Sinfônica em Concerto | Alexis Soriano

22/05/19

Grande Teatro | Palácio das Artes | Av. Afonso Pena, 1537. Centro. Belo Horizonte

A Orquestra Sinfônica de Minas Gerais se apresenta em mais uma edição da série Sinfônica em Concerto, desta vez sob a regência do maestro espanhol Alexis Soriano. No repertório, Sinfonia nº 3, do alemão Johannes Brahms e Sinfonia nº 3, do finlandês Jean Sibelius. Nesta edição, a série tem parceria da Fundação Clóvis Salgado com o Instituto Cervantes de Belo Horizonte e a Embaixada da Espanha no Brasil.

Segundo Cláudia Malta, diretora de Produção Artística da Fundação Clóvis Salgado, esta parceria representa o compromisso da FCS com a formação e a ampliação de vínculos entre artistas e instituições de diferentes países. “Acreditamos que, assim, podemos contribuir para a circulação da música erudita e da arte como um todo”, ressalta a diretora.

Para Soriano, esse diálogo é fundamental para o conhecimento do outro em um mundo globalizado. “As Instituições representam uma sociedade e devem estar envolvidas na difusão de manifestações artísticas de qualidade. Nesse sentido, a música é a expressão máxima do diálogo, já que sua linguagem é universal e apela à emoção e à natureza humana”, comenta Soriano.

Com entrada gratuita, na terça-feira, 21 de maio, às 12h, serão apresentados trechos das obras na série Sinfônica ao Meio-Dia. Na ocasião, algumas pessoas da plateia serão sorteadas para assistir ao concerto do palco. Trata-se do projeto De Dentro do Palco, uma sugestão do regente titular da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, Silvio Viegas, que visa aproximar o público da Orquestra e, assim, ampliar a difusão da música erudita.

Já a versão integral das obras será executada no dia seguinte, na quarta-feira, 22 de maio, às 20h30. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada).

Reflexões musicais – Com repertório que referencia a tradição do norte da Europa, os concertos foram pensados para despertar uma reflexão sobre a condição humana. “Por um lado, temos a música mais introspectiva, épica e enigmática de Sibelius, com suas rajadas típicas. Em Brahms encontramos uma ode pastoral, às vezes enérgica e filosófica. Ambas são importantes sinfonias e que demonstram a maturidade de seus compositores”, explica o maestro, que elaborou o programa especificamente para a OSMG.

De acordo com Soriano, a obra de Sibelius leva a Orquestra e o público às lutas, aos naufrágios e aos dias de pouca luz solar vividos pelos Vikings. “Essa dureza aparente desaparece por alguns instantes e abre caminho para um breve raio de sol intenso. Assim, surgem temas mais líricos, mas sempre contidos. É uma música que lembra a vida dura das terras do Norte, tratando do essencial de maneira direta e simples”, descreve. “Brahms também fala de contenção, mas nele tudo é mais ordenado, dignamente alemão dentro de sua requintada genialidade musical”.

Os movimentos da Sinfonia nº 3 de Brahms são mais distantes entre si e são vistos de maneira mais reflexiva. “Há, também, suas explosões coléricas características: no primeiro, vemos o impulso, a juventude, o trabalho, a luta e uma resolução ambígua das dificuldades que permanecerão. Para mim há um caráter pastoral, especialmente no Andante, que nasce do simples tema da madeira, uma pura música de câmara e um silencioso céu azul, sobre o qual apenas nuvens cinzentas voam antes da recapitulação”, conta Soriano, ressaltando o sentido trágico sempre presente em Brahms e que antecipa um tom exuberante e, às vezes, pomposo.

Descrevendo o terceiro movimento da Sinfonia como um caminho pedregoso, o maestro enxerga um caráter de dúvida no fim da obra. “Trata-se uma paisagem em mutação que alterna o cotidiano com o irreal, sutilmente levando-nos à exposição final antes de um limbo, no qual a harmonia nos submerge delicadamente em um purgatório de onde não se sabe se vamos sair purificados”, observa.

Relação atenciosa – De volta à Fundação Clóvis Salgado depois de quatro anos, o maestro Alexis Soriano chega a Belo Horizonte com alegria, ressaltando que gosta de construir relações duradouras com as Orquestras com as quais trabalha e pensar em programas para cada uma delas. “O contato humano com a Orquestra Sinfônica e o calor, otimismo e sensibilidade do Brasil me seduziram”, conta. “O Palácio das Artes parece-me um magnífico templo para a sede da Orquestra e também para outras manifestações artísticas, além de acolher um público variado e entusiasta. Acredito que a Fundação tem uma programação estimulante em cinema, dança e música, e é uma das marcas identitárias de Belo Horizonte”, celebra Soriano. Em 2015, regeu a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, no Palácio das Artes, para celebrar o Dia da Espanha.

Orquestra Sinfônica de Minas Gerais – Criada em 1976, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, é considerada uma das mais ativas Orquestras do país. Em 2013, foi declarada Patrimônio Histórico e Cultural do Estado de Minas Gerais. Em permanente aprimoramento da sua performance, a OSMG cumpre o papel de difusora da música erudita, diversificando sua atuação em óperas, balés, concertos e apresentações ao ar livre, na capital e no interior de Minas Gerais. Como iniciativas de destaque, podem ser citadas as séries Concertos no Parque, Sinfônica ao Meio-dia e Sinfônica em Concerto, além da Sinfônica Pop que apresenta grandes sucessos da música popular brasileira com arranjos orquestrais. Em 2016, Silvio Viegas assumiu o cargo de regente titular da OSMG. Antes dele, foram responsáveis pela regência: Wolfgang Groth, Sérgio Magnani, Carlos Alberto Pinto Fonseca, Aylton Escobar, Emílio de César, David Machado, Afrânio Lacerda, Holger Kolodziej, Charles Roussin, Roberto Tibiriçá e Marcelo Ramos.

Alexis Soriano – Um dos regentes espanhóis mais respeitados de sua geração, foi aluno de Ilya Musin no Conservatório de São Petersburgo, diretor da Orquestra do Hermitage em São Petersburgo 1998-2008.  Fez sua estreia como maestro convidado do Teatro Mariinky en 2007, e foi maestro titular da Orquestra Sinfônica do Estado de INSO Lviv (Ucrânia) no periodo 2010-2012. Tem regido a maioria das orquestras sinfônicas da Espanha e, internacionalmente, destaca-se na Sinfônica de Taipei, Filarmonica Eslovaca, Sinfônica de Praga, The  Komische Oper Berlin, Tapiola Sinfonietta e Symphony of Oulu (Finlândia), Buenos Aires Filarmônica, English Chamber Orchestra (Londres), Orquestra Sinfónica do Teatro Nacional Claudio Santoro de Brasília, The Kaunas Symphony (Lituânia), Dnepropetrovsk Orquestra Sinfônica (Ucrânia),  Orquestra do Grande Teatro em Poznan (Polônia), Regionale del Lazio, Sinfônica de Grosseto (Itália), San Kristoforo Vilnius (Lituânia), Moscow Virtuosi, National Andorra. É diretor artístico da empresa Opera Incognita de São Petersburgo. Em 1998, criou o Festival “Noites de Espanha”, do qual é diretor artístico, um evento que apresenta anualmente um programa variado de música espanhola. Desde novembro de 2012 é o diretor artístico do “The New York Opera Society”. Foi nomeado entre artistas, cientistas e empresários como um dos 100 espanhóis que se destacam por suas realizações e carreira e tem o apoio da marca España.

 

 

Este evento tem correalização da APPA – Arte e Cultura. 

Informações

Local

Grande Teatro | Palácio das Artes | Av. Afonso Pena, 1537. Centro. Belo Horizonte

Horário

20h30

Duração

60 min

Classificação

LIVRE

Informações para o público

(31) 3236-7400