Inhotim: comunhão entre arte e natureza

O Instituto Inhotim, localizado em Brumadinho, a 60 quilômetros de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, é um espaço que concilia a beleza de um jardim botânico com galerias de arte contemporânea em um acervo reconhecido internacionalmente.

Idealizado por Bernardo Paz, dono das terras onde o Instituto está, o Inhotim nasce de uma paixão do empresário pela arte moderna e por plantas, que passou a colecionar. De sua amizade com o artista Tunga, falecido em 2016, surgiu o interesse pela arte contemporânea e a ideia de criar um acervo.

Aos poucos o projeto se tornou o maior museu a céu aberto do mundo com mais de 700 obras de artistas do mundo inteiro e mais de 20 obras ao ar livre, relacionando-se harmonicamente com as mais de 4.300 espécies botânicas.

O Instituto sofreu momentos difíceis por causa do rompimento de uma barragem da mineradora Vale em 2019 e, também, por conta da pandemia do coronavírus iniciada em meados de 2020. Essas situações isolaram o Inhotim do circuito de visitas.

Estamos, aos poucos, retomando uma certa normalidade após quase dois anos de pandemia. Os espaços culturais, de lazer e de conhecimento voltaram a abrir as portas para o público e o Inhotim está mais vivo do que nunca em sua esplendorosa beleza natural e artística, recebendo os visitantes.

Instituto Inhotim. Fonte: Wikipédia

Uma das coisas interessantes no Museu é a ponte inteligente entre a beleza natural e a arte, concebida pela curadoria e pela expografia, em um diálogo imagético do meio ambiente com a arte contemporânea. Em sua essência, a arte contemporânea reverencia o cotidiano utilizando-se de interações entre obras e público; a utilização de ferramentas, suportes e materialidades ordinárias que se tornam extraordinárias no status de arte. Nada mais ideal para um projeto de imersão como é o Inhotim.

Essas relações entre o espaço, as obras, a sustentabilidade e a contemporaneidade nos oferecem uma reflexão acerca das consequências da modernidade, tanto no que diz respeito ao progresso quanto nos rastros deixados por ele.

No Inhotim – em vez de caminhar pelos convencionais corredores de museus – a visita se dá ao ar livre, contemplando arte e vida em uma comunhão de encher os olhos e as mentes de pura meditação sobre as relações entre o homem, a natureza, a criatividade e a criação.

Saiba mais acessando o site do Instituto Inhotim.

Sobre a autora:

Isa Carolina é especialista em História da Arte, mediadora cultural e professora da Escola de Artes Visuais do Cefart – FCS.