Cada cabeça, um cabelo!

Mudanças acontecem o tempo todo e muitas vezes são realizadas por nós mesmos. Quando isso acontece, você se pergunta por que resolveu mudar, o que ou quem te motivou? O curta-metragem “Transições” nos ajuda a refletir um pouco sobre isso. Assista:

Ficha técnica

Filme: Transições
Local: Uberaba, MG, Brasil
Ano: 2021
Duração: 5 minutos
Produção: Ana Luiza Silva, Ana Vitória Paixão, Carlos Eduardo Lobato, Isabella Barros Aucélio, Júlia Leal Santos, Laura Estefany Ciriani e Pollyane Oliveira
Realização: Curso Técnico em Computação Gráfica Integrado ao Ensino Médio / Campus Avançado Uberaba Parque Tecnológico do Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM)

Para refletir:

Em “Transições” acompanhamos a história de uma menina de classe média que é a única aluna negra de seu colégio (aparentemente particular) e sofre preconceito de seus colegas por causa de seu cabelo, que usa sempre preso. Cansada dessa situação, decide fazer um alisamento, esperando com isso ser finalmente aceita pelos outros alunos. Mesmo depois disso, ela continuou se sentindo sozinha, triste e, agora, ignorada pelos colegas. Ainda no curta, vimos que a menina recebe o apoio da família, seja quando resolve alisar seu cabelo, seja quando decide fazer a transição capilar. Esse é um processo de deixar o cabelo crescer de forma natural para que, aos poucos e à medida em que for cortando, ele fique livre das químicas feitas em seus fios, como alisamento, relaxamento, entre outros, permitindo que o cabelo volte à textura original. A transição capilar é um momento difícil para muita gente, pois, por ser demorado, exige paciência e afeta bastante a autoestima, mas traz como recompensa no final a liberdade de se ter um cabelo natural. A família também foi responsável por apresentar à menina várias referências positivas, como apresentadoras, atrizes, modelos e cantoras negras com seus cabelos naturais, mostrando a importância da representatividade, que possibilita às pessoas se identificarem com aqueles que são representados na televisão, cinema, livros e outros espaços.

Uma das lições que o filme nos ensina é que não devemos abrir mão de quem somos para tentar nos encaixar nos padrões de beleza que a sociedade tenta impor e que a aceitação e afirmação de nossa identidade deve partir de nós e não dos outros. Já falamos sobre essas questões em outros momentos aqui no Cineminha On-line, como na proposta “O que vejo no espelho?”, que apresenta o filme “Metamorfose”, palavra essa que tem tudo a ver com “Transições”, pois as duas representam mudança. Já na proposta “Imagine (e faça) um mundo melhor!”, que traz o curta “Imagine uma menina com cabelos de Brasil…”, vimos que há uma diversidade enorme de tipos de cabelos, que não existe um que seja melhor ou mais bonito que o outro e que todos merecem respeito. Seja liso, ondulado, cacheado ou crespo, o cabelo é só uma das características da nossa aparência e não nos define.

Atividade:

Um cabelo para cada cabeça e para cada cabelo uma infinidade de penteados! Você já pensou na quantidade de formas de ajeitar o cabelo que existem? Alguns penteados estão ligados à tradição de determinados povos ou grupos sociais. Outros ganham força de resistência, como o black power e o dreadlock. E outros tantos se revezam na tarefa de ser uma forma de se expressar, de “se colocar no mundo” por meio da aparência, demonstrando gostos e desejos, como representado na série de desenhos “Crown”, do artista Gerrel Saunders, de Trindade e Tobago.

Depois de toda essa conversa sobre cabelos, observe o seu. Vá até o espelho e olhe para ele. Que textura e formato ele tem? Como ele está agora? Preso, solto, do jeito de quando acaba de acordar, de quando você brinca o dia inteiro ou um pouquinho de cada coisa? Que tal testar fazer um penteado novo e ver como se sente? Você pode se inspirar nos desenhados pelo artista Gerrel, pedir dicas para outras pessoas ou ainda fazer uma busca na internet com o auxílio de um adulto. Aproveite para se divertir experimentando!

Não se esqueça de compartilhar a foto do seu penteado com a gente! Publique em suas redes sociais usando as hashtags #cineminhaonline, #educativofcs e também @fcs.palaciodasartes no Instagram.

Sobre as autoras:

Ana Luiza Emerich é licenciada em Artes Visuais, mestra em Artes, professora da Rede Estadual de Ensino/MG, professora e mediadora na Escola de Artes Visuais do Cefart – FCS.

Naiara Rocha é bacharel e licenciada em Artes Visuais, graduada em Pedagogia, professora da Rede Municipal de Educação/BH, mediadora e professora na Escola de Artes Visuais e na Escola de Tecnologia da Cena do Cefart – FCS.