Cia. de Dança Palácio das Artes e Marise Dinis lançam documentário “Notas em processo - para quem não sabemos”

publicado em 18 de novembro 2021

Valorizando os processos criativos dos trabalhos, a Cia. de Dança Palácio das Artes (CDPA) estreia, no próximo domingo (21/11), o documentário “Notas em processo – para quem não sabemos”, dirigido pela bailarina convidada Marise Dinis. A obra audiovisual estará disponível gratuitamente no canal de YouTube da FCS, a partir das 16h. O vídeo traz versos, movimentos e depoimentos dos bailarinos e da diretora do projeto que revelam os caminhos percorridos pelo grupo ao longo do desenvolvimento do trabalho, intitulado “Para quem não sabemos”, que trata da acessibilidade e que tem previsão de lançamento para dezembro de 2021.

Registrar o processo em andamento

O documentário tem como finalidade mostrar os bastidores do desenvolvimento da videodança “Para quem não sabemos”, que abordará o termo acessibilidade em seus múltiplos sentidos – sem necessariamente ser pela perspectiva do senso-comum que associa acessibilidade somente a recursos específicos para pessoas com deficiência. Para o novo trabalho, cada bailarino está construindo uma “pequena dança” dedicada a uma pessoa específica que nunca acessou essa arte. 

Marise Dinis, diretora do projeto, aponta as duas intenções que motivaram a decisão de documentar os caminhos de produção do novo trabalho da CDPA. “Pensamos em fazer um documentário que mostrasse as perspectivas dos bailarinos no momento em que eles estavam desenvolvendo suas danças, com o intuito de entender esses endereçamentos que cada um fez ao escolher a pessoa para quem comporiam a dança. O documentário também serve para instigar a curiosidade do público em ver o vídeo final”, revela Marise.

Para entender como o elenco da Cia. foi atravessado pelas propostas levantadas no projeto, a diretora elaborou oito perguntas, das quais cada bailarino tinha a liberdade de escolher duas para responder em frente às câmeras. Com essa dinâmica, Marise constatou que as perguntas recorrentemente respondidas eram sobre os endereçamentos, as pessoas escolhidas para dedicar uma dança única.

Questionamentos que pautam abordagens

Cristiano Reis, diretor da Cia. de Dança Palácio das Artes, conta que a ideia de trabalhar com o tema acessibilidade surgiu a partir de conversas sobre a criação de um perfil de Instagram da Cia. de Dança feito pelos próprios bailarinos e que será lançado agora em novembro. Nas discussões sobre os recursos de acessibilidade aplicáveis no perfil, Cristiano e os bailarinos viram a oportunidade de abordar o tema de forma artística. Desta forma, o diretor da CDPA resolveu convidar a bailarina Marise Dinis para conduzir o projeto, uma vez que ela já desenvolveu um trabalho para pessoas com deficiência visual.

O Governo de Minas Gerais e a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado, apresentam o documentário Notas em processo – para quem não sabemos. O evento tem correalização da APPA – Arte e Cultura, patrocínio máster da Cemig, AngloGold Ashanti e Unimed-BH / Instituto Unimed-BH¹, por meio das Leis Estadual e Federal de Incentivo à Cultura, e patrocínio ouro da Codemge – Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais.

O patrocínio da Unimed-BH / Instituto Unimed-BH é viabilizado pelo incentivo de mais de cinco mil médicos cooperados e colaboradores.

A Fundação Clóvis Salgado é integrante do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult) que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e de cultura em transversalidade com o turismo. Trabalhando em rede, as atividades dos equipamentos parceiros ao Circuito buscam desenvolvimento humano, cultural, turístico, social e econômico, com foco na economia criativa como mecanismo de geração de emprego e renda, além da democratização e ampliação do acesso da população às atividades propostas.

SOBRE A DIRETORA – Marise Dinis reside em Belo Horizonte onde atua profissionalmente como dançarina e professora de dança desde 1990. Atuou nos grupos Camaleão, Meia Ponta, 1º Ato e Benvinda Cia de Dança. Desde 2004 atua como artista independente, além de colaborar com grupos, coletivos e outros artistas. Se interessa pela improvisação em dança, pelas práticas somáticas, pelas manifestações afrodiaspóricas como fonte de pesquisa e pela confluência entre diferentes áreas de expressão artística. Trabalhou junto à Cia de Dança Palácio das Artes em diversos contextos, atuando como professora de dança contemporânea e improvisação, ensaiadora, assistente de direção e professora convidada. Agora, dirige projeto de criação do vídeo “Para quem não sabemos”. Atualmente, é professora de dança da Escola Livre de Artes Arena da Cultura e dançarina do ajuntamento de mulheres que desenvolve o projeto “Em PlaylistA”.

CIA DE DANÇA PALÁCIO DAS ARTES – Corpo artístico da Fundação Clóvis Salgado – é reconhecida como uma das mais importantes companhias do Brasil e é uma das referências na história da dança em Minas Gerais. Foi o primeiro grupo a ser institucionalizado, durante o governo de Israel Pinheiro, em 1971, com a incorporação dos integrantes do Ballet de Minas Gerais e da Escola de Dança, ambos dirigidos por Carlos Leite – que profissionalizou e projetou a Companhia nacionalmente. O Grupo desenvolve hoje um repertório próprio de dança contemporânea e se integra aos outros corpos artísticos da Fundação – Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e Coral Lírico de Minas Gerais – em produções operísticas e espetáculos cênico-musicais realizados pela Instituição ou em parceria com artistas brasileiros. A Companhia tem a pesquisa, a investigação, a diversidade de intérpretes, a cocriação dos bailarinos e a transdisciplinaridade como pilares de sua produção artística. Seus espetáculos estimulam o pensamento crítico e reflexivo em torno das questões contemporâneas, caracterizando-se pelo diálogo entre a tradição e a inovação.