Coral Cidade dos Profetas se apresenta pela primeira vez ao lado dos três corpos artísticos da Fundação Clóvis Salgado na pré-estreia da ópera “Devoção”, em Congonhas
O Coral Cidade dos Profetas, um dos principais grupos em atividade a divulgar a música colonial mineira, se apresentará pela primeira vez ao lado dos três corpos artísticos da Fundação Clóvis Salgado durante a pré-estreia da ópera “Devoção”, que acontecerá em 13/7 (sábado), em Congonhas. O coro da cidade, formado por 35 integrantes, entre homens e mulheres dos 12 aos 92 anos, cantará junto do Coral Lírico de Minas Gerais, acompanhados pela Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e pela Cia de Dança Palácio das Artes, no adro do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, símbolo da cidade e central no enredo da ópera – que acompanha o imigrante português Feliciano Mendes e sua saga durante a corrida do ouro.
Criado em 1988 por seu atual regente, José Herculano Amâncio, o Coral Cidade dos Profetas é especializado na interpretação de música sacra antiga e tem três CD’s gravados. O grupo desenvolve, há mais de 30 anos de atuação, um pioneiro trabalho de proteção deste patrimônio imaterial do país, com apresentações principalmente em Congonhas e em outras cidades históricas mineiras, como Ouro Preto, Mariana, Diamantina, Tiradentes e São João del-Rei, levando ao público o repertório sacro setecentista do estado. Ao longo da trajetória, o Coral tem participado também de eventos significativos, como as celebrações de Semana Santa e de festivais de inverno, além de festivais e encontros de corais nacionais e internacionais.
Mantido pela Associação Cultural Canto Livre, o grupo oferece também, gratuitamente, por meio da organização, formação musical para pessoas de 10 a 90 anos, sendo reconhecido como uma das mais belas manifestações culturais do interior de Minas. Com notável nível de excelência e sempre aberto ao público, o coro vem experimentando cada vez mais sucesso, como conta seu maestro fundador. “Era 1988 e estávamos nos preparando para cantar em uma missa durante a Festa de São José Operário. O objetivo era nos apresentarmos somente na missa, mas depois, por sugestão e motivação das pessoas que nos assistiram, continuamos. O tempo foi avançando e, nos últimos anos, o coro começou a ter visibilidade. Projetos foram sendo aprovados e, a partir daí, passamos a aparecer na mídia. Isso valoriza e divulga tanto o Coral quanto a cidade. Congonhas, por si só, já tem visibilidade mundial e, quando criamos o nome do grupo, pensamos muito nisso, porque ele remete à cidade”, relembra Herculano Amâncio.
Este foi parte do caminho que um pequeno conjunto de pessoas interessadas em aprender música percorreu para formar um Coral polifônico à capela, tendo como principal objetivo aliar a música à arte sacra colonial mineira. E agora, o Coral vive um momento especial, ao ser parte de uma pré-estreia inédita que recupera elementos centrais da história e da cultura mineiras, como salienta o maestro Herculano Amâncio. “Participar da pré-estreia da ópera ‘Devoção’ tem um significado muito especial para o nosso Coral, uma vez que mostraremos, através do tema da obra, aquilo de mais importante que existe na história da nossa terra, a gênese de tudo, que é a religiosidade e a fé. Os ensaios estão acontecendo com dedicação e alma. Há uma grande expectativa entre todos os integrantes, uma mistura de ansiedade, alegria, coragem e medo, afinal é a primeira vez que participaremos de uma produção desse vulto. O público pode esperar uma megaprodução, uma viagem em três séculos de história sendo contados no adro do Santuário do Bom Jesus”, adianta o regente.