A virtualização da experiência em arte

Nesses tempos de isolamento social, devido à pandemia da Covid-19, a experiência com a arte tornou-se quase que algo inevitável e/ou indispensável para manter o equilíbrio psicológico e despertar nossa sensibilidade. Por meio de produções artísticas diversas, mergulhamos em nossa existência e ativamos emoções que nos conectam com as coisas do mundo de maneiras subjetivas.

As relações com a arte em espaços coletivos, em contato com outras pessoas, se dão numa outra ordem que difere das novas possibilidades impostas pelo isolamento social, que se vale de conexões mais impessoais via internet.

Já faz certo tempo que, com a digitalização de acervos de arte, os museus e as galerias vêm criando sites de visitas mais interativos – e não apenas informativos – para despertar o interesse de um público além do assíduo frequentador de espaços culturais.

Hoje em dia, o leque de opções sobre a história da arte, artistas e obras é vasto. Antigamente, para termos contato com grandes pinturas ou esculturas, era preciso ir até onde estivessem expostas ou nos contentarmos em visualizá-las em impressões/reproduções, muitas vezes, de baixa qualidade. Ainda que algumas impressões tivessem boas resoluções em livros de arte ou em formatos para emoldurar, por exemplo, o universo apresentado era muito limitado. Quanto às visitas aos grandes museus do mundo, restava imaginar como elas seriam, a menos que se fizesse parte de uma pequena parcela da população bem abastada, claro!

Metropolitan Museum of Art, Nova York. Foto: Hugo Schneider. Fonte: Flickr.

Atualmente, podemos visitar grandes museus virtualmente e nos aproximarmos de uma experiência com as obras neles expostas, por meio de imagens de boa qualidade. Recentemente, museus como o Metropolitan Museum de Nova York, por exemplo, têm apostado em visitas virtuais pagas para vencer a crise econômica causada pela pandemia. Tais visitas são realizadas por especialistas em arte, que interagem com os participantes. Existe um público que se interessa bastante pelas visitas mediadas em centros de cultura e mesmo no formato on-line parece continuar cativo a esse tipo de diálogo com as artes.

Diante desse novo cenário virtual abundante, que se destacou desde o início das restrições e do isolamento, aconteceu um processo de democratização da arte sem precedentes na História. Hoje podemos, com um simples clique, contemplar “maravilhas” produzidas por artistas de todo o mundo e receber informações preciosas a respeito delas. A arte, afinal, sobrevive à pandemia. Que bom!

Se liga nesta dica: no site Arts and Culture você faz incríveis visitas e conhece inúmeras obras.

Sobre a autora:

Isa Carolina é especialista em História da Arte, mediadora cultural e professora na Escola de Artes Visuais do Cefart – FCS.