Uma nova safra com mais de 20 canções marcou a retomada da parceria iniciada há 32 anos entre Chico César e Zeca Baleiro. Animados com o resultado das composições recentes, os artistas anunciaram o lançamento de um novo álbum, antecipando as faixas “Respira” e “Lovers” em maio de 2021. Com tantos projetos em paralelo, Chico e Zeca só voltaram às gravações em 2022, quando lançaram um novo single duplo com as inéditas “Verão” e “Beije-me Antes”, concluindo o disco no fim de 2023.
“Ao Arrepio da Lei” é o nome do álbum lançado em março de 2024, quando os dois também iniciaram uma turnê por algumas das principais capitais e cidades do país. No repertório do show, as novas canções se misturam a sucessos de ambos, algumas mais quentes, outras mais reflexivas.
No palco, os artistas são acompanhados por Alexandre Fontanetti (guitarra), Aline Falcão (teclados), Jota Erre (bateria), Layla (percussão) e Swami Jr. (baixo e direção musical).
Durante a pandemia, com os shows e gravações interrompidos, Chico César e Zeca Baleiro intensificaram as composições em parceria. Entre maio de 2020 e o início de 2021, nasceram mais de 20 músicas, reggaes, baladas, xotes e rocks. Como ambos assinam letra e melodia, o processo criativo foi conjunto e repleto de experimentações.
Swami Jr., que já havia trabalhado com Chico e Zeca em shows e discos, foi convidado a produzir o álbum. O projeto ainda traz uma faixa produzida por Érico Theobaldo (“Lovers”) e outra por Alexandre Fontanetti (“Verão”). Parceira artística de ambos desde os anos 1980, Vange Milliet foi responsável pelas fotos de divulgação e pela capa do álbum, que conta com projeto gráfico de Andrea Pedro.
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“Concretiza-se, assim, o encontro de três décadas. Parece que demorou, mas tudo tem seu tempo — o período de maturação. A pandemia, de certo modo, veio nos dizer da necessidade de estar perto das pessoas com as quais nos identificamos e nos vinculamos em ética e estética. Claro que tematizamos a pandemia, mas também fizemos canções que poderiam ter sido geradas em qualquer momento e que falam de outras coisas, assuntos perenes em nós.”
[Chico César]
“Eu e o Chico nos conhecemos desde 1991, ano em que cheguei a São Paulo. Tornamo-nos amigos e parceiros desde então, mas a verdade é que nunca fizemos muitas músicas juntos. A ‘parceria’ se dava mais em um plano de troca estética e de admiração mútua. Com a pandemia e o isolamento, alguma mágica rolou, algum pavio criativo se acendeu. Começamos a trocar ideias, pedaços de letra ou melodia, refrães à espera de estrofes e, desde maio de 2020, compusemos duas dezenas de canções. Resolvemos gravá-las por reconhecer, nessa produção, o coroamento de uma longa história de amizade e afinidade musical.”
[Zeca Baleiro]
“Conheci Chico César e Zeca Baleiro no início dos anos 1990. Eram, então, dois jovens brilhantes e, sobretudo, corajosos artistas nordestinos enfrentando a metrópole paulistana com a couraça do sonho inabalável. Conhecendo, pouco a pouco, o que eles criavam — e o oceano de talento que os habitava —, tive a certeza de que logo estariam no ‘altar’ da música brasileira, junto a seus grandes ídolos. Chico e Zeca pertencem àquele seleto grupo de compositores em cuja música há o grito clandestino de haver alma. Em sua obra estão a voz do Nordeste, de Arari e de Catolé do Rocha, a voz de todas as vozes da canção brasileira, em uma visão generosa, plural e grandiosa da música popular. Para mim, sempre foi uma glória estar com eles em tantos discos, shows e projetos que me deram tanto de música e de vida. O convite para produzir esse álbum em dupla, inédito, em que apresentam parcerias feitas em tempos de pandemia, é um desses ‘chamados’ a que se deve atender imediatamente, sem hesitar. Imensa honra ter, aos meus cuidados, canções tão preciosas, de dois imensos e fundamentais artistas. Obrigado, meus irmãos e parceiros!”
[Swami Jr.]