INGRESSO

Bilheteria do Palácio das Artes

Segunda a sábado 12h às 21h

Domingo 17h às 20h

Lei de Meia Entrada

Quem tem direito:

Estudantes

Idosos

Pessoas com deficiência

Jovens de 15 a 29 anos comprovadamente carentes

Para saber as condições que dão direito à meia-entrada acesse o texto na íntegra.

O Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte (FestCurtasBH) celebra a sua trajetória homenageando os filmes que se destacaram ao longo das 26 edições. O evento remora os filmes nacionais premiados nas mostras Competitiva Minas e Brasil, a partir de uma seleção que demonstra a diversidade de obras que se destacaram ao longo dos anos, com curadoria de Bruno Hilário, membro da comissão de seleção e coordenador executivo do Festival e Matheus Pereira, produtor de cópias da mostra.

Ao revisitar a história do FestCurtasBH a partir dos destaques premiados em sua programação, podemos tecer a relação íntima que o evento desenvolveu junto aos seus realizadores e com o desenvolvimento da história do cinema mineiro e nacional na perspectiva do curta-metragem. As duas primeiras edições do Festival não foram competitiva, mas destacamos a presença da cineasta mineira Tania Anaya, que esteve presente logo na primeira edição do evento exibindo o filme “Balançando na Gangorra”, um clássico do cinema produzido aqui em Belo Horizonte. Na ocasião, o festival ainda não era competitivo e por este motivo escolhems relembrar o trabalho de Anaya como destaque de 1994.

Já na terceira edição do evento, com o início das mostras competitivas, o grande destaque vai para o cineasta Jorge Furtado, que recebeu o prêmio da crítica de melhor curta-metragem com o filme “O Sanduiche”. Furtado se firmou com um dos cineastas brasileiros mais importantes para o fortalecimento da linguagem cinematográfica no formato de curta-metragem a partir dos anos 90, cuja trajetória se confunde com a própria história do FestCurtasBH.

Já no ano seguinte, na quarta edição do Festival, um dos grandes destaques do evento foi o filme “Françoise” do cineasta mineiro Rafael Conde, vencedor do “Prêmio do Público: Melhor Curta-Metragem Mineiro” daquele ano. Protagonizado pela jovem Débora Falabela, o filme circulou grandes festivais nacionais e internacionais, sendo destaque do Festival de Rotterdan, Festival Internacional de Cine de La Habana, Festival Internacional de Curtas de São Paulo e ganhou o coração do público do FestCurtasBH em 2021.

Em 2002, um dos grandes destaques da programação foi o curta-metragem “Todo Dia Na Rua”, da cineasta mineira Maria de Fátima Augusto. O filme narra o trabalho, os sonhos e desejos de garis do centro de Belo Horizonte e sagrou-se vencedor do “Prêmio do Público: Melhor Curta-Metragem Mineiro”. Maria de Fátima Augusto tornou-se a primeira mulher negra a ser premiada no Festival. É importante destacar que a cineasta atuou na equipe de produção das primeiras edições do evento, ao lado do mítico programador e criador do Festival: José Zuba Júnior.

Guilherme Fiúza, um dos mais importantes cineastas mineiros, ganhou destaque na sétima edição do Festival com o curta-metragem “Fui!”, vencedor do Prêmio do Público: Melhor Curta-Metragem [Mostra Especial Minas]. Ao relembrar deste importante curta-metragem realizado por Fiuza, homenageamos a sua marcante atuação no cinema mineiro, sendo um professor que formou gerações de cineastas que estão atualmente realizando trabalhos em nosso estado. Infelizmente, Fiuza, faleceu recentemente e deixou um vazio enorme na luta por melhores condições de realização, financiamento e reconhecimento público de nosso cinema. Guilherme Fiuza Zenha atuou por mais de 25 anos como diretor, produtor e instrutor de cinema. Foi, sobretudo, um militante da cultura e do audiovisual brasileiro, particularmente, o mineiro, uma figura central em diversas mobilizações por políticas públicas, dentre elas, a implementação da Lei Paulo Gustavo.

Dos primórdios às edições mais recentes, o FestCurtasBH demonstra atraves desta programação uma trajetória que não é – nem pretende ser – linear: a multiplicidade de colaboradores, filmes e proposições são parte fundamental da pujança do Festival, que foi criado em 1994, com uma pausa de cinco anos entre a segunda e terceira edição. A linha invisível que alinhava sua história é a aposta inabalável na força e na liberdade potencialmente implícitas ao curta-metragem em sua condição singular de cinema. Aberto a todos os gêneros e formatos, o FestCurtasBH se volta com particular interesse à experimentação e às formas fílmicas engajadas e inventivas.

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