Em maio, o cinema celebra o trabalho: 130 anos de histórias e lutas na tela
A mostra “Os Trabalhadores Vão ao Cinema” chega como uma dupla homenagem: aos trabalhadores em seu dia e ao cinema, que completa 130 anos de existência. Esta edição especial propõe um mergulho nas múltiplas formas como o cinema retratou o universo do trabalho, desde as fábricas do século XIX até os dilemas contemporâneos, passando por questões urgentes que continuam a ecoar na sociedade.
O público poderá reviver clássicos fundamentais como Tempos Modernos, de Charles Chaplin, e A Greve, de Sergei Eisenstein, obras que moldaram a representação do trabalho no cinema. A programação também inclui títulos modernos como Como Enlouquecer seu Chefe, de Mike Judge, e Desculpe te Incomodar, de Boots Riley, além de produções marcantes como Sindicato de Ladrões, de Elia Kazan, Mamma Roma, de Pier Paolo Pasolini, e A Camareira, estreia de Lila Avilés que representou o México no Oscar 2020.
O cinema brasileiro terá espaço de destaque, com uma seleção que vai do clássico Noites Paraguaias, de Aloysio Raulino, ao documentário A Dupla Jornada, de Helena Solberg, chegando até o aclamado Sinfonia da Necrópole, de Juliana Rojas, um dos filmes nacionais mais relevantes de 2014.
As sessões de curtas-metragens prometem surpreender: a primeira revisita A Saída dos Operários da Fábrica, dos Irmãos Lumière, explorando seu impacto na história do cinema; a segunda celebra a produção de Humberto Mauro no INCE, o Instituto Nacional de Cinema Educativo; e a terceira apresenta três obras contemporâneas filmadas em machinima, técnica que reinventa a representação do trabalho na era digital.
Para o público infantil, destaca-se a exibição de A Pequena Vendedora de Sol, do senegalês Djibril Diop Mambéty, exibido com dublagem realizada pelo projeto Versão Brasileira, primeira iniciativa cultural que promove a acessibilidade e a exibição, nas periferias de Belo Horizonte, de filmes estrangeiros com pouca circulação no Brasil. O projeto é idealizado por Luísa Lanna e a coordenação da dublagem foi realizada por Flora Maurício e Maru Arturo. A obra foi dublada por moradores do Morro do Papagaio, em Belo Horizonte, Minas Gerais.
Uma jornada cinematográfica que une passado e presente, clássicos e experimentos, sempre com o trabalho – em suas alegrias, lutas e transformações – como fio condutor.