Capitão Fracasso, inspirado no romance homônimo de Théophile Gautier, escrito em 1863, é uma grande homenagem ao teatro e a todos que fazem do palco sua profissão, espaço de emoção, prazer e conhecimento. Tendo como tema central os percalços enfrentados por uma trupe de teatro mambembe, o espetáculo discute a importância social do teatro, refletindo sobre a situação do artista e as relações sociais a que está submetido, em um país que carrega na sua história a mancha do descaso e do desrespeito à arte e aos artistas. Além disso, a obra propõe uma discussão sobre a necessidade da resistência e superação das adversidades que a vida nos impõe, encontrando na união do grupo o seu principal suporte para o enfrentamento.
O teatro sempre foi, e continuará sendo, uma trincheira de inquietação e contestação. Capitão Fracasso fala da luta, travada por todo artista que assume um compromisso com o teatro e com a vida. O espetáculo tem na superação, representada em cena por uma companhia de teatro mambembe, sua digital e sua certeza de que, mesmo tendo superado os anos de retrocesso político, social, cultural e artístico, a sociedade brasileira está reencontrando seu caminho, assim como no espetáculo, a companhia mambembe reencontrou o seu caminho na união e na solidariedade de todos.
O texto utiliza-se da técnica de colagem e realiza um percurso dramatúrgico em que cenas de grandes obras de autores como Eurípides, Shakespeare, Molière e Arthur Azevedo serão “encenadas” pela companhia dos atores mambembes.
Do confronto com a realidade concreta surge a união, o companheirismo e a capacidade de superação da crueza com que a vida se apresenta. Capitão Fracasso é um canto de amor ao teatro, mas não é apenas uma homenagem que se esgota em si mesma. A peça é um chamamento por uma arte comprometida, por um teatro que acredita na transformação social e no trabalho como manifestação superior do ser humano.
Elenco:
Alessandra Salomão
Amaury Júnior
Ângela Maria
Arthur Bello
Bruno Hilário
Isabella Saibert
Mariana Bizzotto
Dramaturgia, Cenário, Figurino, Direção geral:
Luiz Paixão
Assistente de Direção:
Mariana Bizzotto
Produção Executiva:
Bruno Hilário
Produção:
COMPANHIA DE TEATRO