Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e compositor Andersen Viana ganham prêmios internacionais por obra que estreou no Palácio das Artes
“Teotihuacan” já foi vencedora nas categorias “Melhor Vídeo Musical” no Around International Film Festival (França) e no Rome International Movie Awards (Itália), e “Melhor Performance” no Music Video Awards (EUA)
A Orquestra Sinfônica de Minas Gerais (OSMG) e o compositor mineiro Andersen Viana são os vencedores de diversos prêmios internacionais pela execução de uma obra que teve estreia mundial no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes. “Teotihuacan”, criada pelo maestro e multiartista belo-horizontino Andersen Viana no ano de 2023, foi inspirada na cidade pré-colombiana homônima, localizada no território do México.
A peça foi interpretada durante o concerto “Noite Beethoven”, realizado em 11 de novembro do ano passado, acompanhado por mais de 1.300 espectadores. Sob regência de Ligia Amadio, maestra titular e diretora musical da OSMG, a performance dos instrumentistas na execução da obra inédita foi gravada e depois submetida, por seu compositor, a vários concursos e festivais ao redor do mundo.
Até o momento, o registro já foi vencedor dos prêmios de “Melhor Vídeo Musical” no Around International Film Festival (França) e no Rome International Movie Awards (Itália), além do prêmio de “Melhor Performance” no Music Video Awards (Estados Unidos). A maestra Ligia Amadio destaca a importância do reconhecimento dado às novas composições, principalmente aquelas criadas e abraçadas por artistas locais.
“Poder reger a estreia mundial de ‘Teotihuacan’ foi um privilégio para mim e tenho certeza de que os instrumentistas da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais compartilham desse sentimento, ainda mais por ser uma obra criada aqui, em Minas Gerais, por um dos mais destacados nomes da música de concerto contemporânea no estado. Nós, músicos, estamos acostumados a executar repertórios já canonizados, criados há muito tempo ou em locais muitos distantes, então é um prazer imenso poder propiciar o encontro dos espectadores, pela primeira vez, com uma música ao mesmo tempo tão complexa e tão emocional, com raízes mineiras, como é o caso de ‘Teotihuacan’. Os prêmios vencidos até aqui pela performance são o reconhecimento a um trabalho conjunto de renovação e valorização da música de concerto e do seu poder de ganhar o mundo, levando consigo a nossa habilidade e identidade”, celebra a regente.
Apesar de sua estrutura simples, a obra demonstra, em seus cerca de seis minutos, complexidade na instrumentação e orquestração, com diversas variações ao longo de uma base formada por oito acordes tonais repetidos continuamente. O maestro Andersen Viana, que atuou por três décadas como músico e professor no Palácio das Artes (1989- 2023), criou mais de 400 obras entre 1975 e 2023, compostas para quase todas as formações instrumentais e vocais conhecidas. “’ Teotihuacan’ a princípio ficaria ultra repetitiva, mas a instrumentação e a orquestração são muito variadas, então você acaba tendo outras sonoridades na Orquestra e essa monotonia vai se dissolvendo, se torna algo interessante. Começamos com o piano, e então progride para todo um contexto orquestral maior”, explica o compositor.
“Fiquei muito feliz de ver a minha obra ter sua estreia mundial aqui, com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, a maestra Ligia Amadio, o maestro André Brant, em uma noite dedicada ao Beethoven, que a gente sempre estudou. Eu acho importante que a OSMG prossiga com essas produções de vídeos musicais, enviando isso para o mundo para que ela fique conhecida mundialmente, porque não há mais barreiras geográficas. Eu sempre mandei, desde 1984, minhas obras para concursos, premiações e festivais. Então, é uma felicidade imensa ter mais esse reconhecimento junto de uma orquestra que eu tanto admiro, aqui do meu estado”, acrescenta.