Sinfônica e Lírico ao Meio-dia e Em Concerto | Chico-Rei e a Confraria do Rosário

21/03/23 - 22/03/23

Grande Teatro Cemig Palácio das Artes

A Orquestra Sinfônica de Minas Gerais (OSMG) e o Coral Lírico de Minas Gerais (CLMG), corpos artísticos da Fundação Clóvis Salgado, novamente se unem para realizar um grandioso concerto em homenagem à música brasileira. O concerto Chico-Rei e a Confraria do Rosário faz parte da série Concertos da Liberdade – Sinfônica e Lírico ao Meio-Dia e Sinfônica e Lírico em Concerto, e traz ao público a célebre obra dos compositores Heitor Villa-Lobos (1887-1959) e Francisco Mignone (1897-1986). As apresentações serão conduzidas pela maestra Ligia Amadio, regente-titular da OSMG, e ocorrem no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, com classificação indicativa livre. Trechos do repertório, que inclui algumas das obras mais emblemáticas da música nacional, serão interpretados primeiro no dia 21 de março (terça-feira), ao meio-dia, com entrada gratuita. Já no dia seguinte, 22 de março (quarta-feira), acontece a apresentação completa, em um concerto de gala às 20h, com ingressos a preços populares.

 

ACESSE O PROGRAMA

 

O concerto se inicia com a peça Bachianas nº 4, de Heitor Villa-Lobos. As Bachianas são obras escritas em homenagem ao alemão Johann Sebastian Bach (1685-1750), um dos maiores compositores de todos os tempos. A segunda peça é o Maracatu de Chico-Rei, criada por Francisco Mignone. A obra é baseada na lenda de Chico-Rei, registro oral sobre o período escravista brasileiro. A interpretação da obra é também uma homenagem ao Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, comemorado anualmente no dia 21 de março, juntamente ao Dia Internacional Contra a Discriminação Racial. Finalizando o concerto, o repertório de Villa-Lobos volta com uma de suas obras mais conhecidas, Choros nº 10 – Rasga Coração.

 

Ministério do Turismo, Governo de Minas Gerais e Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado, apresentam o Concerto Brasileiro, que têm correalização da APPA – Arte e Cultura, patrocínio master da Cemig, ArcellorMittal, AngloGold Ashanti e Usiminas, por meio das Leis Estadual e Federal de Incentivo à Cultura.

 

Talento absoluto no coração da brasilidade As nove Bachianas Brasileiras foram escritas entre 1930 e 1945, influenciadas pela música de Bach e mesclando o estilo de composição do autor europeu com material folclórico brasileiro, em especial a música caipira. As obras trazem desde a influência das marcantes fugas de Bach até as melodias que representam a natureza brasileira. A peça Bachianas nº 4, de Heitor Villa-Lobos, será a primeira a ser apresentada em Chico-Rei e a Confraria do Rosário. Composta primeiro para piano entre 1930 a 1941, e com versão orquestral datada de 1941, a obra contém um total de quatro movimentos. O mais conhecido deles é o primeiro, chamado Prelúdio, no qual tocam apenas as cordas, que executam uma melodia doce e melancólica.

 

Retornando ao talento do ícone modernista, o programa termina com outra criação memorável do autor, o Choros nº 10 – Rasga Coração. Composta em 1926 como parte de uma série de 14 peças criadas entre 1920 e 1929, a obra traz elementos de percussão brasileiros que conferem à música, essencialmente modernista, cadências semelhantes às do baião e do samba. A peça, que é uma das obras de Villa Lobos mais reconhecidas e aplaudidas no mundo inteiro, é dividida em duas partes: na primeira, a Orquestra Sinfônica executa temas caracteristicamente brasileiros, de caráter bem ritmado. Já em um segundo momento, o Coral Lírico se junta à Orquestra trazendo a melodia de uma canção popular, Yara, do compositor e maestro carioca Anacleto de Medeiros (1866-1907).

 

Em meio a duas obras de Villa-Lobos, considerado o grande expoente da música erudita brasileira, está outro compositor que, mesmo não sendo tão celebrado, deixou imensas contribuições para o repertório clássico nacional: Francisco Mignone. O Maracatu de Chico-Rei é a peça mais importante desse compositor, na qual ele carrega a música com uma essência brasileira muito forte. Ambientada na Minas Gerais do século XVI – mais precisamente no ano de 1740 –, a história contada na obra tem como figura central Chico-Rei, um monarca africano nascido no Congo, que foi trazido para a cidade de Ouro Preto como escravo. Ele trabalhou na “Mina da Encardideira” (posteriormente rebatizada como “Mina do Chico-Rei”), onde acumulou o ouro que mais tarde foi suficiente para pagar sua alforria e a de seus conterrâneos.

 

Originalmente criada como um bailado (balé) em 1933, é comum que a obra seja interpretada sem o recurso da dança. A história que a peça conta está intensamente ligada à própria trajetória do Brasil enquanto nação, assim como como as outras obras. Tanto o Maracatu quanto o Choros nº 10 são obras extremamente brasileiras, de caráter nacionalista, que falam justamente sobre o país. O público vai perceber esse caráter rítmico, de tradição indígena, pode-se dizer. No caso do Maracatu, mais voltado para as questões afro-brasileiras. Já o Choros nº 10, embora o texto não seja retirado efetivamente de nenhum dialeto indígena, remete muito às línguas desses povos. Nessas duas obras os compositores buscaram trazer elementos estritamente brasileiros, algo bem diferente daquilo que as pessoas estão acostumadas a ouvir em concertos tradicionais com música europeia. O público vai ter a oportunidade de ver um concerto muito especial, cem por cento brasileiro, de compositores que realmente pensaram em trazer para sua obra a brasilidade: a cultura afro-brasileira e a cultura indígena.

 

Programa:

Bachianas Brasileiras nº 4, de Heitor Villa-Lobos

Prelúdio (Introdução)

Coral (Canto do Sertão)

Ária (Cantiga)

Danza (Miudinho)

 

Choros nº 10 – Rasga o Coração, de Heitor Villa-Lobos

 

 INTERVALO

 

Maracatu de Chico-Rei, de Francisco Mignone

Introdução

Chegada do Maracatu

Dança das Mucambas

O Príncipe Dança

Dança dos três Macotas

Dança de Chico-Rei e da Rainha N’Ginga

Dança do Príncipe Samba

Dança dos seis escravos

Dança dos Príncipes Brancos

Dança Final

 

Orquestra Sinfônica de Minas Gerais – Considerada uma das mais ativas do país, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais cumpre o papel de difusora da música erudita, diversificando sua atuação em óperas, balés, concertos e apresentações ao ar livre, na capital e no interior de Minas Gerais. Criada em 1976, foi declarada Patrimônio Histórico e Cultural do Estado de Minas Gerais em 2013. Participa da política de difusão da música sinfônica promovida pelo Governo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado, a partir da realização dos projetos Concertos no Parque, Concertos Comentados, Sinfônica ao Meio-Dia, Sinfônica em Concerto, além de integrar as temporadas de óperas realizadas pela FCS. Mantém permanente aprimoramento da sua performance executando repertório que abrange todos os períodos da música sinfônica, além de grandes sucessos da música popular. Seu atual regente titular é Silvio Viegas e André Brant ocupa a função de regente assistente.

 

Coral Lírico de Minas Gerais – Criado em 1979, o Coral Lírico de Minas Gerais recebeu o título de Patrimônio Histórico e Cultural do Estado em janeiro de 2019. Interpreta repertório diversificado, incluindo motetos, óperas, oratórios e concertos sinfônico-corais. Além de integrar as temporadas de óperas da FCS, participa das séries Lírico ao Meio-dia, Lírico em Concerto, Lírico Sacro e Sarau Lírico. O Coral Lírico de Minas Gerais teve como regentes os maestros Luiz Aguiar, Marcos Thadeu Miranda Gomes, Carlos Alberto Pinto Fonseca, Ângela Pinto Coelho, Eliane Fajioli, Silvio Viegas, Charles Roussin, Afrânio Lacerda, Márcio Miranda Pontes e Lincoln Andrade, sendo Lara Tanaka sua atual regente.

 

Ligia Amadio – Uma das mais destacadas regentes brasileiras da atualidade. Notabilizou-se internacionalmente por sua reconhecida exigência artística, seu carisma e suas vibrantes performances. Sua atuação estende-se por América, Europa e Ásia. Dentre os prêmios que recebeu, pode-se destacar: Concurso Internacional de Tóquio (1997), II Concurso Latino-Americano em Santiago do Chile (1998), APCA (2001), Prêmio Carlos Gomes (2012), Ordem de Rio Branco (2018), Prêmio Alumni USP (2022). Ligia Amadio atuou como regente titular e diretora artística das seguintes orquestras: no Uruguai, da Filarmônica de Montevidéu; na Colômbia, da Filarmônica de Bogotá; na Argentina, da Filarmônica de Mendoza e da Sinfônica da Universidade Nacional de Cuyo; no Brasil, da Orquestra Sinfônica Nacional, da Sinfônica de Campinas e da OSUSP. A Maestra Amadio acaba de ser convidada para assumir o mesmo cargo à frente da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e fará seu primeiro concerto no emblemático dia 8 de março. Ligia Amadio lidera o Movimento Mulheres Regentes, que realizou 3 Simpósios Internacionais desde 2016, e organiza neste momento sua 4ª. edição, que terá lugar em Buenos Aires. Sua discografia reúne 11 CDs e 5 DVDs. Completou graduação na POLI-USP e na UNICAMP, mestrado na UNICAMP, e doutorado na UNESP. Sua formação também incluiu os mais importantes cursos internacionais de regência orquestral em: Áustria, Holanda, Hungria, Itália, República Tcheca, Rússia e Venezuela.

Informações

Local

Grande Teatro Cemig Palácio das Artes

Horário

Dia 21/03 às 12h

Dia 22/03 às 20h

Classificação

Livre

Informações para o público

3236-7400