INGRESSO

Bilheteria do Palácio das Artes

Segunda a sábado 12h às 21h

Domingo 17h às 20h

Lei de Meia Entrada

Quem tem direito:

Estudantes

Idosos

Pessoas com deficiência

Jovens de 15 a 29 anos comprovadamente carentes

Para saber as condições que dão direito à meia-entrada acesse o texto na íntegra.

A Escola de Artes Visuais do Centro de Formação Artística e Tecnológica da Fundação Clóvis Salgado (CEFART) realiza, de 12 de dezembro a 5 de janeiro, sua tradicional mostra de fim de semestre, a CHAMA. Em sua 16ª edição, a exposição é intitulada “Travessia das memórias: Arte, ancestralidade e movimento”,homenageando o pintor, escultor e desenhista Jorge dos Anjos. Assim como nas edições anteriores, uma das obras presentes no acervo da Fundação Clóvis Salgado (FCS) foi selecionada para nortear as discussões sobre o tema escolhido. A partir da pintura “Festa”, de Jorge dos Anjos, vinte e três obras propostas pelos alunos ficarão expostas em conjunto com a peça na PQNA Galeria Pedro Moraleida, no Palácio das Artes. Além disso, a curadoria reúne mais de dez vídeos produzidos para a mostra. Na noite de abertura, no dia 12 de dezembro, a partir das 18h, o homenageando estará presente em uma roda de conversa no Café do Palácio das Artes. Além disso, intervenções artísticas e apresentações musicais compõem a programação, que acontecem na Galeria Aberta Amilcar de Castro. A entrada é gratuita.

Nascido em uma pequena vila operária em Ouro Preto, Jorge dos Anjos já descrevia desde a infância o sonho de ser pintor, sendo incentivado por seu pai, Olinto. Iniciou seus estudos em pintura e, posteriormente, também em restauração, com Jair Afonso Inácio. Posteriormente, o artista teve aulas de pintura com Nello Nuno, mas foi com Amilcar de Castro que afirma ter adquirido “régua e compasso”. Amilcar o ajudou a desenvolver e trabalhar a noção de espaço em suas obras, além de transmitir a Jorge o concretismo, que moldaria sua linguagem artística. Com o passar do tempo, o artista se dedicou à escultura, com obras muito conhecidas, como o “Portal da Memória – Monumento a Iemanjá”, localizado na Lagoa da Pampulha. Em seu trabalho, utiliza bastante o aço e a pedra-sabão, que possuem ligação simbólica com os orixás Ogum e Xangô. Sua poética aborda a experiência das pessoas negras e é fortemente ligada a elementos da cultura africana e sua ancestralidade. Na pintura que ficará exposta na galeria, Jorge utilizou a técnica de têmpera vinílica sobre papelão para representar alguns desses elementos presentes nas religiões de matriz africana, como guias, rosas, cálices e tridentes.

A “16ª Mostra CHAMA – Travessia das memórias: Arte, ancestralidade e movimento” é realizada pelo Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais, Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais e Fundação Clóvis Salgado. As atividades da Fundação Clóvis Salgado têm a Cemig como mantenedora, Patrocínio Master do Instituto Cultural Vale e Grupo Fredizak, Patrocínio Prime do Instituto Unimed-BH e da ArcelorMittal, Patrocínio da Vivo e correalização da APPA – Cultura & Patrimônio. O Palácio das Artes integra o Circuito Liberdade, que reúne mais de 50 equipamentos com as mais variadas formas de manifestação de arte e cultura em transversalidade com o turismo. A ação é viabilizada por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Vale-Cultura. Governo do Brasil, do lado do povo brasileiro.

Arte e ancestralidade — O conceito da mostra “Travessia das memórias: Arte, ancestralidade e movimento”, se inspira na ancestralidade africana — que se apresenta como força de resistência e reinvenção, perpassando tempos e linguagens por meio de processos de hibridização cultural —, destacando a arte de Jorge dos Anjos.  Giovane Diniz, professor da Escola de Artes Visuais do Cefart, explica que o trabalho selecionado é de suma importância para a discussão das questões propostas. “A escolha da obra ‘Festa’, do artista Jorge dos Anjos, se deu a partir da definição do tema para essa mostra, ‘Ancestralidade africana na arte brasileira: contextos e desdobramentos na contemporaneidade’. Pesquisamos no acervo da FCS um artista que representasse essa temática e sua importância. A partir disso, os estudantes elaboraram um conceito com base nas pesquisas. O Jorge é um artista de grande relevância para as artes no Brasil, e a ancestralidade africana é parte fundamental em suas obras, fala de suas origens”, pondera.

Para a exposição na galeria, a pintura passou por um processo de restauração realizado pelo Núcleo de Conservação e Restauro da Fundação de Arte de Ouro Preto (FAOP). Para Giovane, que também possui uma ligação com a Fundação, isso demonstra um encontro com um espaço que foi tão importante para sua formação. “Tenho muita admiração por ele e pelo seu trabalho. Assim como eu, ele teve sua formação inicial em artes na FAOP, uma instituição de grande valor para as artes no nosso estado. Um fato importante é que a obra escolhida para a mostra foi restaurada por profissionais da FAOP, o que representa uma oportunidade de reencontro entre a instituição e o artista, por meio de sua obra. Dessa forma, a Mostra CHAMA nos permite conhecer mais sobre a cultura africana e homenagear esse grande artista, ao mesmo tempo em que promove e preserva o acervo da FCS”, afirma o professor.

A mostra também tem o papel pedagógico de ensinar aos alunos dos cursos de Arte Educação, Curadoria, Expografia e Formação Inicial Continuada (FIC) em Assistente de Produção Cultural os processos que envolvem as exposições de artes visuais. A aluna Maria Fernanda Ferreira, do curso de produção, destaca o aprendizado ao longo do semestre. “Participar da pré-produção da mostra tem sido uma experiência profunda e inspiradora. Acompanhamos de perto a construção conceitual e prática e contribuímos para que cada detalhe honre a trajetória do artista e a força simbólica de suas narrativas. Para a abertura, também colaboramos com propostas que ampliam o diálogo com o público e fortalecem a dimensão sensível e coletiva que o legado de Jorge inspira. É uma honra integrar uma iniciativa que celebra memória e potência”, conta Maria Fernanda.

Programação de abertura

18h – Abertura da exposição

18h30 às 19h30 — Roda de conversa com o artista Jorge dos Anjos

19h30 às 22h – Intervenções artísticas

19h30 às 22h – Performance e DJ Set

22h – Encerramento

CEFART – O Centro de Formação Artística e Tecnológica (CEFART), da Fundação Clóvis Salgado, é responsável por promover a formação em diversas linguagens no campo das artes e em tecnologias do espetáculo. Referência em formação artística, o CEFART possui amplo e inovador Programa Pedagógico para profissionalizar e inserir jovens talentos no mercado de trabalho da cultura e das artes. Diversas gerações de artistas e técnicos foram formadas ao longo dos quase 40 anos de atividades, com forte impacto no fazer artístico de Minas Gerais. São oferecidas, gratuitamente, oportunidades democráticas de acesso à formação cultural diversa, por meio de Cursos Técnicos, Básicos, de Extensão e Complementares, com grande repercussão social.

FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO – Com a missão de fomentar a criação, formação, produção e difusão da arte e da cultura no estado, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) é vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). Artes visuais, cinema, dança, música erudita e popular, ópera e teatro constituem alguns dos campos onde se desenvolvem as inúmeras atividades oferecidas aos visitantes do Palácio das Artes, CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais – e Palácio da Liberdade, espaços geridos pela FCS. A Instituição é responsável também pela gestão dos corpos artísticos – Cia de Dança Palácio das Artes, Coral Lírico de Minas Gerais e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais –, do Cine Humberto Mauro, das Galerias de Arte e do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart). A Fundação Clóvis Salgado é responsável, ainda, pela gestão do Circuito Liberdade, do qual fazem parte o Palácio das Artes, Palácio da Liberdade e a CâmeraSete. Em 2021, quando celebrou 50 anos, a FCS ampliou sua atuação em plataformas virtuais, disponibilizando sua programação para público amplo e variado. O conjunto dessas atividades fortalece seu caráter público, sendo um espaço de todos e para todas as pessoas.

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