INGRESSO

Bilheteria do Palácio das Artes

Segunda a sábado 12h às 21h

Domingo 17h às 20h

Lei de Meia Entrada

Quem tem direito:

Estudantes

Idosos

Pessoas com deficiência

Jovens de 15 a 29 anos comprovadamente carentes

Para saber as condições que dão direito à meia-entrada acesse o texto na íntegra.

Em comemoração ao Dia da Consciência Negra, o Coral Lírico de Minas Gerais, sob a regência do Maestro Lucas Viana, acompanhados pelo pianista Fred Natalino, apresenta um concerto dedicado à valorização da produção musical de compositores negros e à celebração da herança africana na música ocidental e brasileira. O programa traça uma linha histórica e simbólica que vai do período colonial às expressões contemporâneas, revelando como o espírito de resistência, fé e beleza se manifesta em diferentes linguagens musicais.

A abertura do concerto traz obras de dois grandes mestres do período colonial brasileiro: Lobo de Mesquita e José Maurício Nunes Garcia. Ambos foram músicos de origem afrodescendente que, apesar das barreiras impostas por seu tempo, tornaram-se figuras centrais na história da música sacra no Brasil. Suas obras combinam o rigor do estilo clássico europeu com um lirismo profundamente humano. Os motetos e o Miserere de Lobo de Mesquita, seguidos do Magnificat das Vésperas de São José de José Maurício, revelam a força expressiva da tradição coral brasileira.

Do século XVIII passamos ao XX com Carlos Alberto Pinto Fonseca, regente e compositor mineiro cuja obra Jubiabá, inspirada no romance homônimo de Jorge Amado, expressa a vitalidade da cultura afro-brasileira em linguagem coral moderna. Aqui, a escrita rítmica e percussiva se alia à dramaticidade do texto, evocando a energia dos ritos afro-baianos e a força simbólica do sincretismo religioso.

Na segunda parte, o coro apresenta um conjunto de spirituals, canções de origem afro-americana que nasceram do sofrimento e da esperança dos escravizados nos Estados Unidos. Essas obras, transmitidas oralmente por gerações, tornaram-se um dos pilares da música coral ocidental, pela intensidade emocional e pela profunda espiritualidade que carregam. Entre elas, aparecem versões tradicionais (Nobody Knows the Trouble I’ve Seen, Deep River, Calvary, City Called Heaven, Ride On, King Jesus) e arranjos de compositores que elevaram esse repertório a patamares sinfônicos, como Robert Nathaniel Dett, autor de O Holy Lord.

Com Stephen Paulus, compositor norte-americano contemporâneo, o concerto alcança um tom de contemplação com The Road Home, obra que, embora escrita em linguagem moderna, ressoa com o mesmo sentimento de busca e transcendência presente nos spirituals — a procura por um “caminho de volta” à essência e à liberdade interior.

Mais do que um panorama histórico, este concerto é um convite à escuta da voz negra que ecoa através dos séculos — voz que ora se expressa em latim ou em inglês, ora em ritmos afro-brasileiros, mas que sempre fala de fé, resistência, dor e beleza.

PROGRAMA: (Aguardando nome dos solistas)

LOBO DE MESQUITA

  • Motetos e Miserere – Solo de Tenor

JOSÉ MAURÍCIO NUNES GARCIA

  • Magnificat das Vésperas de São José – solo de Soprano e Tenor

CARLOS ALBERTO PINTO FONSECA

  • Jubiabá – solo de Soprano

STEPHEN PAULUS

  • The Road home – Solo de Soprano

ROBERT NATHANIEL DETT

  • O Holly Lord

TRADICIONAL

  • Nobody Knows
  • Deep River
  • Calvary
  • City Called Heaven
  • Ride on King Jesus
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