INGRESSO

Bilheteria do Palácio das Artes

Segunda a sábado 12h às 21h

Domingo 17h às 20h

Lei de Meia Entrada

Quem tem direito:

Estudantes

Idosos

Pessoas com deficiência

Jovens de 15 a 29 anos comprovadamente carentes

Para saber as condições que dão direito à meia-entrada acesse o texto na íntegra.

Dando continuidade ao movimento de reconhecimento da trajetória de Grande Otelo e de sua centralidade na cultura cinematográfica brasileira, o Cine Humberto Mauro realiza mais uma edição do Cineclube Acessível. A sessão resgata o filme Também somos irmãos (José Carlos Burle, 1949), obra fundamental que esteve presente na mostra “Intérprete do Brasil – Uma homenagem a Grande Otelo”, realizada em junho no próprio Cine Humberto Mauro.

Se naquela ocasião buscou-se revisitar a amplitude do percurso artístico de Grande Otelo, agora o gesto ganha uma nova camada: a exibição do filme será realizada de forma acessível e inclusiva, contando com legenda descritiva, audiodescrição e Libras. Trata-se de um tratamento inédito para a obra, que marca um avanço importante no projeto do Cineclube Acessível e reafirma o compromisso da Fundação Clóvis Salgado com a democratização do acesso ao patrimônio audiovisual brasileiro.

Lançado em 1949, Também somos irmãos é considerado um marco inaugural na representação do racismo e da luta de classes no cinema brasileiro. A narrativa acompanha a trajetória de quatro irmãos adotivos — dois brancos e dois negros — e evidencia como as desigualdades raciais se traduzem em experiências profundamente distintas no Brasil. Nesse contexto, a atuação de Grande Otelo se projeta como elemento decisivo, capaz de tensionar os limites da representação e de inscrever no filme a potência de sua presença cênica.

A sessão contará ainda com comentários de Charles Burnett, cineasta norte-americano de relevância internacional e diretor de O Matador de Ovelhas (1977), um dos grandes clássicos do cinema negro. Sua participação acrescenta uma perspectiva transnacional, situando Grande Otelo e o cinema brasileiro no diálogo com tradições mais amplas de resistência e afirmação cultural.

Assim, este encontro cumpre dupla função: prolongar os objetivos da mostra-homenagem a Grande Otelo e consolidar o Cineclube Acessível como espaço de experimentação e de inclusão. Ao ampliar os públicos e ao oferecer condições para que diferentes espectadores possam compartilhar a experiência cinematográfica, o Cine Humberto Mauro reafirma sua vocação como lugar de memória, reflexão crítica e abertura ao futuro.

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