o ano que marca o centenário da semana de 22, decidiram criar a instalação para homenagear os artistas, ídolos e pioneiros que abriram tantas portas para as próximas gerações, conhecido como o “grupo dos cinco”.

 

A instalação é composta por 6 painéis de veludo bordados à mão com lã, trazendo reproduções dos autorretratos de Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Menotti del Picchia, e os retratos de Oswald de Andrade (pintado por Tarsila) e o de Mário de Andrade (pintando por Anita). A obra conta, ainda, com a reprodução do cartaz da Semana de 22 criado por Di Cavalcanti.

 

Responsáveis pelo Atelier Dois Capelistas, em Ouro Preto, Aurélio e Leandro vieram de outras paragens para viver, criar e recriar em Minas Gerais. Agora, fazem referência a Oswald de Andrade, no texto apresentado pelo escritor em 1944 durante a Semana de Arte de Belo Horizonte: “A semana de arte moderna marcou a maioridade do Brasil, mas foi prenunciada pela inconfidência mineira”, lembram.

 

Foto: Paulo Lacerda

Nesse sentido, a instalação busca reforçar o paralelo entre os modernistas e os inconfidentes observado por Oswald, uma obra que representa essa união “imaginária” que só poderia ocorrer num espaço/tempo paralelo, como numa espécie de portal.

 

De acordo com Aurélio H. dos Santos e Leandro Vilar, o trabalho é um emaranhado que mescla duas gerações de heróis. “Aqui, Oswald é Tomás Antônio Gonzaga. Tarsila é Maria Dorotéia. Não foi Tarsila uma das musas de Oswald? Esses modernos eram tão modernos que até shippavam o casal quando isso nem era comum. Eles se chamavam de ‘Tarsiwald’. É muito modernismo!”, brincam.

 

O programa O Modernismo em Minas Gerais é financiado com recursos do Fundo Especial do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (FUNEMP) e executado por meio do Contrato de Gestão com a APPA. O FUNEMP busca, além de aperfeiçoar as funções institucionais do Ministério Público, caso da modernização e obtenção dos meios necessários para o combate ao crime organizado, a reconstituição de bens lesados e a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos, dar suporte financeiro a programas, projetos e ações de interesse social. O valor de R$ 2,470 milhões investidos no programa O Modernismo em Minas Gerais se soma aos investimentos orçamentários do Governo do Estado e de outros importantes parceiros privados da Fundação Clóvis Salgado.

 

A Fundação Clóvis Salgado é integrante do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult) que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e de cultura em transversalidade com o turismo.

 

Foto: Paulo Lacerda

O Percurso Modernista em Minas Gerais: Cenas e Contextos

Com curadoria de Luciana Féres, o Ciclo irá discutir e registrar o protagonismo e o significado da participação de Minas Gerais no Movimento Modernista, refletindo sobre seus desdobramentos até a contemporaneidade. Conceitualmente concebido em uma perspectiva multidisciplinar, histórica e crítica para discutir e entrelaçar o passado, o presente e apontar para o futuro, a proposta pretende desvelar e aprofundar as reflexões sobre o Modernismo.

 

De acordo com Luciana Féres, a proposta do Ciclo de debates é promover uma revisão crítica do Movimento Moderno e suas manifestações e desdobramentos nos diversos campos da cultura, abarcando as artes visuais, artes performáticas, arquitetura, patrimônio cultural, música, cinema, fotografia e literatura. “O estado de Minas Gerais e sua capital desempenharam grande protagonismo no desenrolar da cena moderna brasileira e este Ciclo de debates pretende lançar luz a esses contextos e especificidades. Concebido como um ciclo que não se encerra, mas que deve ser sempre repensado, a leitura e a interpretação da cena moderna em Minas são fontes inesgotáveis de pesquisa e aprendizado”.

 

Os debates pretendem abordar acontecimentos significativos que ocorreram em território mineiro antes da Semana de Arte Moderna de 1922, tais como a viagem de Mário de Andrade à cidade de Mariana, em maio de 1919, e sua visita ao poeta Alphonsus de Guimaraens. Nesta viagem, Mário de Andrade se encanta e encontra na arte de Aleijadinho a “verdadeira arte brasileira”. A construção histórica dessa narrativa teve reverberações em diversos campos da produção cultural brasileira, abarcando a literatura, as artes visuais, a arquitetura, a música e a política de preservação do patrimônio histórico e artístico nacional. Essa e tantas outras curiosidades serão abordadas por diversos pesquisadores e escritores.

 

 

Informações

Local

Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard

Horário

Terça a sábado: 9h30 às 21h

Domingo: 17h às 21h

Classificação

Livre

Informações para o público

(31) 3236-7400