INGRESSO

a partir de

Bilheteria do Palácio das Artes

Segunda a sábado 12h às 21h

Domingo 17h às 20h

Lei de Meia Entrada

Quem tem direito:

Estudantes

Idosos

Pessoas com deficiência

Jovens de 15 a 29 anos comprovadamente carentes

Para saber as condições que dão direito à meia-entrada acesse o texto na íntegra.

Cientistas e Alquimistas é uma exposição que explora as intersecções entre as práticas artísticas na Colômbia e no Brasil. A exposição destaca pontos de confluência nos processos criativos de ambos os países, integrando metodologias científicas como pontos de partida em uma reflexão sobre diversos problemas sociais. Historicamente, tanto na América Latina como no mundo, a convergência entre arte e ciência tem sido uma constante, diluindo as fronteiras entre ambas as disciplinas a favor do conhecimento, da criação e da experimentação. 

A seleção de artistas dos dois países foi realizada através de um processo de pesquisa no âmbito de uma residência internacional para curadores do Ministério da Cultura, Artes e Conhecimento da Colômbia. Os experimentos e especulações que compõem a exposição aborda temas como o meio ambiente, os processos de mineração, determinados fenômenos físicos, a genética, a medicina ancestral, a transmutação da matéria, a microfauna, os corpos celestes e os recursos naturais.

Curadoria Maria Fernanda Mora del Rio 

O presente projeto curatorial é uma aproximação à interseção entre a arte contemporânea na Colômbia e no Brasil como processo de memória histórica a partir da apropriação de diferentes disciplinas científicas. Esses cruzamentos se evidenciam em manifestações plásticas e visuais que, ao longo da história do desenvolvimento artístico e científico local e global, refletiram sobre diversos temas, utilizando processos científicos como metodologia no fazer artístico.

A pesquisa realizada em ambos os países buscou enquadrar-se em algumas disciplinas científicas que permeiam a arte. A seleção de artistas que se relacionam com esse tipo de prática foi feita por meio de diferentes processos de pesquisa, como: entrevistas, revisão de portfólios, visitas a exposições coletivas e individuais, conversas com especialistas da área que sugeriram a consideração de obras de artistas, bem como de galeristas, curadores, gestores culturais e professores.

A exposição busca estabelecer um diálogo entre as diferentes formas e metodologias de produção nacionais colombianos e as práticas de artistas brasileiros. Aqui, são propostas diversas narrativas visuais e metodológicas a partir de disciplinas científicas como: medicina, genética, antropologia, biologia, cartografia, botânica, visualização de dados e estatística, ecologia, geologia, ciências ancestrais, física e, de forma geral, a ciência como campo de apoio. A partir de um conjunto de obras em técnicas distintas, como instalação, cerâmica, arte têxtil, fotografia, livro-arte, vídeo, pintura, mapeamento, instalação sonora, desenho, performance e pintura expandida. As obras selecionadas refletem a busca e exploração dentro das artes plásticas realizadas por artistas interessados no âmbito das áreas científicas formais, naturais, humanas, sociais e aplicadas.

A metodologia utilizada na pesquisa em ambos os países permitiu localizar os pontos de encontro nas práticas artísticas contemporâneas que expõem problemáticas trabalhadas de maneira recorrente no território latino-americano e que apresentam questões sociais comuns. Como resultado, foi possível entender que é um momento muito importante para as práticas artísticas nesses dois países, pois a arte se tornou um espaço de enunciação, resistência e luta muito significativo para a sociedade latino-americana. A partir desses achados, foi formado um grupo de artistas que, por meio de seu trabalho, demonstra que a aproximação das disciplinas científicas na arte não se limita a um discurso de ordem estilística ou estética, pois os artistas têm utilizado a ciência como ferramenta para apresentar discursos e questionamentos sobre a memória histórica a partir de lugares de enunciação decoloniais, mas, sobretudo, próprios. Ou seja, embora o grupo de artistas seja diverso e o critério de seleção tenha levado em conta o peso das obras em aspectos como técnica e qualidade, a pertinência foi talvez o maior valor agregado em todos os casos, já que a curadoria desde sua gênese tem buscado reconhecer os temas que a região enfrenta e que têm a ver com todos os aspectos da condição de ser habitante dessas latitudes, tudo isso enunciado através da prática artística que se apoia na apropriação e uso das formas próprias do campo científico.

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