Sinfônica em Concerto – Regente convidado: André Brant

05/06/19

Grande Teatro | Palácio das Artes | Av. Afonso Pena, 1537. Centro. Belo Horizonte

No dia 5 de junho, quarta-feira, às 20h30, a Fundação Clóvis Salgado revigora a atuação dos seus corpos artísticos buscando parceria inédita com os profissionais do Centro de Formação Artística e Tecnológica – Cefart, em mais uma edição da série Sinfônica em Concerto. Para reger a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais – OSMG foi convidado o maestro André Brant, regente titular do Coral Infantojuvenil e professor de Práticas Coletivas da Escola de Música do Cefart. André formou-se bacharel em regência na Universidade Federal de Minas Gerais e mestre em regência orquestral e correpetição na Hochschule für Musik em Dresden, na Alemanha. Para este concerto, escolheu repertório especial com obras de Mozart, Weber e Schumann.

A Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, mais uma vez, mostrará toda sua versatilidade ao interpretar obras-primas da música austríaca e alemã. Os concertos se dividem em dois momentos distintos: um repertório dedicado às aberturas operísticas e outro voltado para uma composição sinfônica.

Trechos das composições serão interpretados na terça-feira, 4 de junho, ao meio-dia, com entrada gratuita. Na ocasião, algumas pessoas da plateia serão convidadas para assistir ao concerto no palco. Trata-se do projeto De Dentro do Palco, uma proposta do regente titular da OSMG, Silvio Viegas, que visa aproximar o público e os músicos, ampliando, assim, a difusão da música erudita. Já a versão integral das obras será apresentada no concerto de gala, na quarta-feira, às 20h30, com ingressos a R$20 (inteira) e R$10 (meia-entrada).

 

Da formação aos palcos profissionais – A Fundação Clóvis Salgado, por meio da Diretoria de Produção Artística, convidou André Brant para reger os concertos. Essa é uma iniciativa que visa ampliar o diálogo entre os diferentes pilares culturais da Instituição e, assim, permitir que os corpos artísticos e os profissionais que atuam na formação de novos artistas atuem de maneira integrada.

Para Cláudia Malta, diretora de Produção Artística, esse é um momento importante e que vai além da execução de um belo repertório. “Esse convite ao André Brant é muito oportuno, primeiro porque estamos oferecendo a ele a oportunidade de reger uma orquestra profissional. Em segundo lugar, e não menos importante, o diálogo da Sinfônica com outros regentes é muito interessante do ponto de vista técnico, já que cada maestro traz uma assinatura nova, uma abordagem diferente para nossos músicos. Isso eleva, sempre, a qualidade do que fazemos”, destaca.

Em sua estreia à frente da Orquestra, o maestro André Brant revela que possui uma certa intimidade com as obras que integram o repertório, pois passou um período da vida estudando música na Europa, principalmente na Alemanha, onde morou por mais de cinco anos. “Escolhi essas composições porque elas têm grande influência na minha formação como maestro. Então, penso que seriam ótimas opções para minha estreia junto com a OSMG”, revela.

Mesmo já tendo regido outras orquestras profissionais no Brasil e no exterior, André Brant pontua que esse é um momento desafiador em sua carreira como regente, já que está acostumado a trabalhar a música sinfônica nos níveis de formação. “Existe uma diferença sutil entre o aluno e o músico profissional. Orquestras Sinfônicas, normalmente, demandam mais pragmatismo, o que não é tão comum quando você está à frente de um grupo que ainda está aprendendo. Todos esses detalhes tornam a regência ainda mais desafiadora”.

 

Da Áustria a Alemanha – A primeira peça a ser executada é a abertura da ópera O Rapto do Serralho, de Mozart. Essa, inclusive, é uma peça que nunca foi regida por André Brant, que a considera um desafio. “Mozart é um compositor que não é fácil de ser executado, há muitos detalhes. Esta é, também, uma responsabilidade muito grande, pois vou reger pela primeira vez essa obra, que será apresentada por uma das orquestras sinfônicas mais importantes do país”, pontua.

O Rapto do Serralho é, na verdade, um singspiel, um estilo que mistura partes cantadas com textos falados e representa a escrita operística tipicamente alemã da época, como explica André Brant. O maestro também conta que, quando Mozart compôs essa ópera em Viena, ele pretendia atrair o grande público da capital, pois havia acabado de se mudar para essa cidade.

“Para tanto, ele utilizou na composição desta obra várias fórmulas operísticas populares. A abertura de ‘O Rapto do Serralho’ apresenta um caráter bastante enérgico com a utilização de diversos instrumentos de percussão, fato pouco comum entre suas aberturas”, destaca.

Em seguida, a OSMG interpreta a abertura de O Franco Atirador, de Weber. Essa obra, que foi composta na cidade de Dresden no início do século XIX, é um dos marcos do romantismo alemão. Brant explica que a composição serviu de inspiração para inúmeros outros compositores, dentre eles Richard Wagner.

O Franco Atirador, assim como O Rapto do Serralho, também é um singspiel. Nessa abertura composta por Weber é possível identificar temas que serão utilizados ao longo da ópera, o que seria uma ideia embrionária da técnica de leitmotiv, melodias temáticas para identificar momentos-chave da ópera”, comenta Brant.

Sinfonia nº 3 ou “Sinfonia Renana”, de Schumann, encerra o programa dos concertos. André Brant lembra que Schumann compôs essa sinfonia na cidade de Düsseldorf no ano de 1850, período que foi considerado pelo próprio compositor como o mais produtivo. Ao contrário da maioria das sinfonias da época, a obra possui cinco movimentos, sendo que o quarto e o quinto devem ser executados ininterruptamente.

“O primeiro movimento é claramente inspirado na Sinfonia nº 3, de Beethoven. Schumann utiliza a mesma tonalidade e a mesma fórmula de compasso do primeiro movimento da ‘Eroica’. O segundo movimento foi inicialmente intitulado ‘Manhã no Reno’. É um tema com variações, sendo que a melodia inicial é baseada no Ländler alemão, que é uma dança popular daquele país”, pontua Brant.

O maestro também explica que o terceiro movimento da composição é a parte mais lírica da sinfonia. “O compositor utiliza as clarinetas e os fagotes quase como instrumentos solistas. No quarto movimento, Schumann faz uma alusão à catedral de Colônia, utilizando, a partir deste ponto da obra, os trombones, para dar um tom mais solene. No quinto e último movimento, a peça retoma o caráter mais vivo e alegre do início da obra”, destaca.

 

Orquestra Sinfônica de Minas Gerais – Criada em 1976, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, é considerada uma das mais ativas Orquestras do país. Em 2013, foi declarada Patrimônio Histórico e Cultural do Estado de Minas Gerais. Em permanente aprimoramento da sua performance, a OSMG cumpre o papel de difusora da música erudita, diversificando sua atuação em óperas, balés, concertos e apresentações ao ar livre, na capital e no interior de Minas Gerais. Como iniciativas de destaque, podem ser citadas as séries Concertos no Parque, Sinfônica ao Meio-dia e Sinfônica em Concerto, além da Sinfônica Pop que apresenta grandes sucessos da música popular brasileira com arranjos orquestrais. Em 2016, Silvio Viegas assumiu o cargo de regente titular da OSMG. Antes dele, foram responsáveis pela regência: Wolfgang Groth, Sérgio Magnani, Carlos Alberto Pinto Fonseca, Aylton Escobar, Emílio de César, David Machado, Afrânio Lacerda, Holger Kolodziej, Charles Roussin, Roberto Tibiriçá e Marcelo Ramos.

 

André Brant – Natural de Belo Horizonte, André Brant formou-se bacharel em regência na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na classe dos professores Charles Roussin e Silvio Viegas. Formou-se mestre em regência orquestral e correpetição na Hochschule für Musik (Escola de Música) de Dresden, na Alemanha, na classe de Christian Kluttig e de Stefen Leißner. Já trabalhou como regente em diversos países na Europa, tais como: Alemanha, Lituânia, Itália e República Tcheca. Também já regeu em vários concertos no Brasil. Tem se destacado atualmente como regente e pianista acompanhador em produções operísticas, dentre as quais: “Cosi fan Tutte” de Mozart, “Falstaff” de Verdi, “Das Tapfere Schneiderlein” de Mitterer, “Hänsel und Gretel” de Humperdinck, “Livietta e Tracollo” de Pergolesi e “Rita” de Donizetti, “O Segredo de Susanna” de Wolf-Ferrari, “La Cambiale di Matrimonio” de Rossini, dentre outras. Em 2014, foi bolsista do 45° Festival de Inverno de Campos de Jordão. Realizou masterclasses de regência com renomados maestros, dentre os quais: Jorma Panula, John Neschling, Robert Spano, Lanfranco Marceletti, Marin Alsop, Giancarlo Guerrero e Osvaldo Ferreira. Desde 2015 atua como diretor musical da Cia Mineira de Ópera, com a qual realizou em 2016 uma temporada de ópera no Teatro Raul Belém Machado.

 

PROGRAMA

Abertura – O Rapto do Serralho
Wolfgang Amadeus Mozart

Abertura O Franco Atirador
Carl Maria von Weber

Intervalo

Sinfonia nº 3
Robert Schumann

 

Este evento tem correalização da APPA – Arte e Cultura. 

Informações

Local

Grande Teatro | Palácio das Artes | Av. Afonso Pena, 1537. Centro. Belo Horizonte

Horário

20h30

Duração

1h

Classificação

LIVRE

Informações para o público

(31) 3236-7400