INGRESSO

Bilheteria do Palácio das Artes

Segunda a sábado 12h às 21h

Domingo 17h às 20h

Lei de Meia Entrada

Quem tem direito:

Estudantes

Idosos

Pessoas com deficiência

Jovens de 15 a 29 anos comprovadamente carentes

Para saber as condições que dão direito à meia-entrada acesse o texto na íntegra.

Yara Tupynambá, desenhista, pintora, gravurista, ceramista e muralista, eternizou em sua arte o povo, a cultura e as paisagens de Minas Gerais. Sua trajetória foi homenageada na exposição “Paisagens da Alma Mineira”, realizada pela Fundação Clóvis Salgado, no Palácio das Artes, de dezembro de 2024 a março de 2025, com mais de 100 obras. Agora, parte das produções da artista chegará a Montes Claros, na exposição “Yara Tupynambá e os Festejos Populares”. A mostra estará aberta ao público de 9 a 31 de agosto, na Galeria de Artes Godofredo Guedes, localizada no Centro Cultural Hermes de Paula, em Montes Claros. A abertura será no dia 8 de agosto, das 19h às 23h. A entrada é gratuita e a visitação é realizada de segunda a sexta, das 8h às 19h e, neste mês, de 8h às 12h aos fins de semana. Organizada pela Fundação Clóvis Salgado, que também foi responsável pela curadoria, o evento integra o programa “Palácio na Cidade”, iniciativa de interiorização das ações da instituição, e traz ao público uma seleção de 25 trabalhos que retratam os festejos populares de Minas Gerais. As peças apresentadas pertencem ao acervo do Instituto Yara Tupynambá e à coleção particular de David Farias, vice-presidente do Instituto.

Nascida em 1932, Yara Tupynambá é natural de Montes Claros e, ao longo de sua vida, retratou memórias, cores e sons das festividades populares de Minas Gerais, sobretudo aquelas realizadas no Norte do estado e na região do Vale do Jequitinhonha. Tendo a sua cidade natal como contexto de realização desta mostra, o projeto curatorial se debruça fortemente nos festejos, que homenageiam os congados, manifestação afro-brasileira tradicional nessa região do estado. Nos trabalhos, os congadeiros são representados por meio de técnicas distintas. A série “Congado” apresenta obras feitas em crayon, caneta esferográfica e pastel seco. Há, ainda, obras realizadas com técnicas mistas, tais quais “Congadeiro com tambor” e “Samba de terreiro”. Além dos congadeiros, suas produções são marcantes pelas cores vivas, trajes festivos e instrumentos como tambores e caixas.

A proposta é celebrada por Tairine Pena, Gerente de Artes Visuais da Fundação Clóvis Salgado. Para ela, a itinerância torna acessível o contato com a arte, além de prestar homenagem à autora das obras. “É um orgulho para a Fundação Clóvis Salgado levar as obras de uma artista como a Yara para a sua cidade natal, sobretudo perto das Festas de Agosto. A atividade reforça o compromisso da instituição em democratizar o acesso à arte e valorizar a riqueza cultural do povo mineiro. Esperamos que os visitantes consigam se enxergar nas representações das peças, criando uma relação de proximidade com o trabalho da artista e celebrando o seu legado”, diz Tairine.

A exposição “Yara Tupynambá e os Festejos Populares” é realizada pelo Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais, Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Prefeitura Municipal de Montes Claros, Fundação Clóvis Salgado e Pomar Cultural. As atividades da Fundação Clóvis Salgado têm a Cemig como mantenedora, Patrocínio Master do Instituto Cultural Vale e Grupo Fredizak, Patrocínio Prime do Instituto Unimed-BH e da ArcelorMittal e Patrocínio da Vivo. A ação é viabilizada por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura (LEIC) e pela Lei Federal de Incentivo à Cultura. Vale-Cultura. Governo Federal, Brasil: União e Reconstrução.

Tradição e sincretismo – O congado envolve um ritual composto por oito irmãos: Candombe, Moçambique, Congo, Caboclo, Marujo, os Catopês, Vilão e os Cavaleiros de Jorge. Cada um desses grupos contêm elementos e ritualidades próprias. Em Montes Claros, as Festas de Agosto reúnem parte desses grupos em uma manifestação tradicional da cultura popular.  A festa é um resgate das culturas de matrizes africana, portuguesa e indígena, responsáveis pela formação do povo norte-mineiro. Neste momento, os grupos de catopês, marujos e caboclinhos de Montes Claros se reúnem para celebrar, com suas músicas e danças, a devoção e a fé de seus integrantes em Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e o Divino Espírito Santo. Cada um dos três grupos possui significados próprios, sendo os catopês – trajados em roupas nas cores branca, azul ou rosa e com fitas e penas coloridas penduradas na coroa – a representação do povo africano originário do Congo; os marujos – vestidos nas cores vermelha, branca e azul – são inspirados nas tradições portuguesas e espanholas, e homenageiam os navegadores cristãos; os caboclinhos retratam os indígenas brasileiros e usam, em sua caracterização, cocares e penas como referência a eles, sendo a cor vermelha a principal.

Segundo a coordenadora do Centro Cultural Hermes de Paula e artista visual Luana Zelita, a realização da exposição na cidade da artista é uma grande alegria, tanto pela trajetória de Yara quanto pela reverência aos festejos. “Como artista visual e coordenadora do Centro Cultural Hermes de Paula, é com emoção que recebo a mostra ‘Yara Tupinambá e os Festejos Populares’, ainda mais por ela ocorrer aqui, em Montes Claros, cidade natal da artista. Essa seleção, que destaca os festejos populares do Norte de Minas, em especial as Festas de Agosto, possui um significado profundo: ela revive, homenageia e mantém viva a lembrança emocional e cultural de uma comunidade, por meio de uma poética visual lírica e marcante. A arte de Yara sempre foi uma inspiração para mim. A forma como ela narra visualmente as complexidades e belezas do cotidiano mineiro, com respeito e poesia, é uma herança que atravessa gerações. Receber essa exposição em nossa galeria é, para mim, também um tributo à sua história e à força das manifestações populares como patrimônio artístico. Desejo que as pessoas se sintam emocionadas e representadas pelas obras, que essa experiência desperte reflexão, admiração e sentimento de pertencimento,  e que inspire, em todos, o desejo de preservar e valorizar nossas tradições por meio da arte”, conta Luana.

FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO – Com a missão de fomentar a criação, formação, produção e difusão da arte e da cultura no estado, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) é vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). Artes visuais, cinema, dança, música erudita e popular, ópera e teatro constituem alguns dos campos onde se desenvolvem as inúmeras atividades oferecidas aos visitantes do Palácio das Artes, CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais – e Palácio da Liberdade, espaços geridos pela FCS. A Instituição é responsável também pela gestão dos corpos artísticos – Cia de Dança Palácio das Artes, Coral Lírico de Minas Gerais e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais –, do Cine Humberto Mauro, das Galerias de Arte e do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart). A Fundação Clóvis Salgado é responsável, ainda, pela gestão do Circuito Liberdade, do qual fazem parte o Palácio das Artes, Palácio da Liberdade e a CâmeraSete. Em 2021, quando celebrou 50 anos, a FCS ampliou sua atuação em plataformas virtuais, disponibilizando sua programação para público amplo e variado. O conjunto dessas atividades fortalece seu caráter público, sendo um espaço de todos e para todas as pessoas.

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