Curso Básico de Expografia

9ª Mostra da Escola de Artes Visuais CHAMA: paisagens e territórios sensíveis – Cefart – FCS

Como ponto de partida para o processo de criação e planejamento expográfico da 9ª Mostra CHAMA: Paisagens e territórios sensíveis, o Modernismo foi o movimento artístico norteador, em especial o centenário da Semana de Arte Moderna, evento singular que contribuiu expressivamente para a arte brasileira e cujas provocações são ainda percebidas na contemporaneidade.

A Mostra homenageia a artista belo-horizontina Marina Nazareth, cujas obras integram o acervo da Fundação Clóvis Salgado, além de 29 obras dos estudantes do Cefart, que transitam pelo repertório da artista homenageada, pelo tema e conceito propostos, e que dialogam com as narrativas do Modernismo, os territórios e as paisagens do nosso cotidiano.

Perante isto, o conceito expográfico, em consonância com a proposta curatorial, buscou compreender espaços, materiais, formas, cores, percurso e disposição das obras visando convidar os públicos a um mergulho sensível no modernismo cotidiano e coletivo atual, cotidiano este não raramente experimental e transitório.

O material escolhido para molduras foi o alumínio, em alusão à extração dos metais em geral e, em especial, do ferro bruto, explorado durante a primeira revolução industrial e no decorrer da primeira metade do século XX, período de desenvolvimento do Modernismo. A obra Estrada de Ferro Central do Brasil, de Tarsila do Amaral (1886-1973), artista de significativa importância para o Modernismo, também se fez inspiradora para a escolha desse material, uma vez que a obra traz em si a imagem da industrialização brasileira.

O projeto expográfico, nesse sentido, apresenta molduras de aspecto fosco e vidro, este último conectando o Modernismo à Pós-modernidade. Da mesma forma, os bancos para descanso no interior da galeria, com suas formas retas e objetivas, em ferro e concreto, são uma referência ao espaço urbano e à arquitetura concretista. 

O estudo cromático para a escolha da paleta de cores, em diálogo com a proposta conceitual da Mostra, considerou o chumbo e o verde como referências estéticas para a criação de pinturas de paisagem, gênero este tão marcadamente presente no Modernismo, além de fazer conexão com a natureza. A cor laranja foi inspirada nas obras da artista homenageada, Marina Nazareth, e o azul foi usado de forma a referir-se ao céu, cuja interpretação simbólica conecta-se, dentre outras, à criatividade.

A Galeria Arlinda Corrêa, do Palácio das Artes, enquanto território de construção da paisagem expográfica, foi dividida em dois eixos principais: um dedicado a explorar as obras dos alunos e outro destinado às obras de Marina Nazareth. A divisão da Galeria, feita por meio de cortinas transparentes, faz analogia ao Modernismo enquanto um rio que nos banhou com novas ideias sobre a arte e que, desde a Semana de 1922, vem irrigando o imaginário artístico mineiro. Ainda, as cortinas dialogam com o movimento das águas, assim como a transparência, e têm a finalidade expográfica de provocar a curiosidade dos públicos visitantes, incentivar a travessia para o outro lado da ambiência.

O percurso conduz o público ao primeiro fôlego de examinação e fruição pelas obras, onde possibilidades sobre a presença do Modernismo em nosso cotidiano são trabalhadas em múltiplas linguagens e técnicas. Em seguida, o público é convidado para um novo mergulho e fôlego, desta vez em contato com as obras de Marina Nazareth, que traz em sua trajetória ricas percepções sobre o fazer artístico.

“Escolhi o caminho da arte por uma necessidade interna, que aflorou em mim com tal força que foi impossível não atendê-la. E assim tem sido desde o início da minha opção pelo exercício da arte: meu processo de criação permanece o mesmo, aprimorado pelo trabalho e amadurecimento, espero!”

Marina Nazareth (19/04/2021)

Assim como Marina Nazareth, nós, professores, alunos e alunas e equipe técnica do Curso Básico de Expografia do Cefart, esperamos continuamente aprimorar e amadurecer nosso trabalho.

Projeto Expográfico

Desenvolvido por professores e estudantes do Curso Básico de Expografia

Estudantes Afonso Cesar Machado Klein, Anna Carolina Ribeiro da Fonseca Santos, Artur Elias Fernandes, Carlos Alberto Silva Xavier, Denise Gonçalves Ferreira, Érika Lima, Eustáquio Moutinho, Gabriela Alessi Wolff, Isadora Kern, Julianne Paranhos, Luiza Salles Araujo, Mariana Cristina Soares, Rafaela de Angeli Gama, Tadeu Murilo Soares de Oliveira e Vania Cáus.

Textos e Linha do Tempo: Anna Carolina Ribeiro da Fonseca Santos, Carlos Alberto Silva Xavier, Érika Lima, Julianne Paranhos, Mariana Cristina Soares, Rafaela de Angeli Gama, Tadeu Murilo Soares de Oliveira e Vania Cáus.

Planta baixa: Luiza Salles Araujo. 

Modelagem 3D: Eustáquio Moutinho, Gabriela Alessi Wolff e Isadora Kern.

Renderização: Luiza Salles Araujo. 

Vídeo: Afonso Cesar Machado Klein, Artur Elias Fernandes e Denise Gonçalves Ferreira.

Professores orientadores Alexandre Ventura, Bruna Batista Gonçalves e Nathália Bruno.

Para baixar este material, clique aqui.

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