Arte e Cultura para Todos
Há mais de 50 anos, o Palácio das Artes, como maior complexo cultural da América Latina, oferece programação rica e diversificada.
Ao longo dos anos foi ampliando e adequando suas atividades e, mais recentemente, com moderna e democrática gestão, busca propor ações de todas as artes para todas as pessoas. A palavra da hora e da prática é exatamente acessibilidade. Acessibilidade que, se ainda não é total, está comprometida com uma política contínua, sempre em aprimoramento. Uma das inciativas mais contundentes e recentes aconteceu em agosto de 2024, com o“Festival Palácio Para Todos”; evento que integrou o Programa Mineiro de Acessibilidade, Inclusão e Saúde (ProMais), tendo a programação voltada às pessoas com deficiência, doenças raras e ao público em geral.
No Festival, que contou com música, teatro, contação de histórias, exposições de artes visuais, cinema e roda de conversa para todos os públicos; inclusão e acessibilidade dos equipamentos e produtos culturais foram o foco das atenções.
No evento, vitrine primeira desses novos tempos, a Fundação Clóvis Salgado (FCS), gestora do Palácio das Artes, por meio do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart) deu continuidade a dois projetos, o “Palco Aberto Cefart” e o “Dia do Pequeno Artista”, promovendo acessibilidade e protagonismo das pessoas com deficiência.
Originalmente, o “Palco Aberto” foi criado para dar visibilidade ao Cefart, escola do Palácio das Artes com ensino gratuito, que atende mais de dois mil alunos. O “palco” é realmente aberto, recebendo também novos talentos, fora da “caixa” e da casa. Em 2024, o Cefart ampliou o projeto, organizando o “Dia do Pequeno Artista” não apenas em outubro, mas ao longo do ano. Em feliz sintonia com os Jogos Paralímpicos Paris 2024 (de 28 de agosto a 8 de setembro de 2024), o Palácio das Artes abriu suas portas e espaços, não para os esportes, mas para uma “olimpíada” de arte, o “Festival Palácio Para Todos”. Nele, as pessoas com deficiência conheceram ótimas atrações artísticas e culturais, no palco e na plateia. Todas elas pensadas para que esse público se sentisse confortável e conseguisse aproveitar o festival da melhor forma possível.
Ainda falta muito para a plena inclusão, seja na arquitetura, no urbanismo, nas escolas ou na cultura. O festival foi o primeiro passo rumo a lugares e formas de acessibilidade à arte e à cultura, premissas fundamentais para um mundo mais humano, fraterno e digno.
Assim, sempre conjugando a expressão, “work in progress” (trabalho em andamento) o Palácio das Artes oferece muito em acessibilidade: linguagem de sinais durante os espetáculos, elevador para pessoas com dificuldade de locomoção, rampas de acesso, estacionamento, atendimento personalizado e, em breve, outras ações permanentes de acessibilidade.
O desenvolvimento da acessibilidade de seus equipamentos culturais é prioridade para a FCS. A acessibilidade plena e estrutural é uma meta que guia o processo de melhorias.
As ações de acessibilidade criadas não se encerram com o fim dos eventos, mas deixam algo permanente no espaço cultural. O desafio é grande, bem abrangente e o trabalho continua.
No Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, rampa para pessoas com deficiência na entrada principal da avenida Afonso Pena e outra interna, para acesso ao Grande Teatro, além de cadeira de rodas disponível, em caso de necessidade. O Grande Teatro possui também duas instalações sanitárias para pessoas com deficiência e 12 espaços na plateia para cadeirantes.
Ainda em função do Grande Teatro, estão disponíveis vagas de estacionamento reservadas a pessoas com deficiência, dificuldade de locomoção e idosos. A BHTrans destinou duas vagas para veículos de pessoas com deficiência e uma para idosos na avenida Afonso Pena, em frente ao Palácio das Artes. As vagas podem ser utilizadas independentemente do horário dos eventos da casa.
A Sala Juvenal Dias conta com rampa e duas vagas para cadeirantes e quatro no Teatro João Ceschiatti, sem necessidade de rampas.
A meta mais urgente é que todas as atrações tenham pelo menos um tipo de acessibilidade, como por exemplo, as mediações para pessoas cegas ou com baixa visão, visitas guiadas nas galerias do Palácio das Artes e, nas maiores exposições, catálogos em Braille.
O Cine Humberto Mauro, além do “Cineclube Acessível”, grade de programação dedicada à exibição de filmes com recursos de acessibilidade, como audiodescrição, sessões de portas abertas, legendas, Libras, entre outros; a sala conta com rampa na entrada e na saída, corrimão duplo nas duas laterais, assentos acessíveis na lateral esquerda, sendo um para pessoas obesas e um para pessoas com mobilidade reduzida, além de três vagas para cadeiras de rodas na parte traseira do cinema. Já na plataforma CineHumbertoMauroMais, obras com acessibilidade constam do acervo virtual.
Na Fundação Clóvis Salgado/Palácio das Artes, a missão de fomentar a criação, formação, produção e difusão da arte e da cultura no Estado ganhou outro status. Todas as atividades fortalecem seu caráter público, caminhando, celeremente, para ser um espaço de todos e para todos.