Histórias e museus, abrigos de memórias!

Como carregar água na peneira, criar peixes no bolso ou interromper o voo de um pássaro? Com a poesia de Manoel de Barros, tudo isso é possível! Assista ao curta-metragem “Histórias da Unha do Dedão do Pé do Fim do Mundo”: 

Ficha Técnica

Filme: Histórias da Unha do Dedão do Pé do Fim do Mundo

Local: Brasília, DF

Ano: 2007

Duração: 9 minutos

Texto: Manoel de Barros

Direção e desenhos: Evandro Salles

Roteiro: Bianca Ramoneda

Animação e direção de arte: Marcia Roth

Trilha sonora original: Tim Rescala

Voz da trilha sonora: Isabela Mele Rescala

Narração: Bidô Galvão

Gravação da narração: Studio Prof 

Assistente de animação: Tiago Miranda

Assistentes de vetorização: Jarbas Delani e Sérgio Azevedo

Coordenação de produção: Daiana Castilho Dias

Produção: Daniela Estrella e Gustavo Magalhães

Concepção e produção: Lumen Argo Arte e Projeto

Curiosidades: 

O curta-metragem que você assistiu é feito a partir de poemas de Manoel de Barros. Você já conhecia esse poeta? Ele nasceu em Cuiabá (Mato Grosso) em 1916 e faleceu em Campo Grande (Mato Grosso do Sul) em 2014. Manoel escrevia para adultos e crianças de uma forma muito sensível. Para escrever, ele se inspirava nas coisas que vivia, nas suas memórias, na sua infância, na sua relação com a natureza, as árvores, os bichos, as pedras. Ele gostava de observar coisas que muita gente não dava importância, que não prestava atenção, e transformava isso em poesia. 

Crianças costumam gostar de inventar e criar seus brinquedos, porém Manoel desde pequeno fabricava seus brinquedos, não só com coisas materiais, mas também com as palavras, brincando com os sons delas, usando-as de um jeito diferente, inventando novos significados, ou às vezes deixando-as sem sentido algum. Mesmo depois de adulto, ele continuou a olhar o mundo com os olhos de uma criança, reparando nas pequenas coisas que os adultos costumam ignorar e sempre deixando sua imaginação viajar com as palavras. 

Por toda essa ligação de Manoel de Barros com a infância, esse curta foi pensado e produzido especialmente para fazer parte de uma exposição voltada para crianças, chamada “Arte para Crianças”, que aconteceu em 2007, com curadoria de Evandro Salles, que também dirigiu o curta. Além do vídeo, nessa exposição foi possível ver trabalhos de artistas visuais como Amilcar de Castro, Eder Santos, Ernesto Neto e Yoko Ono. Para saber mais sobre a exposição, veja o catálogo clicando aqui. 

Para refletir:

Quando colocamos ideias em palavras, assim como Manoel de Barros, estamos compartilhando-as com o mundo! Já pensou nisso? Quando criamos algo e apresentamos para que possa ser visto, ouvido, percebido ou sentido por outras pessoas, estamos, de certa forma, dividindo um pouco da gente com o outro. Partindo disso, fica fácil perceber a importância de se guardar e compartilhar o que nós criamos, não é? E também não são só as criações dos seres humanos que devem ser preservadas, pois vivemos em um planeta com muitos outros seres e coisas interessantes. Mas então onde guardar, preservar e mostrar tudo isso? 

Ora, nos museus, esses lugares que funcionam como um “abrigo de memórias”. Hoje em dia, existem museus de tudo quanto há! Museu do futebol, museu de brinquedos, museu da língua portuguesa… Existem, ainda, lugares que não recebem o nome de museu, mas que podem exercer funções semelhantes, como é o caso do Palácio das Artes / Fundação Clóvis Salgado, que guarda, preserva e exibe roupas e objetos usados em espetáculos, além de obras de arte diversas. Sabendo que existem tantos espaços interessantes assim em várias partes do mundo, o que fazer quando bater aquela vontade de visitá-los? Uma boa parte deles você pode acessar aí da sua casa com apenas um clique, sabia? É possível encontrar ações educativas e até exposições inteiras na internet, parte delas voltadas para crianças. Essa proposta, por exemplo, é apenas uma das muitas indicações de curtas-metragens infantis já publicadas aqui no Cineminha On-line, no site da Fundação Clóvis Salgado.

Ilustração: Ana Emerich

Atividade:

Como já foi dito, existem museus com temas variados: imagine qualquer coisa e é capaz de já existir um museu sobre isso. Isso quer dizer que, normalmente, esses espaços são voltados para uma temática específica: determinado objeto, pessoa, monumento, entre outras. Muitas vezes, nesses lugares você pode conhecer histórias relacionadas ao tema. Acredita que, além de museu que conta história, existe também museu só para guardar histórias que as pessoas contam? Pois, acredite! Eles existem e são muito legais de conhecer, pois cada pessoa tem uma história diferente para contar e com isso sempre aprendemos muito. 

Pensando nisso, que tal escutar e guardar algumas histórias que existem aí, bem pertinho de você? Para isso, você vai precisar de pessoas que contem as histórias e de uma forma para registrá-las. Pense em um tema, como, por exemplo, um objeto ou um momento da vida. Podem ser histórias com bola, histórias da infância, e por aí vai… Depois de pensar, escolha como vai querer registrar essas histórias: por gravador de voz, vídeo, texto, desenho, entre outros. Por fim, pergunte às pessoas que moram em sua casa quais histórias elas têm para contar sobre a temática que escolheu. É possível que, com essa brincadeira, você descubra histórias bem diferentes, divertidas e talvez até bastante parecidas com as suas. Mais uma coisa importante: não se esqueça de registrar suas próprias histórias! 

Compartilhe as histórias registradas com a gente! Publique em suas redes sociais usando as hashtags #cineminhaonline, #educativofcs e também @fcs.palaciodasartes no Instagram.

Sobre as autoras:

Ana Luiza Emerich é licenciada em Artes Visuais, mestra em Artes, professora da Rede Estadual de Ensino, professora e mediadora na Escola de Artes Visuais do Cefart – FCS.

Naiara Rocha é bacharel e licenciada em Artes Visuais, graduada em Pedagogia, mediadora e professora na Escola de Artes Visuais e na Escola de Tecnologia da Cena do Cefart – FCS.