FIF BH Imagens Resolutivas: Karel Koplimets e Darks Miranda

Nos últimos anos, o Palácio das Artes tem sediado exposições do Festival Internacional de Fotografia (FIF). Ao exibir a produção de artistas de diferentes países, o Festival propõe que o público entre em contato com as obras e reflita sobre determinadas temáticas a partir de diversos pontos de vista, trazendo também o seu. Assim, as percepções dos artistas somam-se às nossas, espectadores, despertando um processo ativo de criação de sentidos.

Nesta edição do FIF BH, as reflexões, desafios, maneiras de lidar com as questões que vivemos, compreensões de diferentes culturas, múltiplas formas de pensamento e de vida são promovidos por meio da imagem. As imagens selecionadas pela curadoria da mostra têm a intenção de apontar para possíveis soluções de desafios atuais e coletivos, tensionando nossa compreensão sobre as imagens e nos fazendo refletir sobre nossa atuação no mundo.

Figura 1: Frame do vídeo “Caso nº 14. A tempestade no Mar Báltico”, Karel Koplimets, Estônia. Fonte: site do FIF BH 2020.
Figura 2: Frame do vídeo “Aula de lambada estranha”, Darks Miranda, Brasil. Fonte: site do FIF BH 2020.

Com um olhar investigativo, assista a dois vídeos que participam do FIF BH 2020: “Caso nº 14. A tempestade no Mar Báltico”, de Karel Koplimets, e “Aula de lambada estranha”, de Darks Miranda. Em seguida, reflita sobre as seguintes questões:

É possível fazer alguma relação entre eles? Compare o momento em que vivemos com as imagens dos vídeos e as sensações despertadas por elas. Quais relações são possíveis? Quais elementos visuais despertam essas conexões?

Abaixo, compartilhamos o depoimento de uma ex-professora de dança, com 61 anos, que, a convite do Criarte, assistiu aos vídeos e sistematizou suas impressões, buscando tecer relações entre eles.

“O vídeo do vasto mar turbulento e o barquinho à deriva, para mim, transmite o medo, o desespero… parece que esse vídeo está mostrando para as pessoas que é muito arriscado sair sem saber as condições do ‘mar’. Essas imagens do segundo vídeo, o da aula de lambada, são realmente muito estranhas! Parece que as pessoas ali estão deprimidas e passaram momentos muito tristes e então elas usam a dança para se libertar, sair de alguma realidade ruim. O que me passou também é que algumas pessoas não sabem o que está acontecendo lá fora e estão dançando normalmente. O mundo está explodindo, pegando fogo, a cidade está em chamas e as pessoas ainda não se deram conta disso, ou então as pessoas sabem e não estão nem aí. Como temos o exemplo da pandemia hoje no Brasil. Um monte de gente prezando mais pela sua ‘liberdade’ do que pela sua saúde e a saúde dos seus familiares… continuam dançando, festejando, aglomerando, se descuidando! A relação que consigo fazer entre os dois vídeos seria como se fosse uma espécie de um convite a lutar para sair da tempestade e do caos (do mar revolto e da cidade em caos). Eu não tenho medo da água, mas eu temo no que ela pode se transformar com a ação do vento e da lua. Para mim, água em si é linda. Quando estamos em tempestade, ainda que dentro da gente, a gente precisa procurar sair e não se conformar ou se entregar. Acho que esses vídeos se assemelham aos momentos em que passei em minha vida!”.

Após a leitura do depoimento, reflita: as percepções apresentadas se assemelham às suas? Você teve uma leitura diferente? Lembre-se que as interpretações de uma obra podem ser múltiplas!

Compartilhe suas percepções nas mídias sociais, usando as hashtags #educativofcs, #criarte e também @fcs.palaciodasartes no Instagram.

Para saber mais sobre o FIF BH 2020, clique aqui.

Referência:

FIF BH 2020 – Festival Internacional de Fotografia. Disponível em: ˂www.2020.fif.art.br˃. Acesso em: abr. 2021.

Sobre a autora:

Nathália Bruno é bacharel e licenciada em Artes Plásticas, especialista em Ensino de Artes Visuais e Tecnologias Contemporâneas, artista visual, professora e mediadora cultural na Escola de Artes Visuais do Cefart – FCS.