O Cineclube Acessível recebe, no dia 23 de abril, às 19h, uma sessão especial de curtas-metragens realizados por pessoas com deficiência, em parceria com a primeira edição do Festival Desvio — uma iniciativa que propõe discutir e ampliar o entendimento sobre acessibilidade na arte, por meio de uma programação gratuita que inclui cursos, mostra de cinema e apresentações artísticas.
O Cineclube Acessível é uma grade de programação permanente do Cine Humberto Mauro, dedicada à exibição de filmes com recursos de acessibilidade comunicacional, como audiodescrição, legendas descritivas e janela de Libras. Seu objetivo é ampliar a compreensão e a fruição das obras cinematográficas por um público diverso, promovendo o protagonismo de pessoas com deficiência no cinema.
Após a exibição, haverá bate-papo com os atores Giovanni Venturinni e Coral, com mediação de Brisa Marques, uma das idealizadoras do festival. O bate papo conta com intérprete de Libras.
PROGRAMAÇÃO – 23/04 (QUARTA-FEIRA)
19h | SESSÃO CINECLUBE ACESSÍVEL/DESVIO | 12 anos | 48min
Big Bang – Carlos Segundo, Brasil, 2022 | 12 anos | 14min
(Filme com janela de Libras, legenda descritiva e audiodescrição)
KAI – (Elinilson Soares, Brasil,2025 | Livre | 11min
(Filme com audiodescrição)
La Hemi – Ila Giroto e Estela Lapponi, Brasil, 2024 | | Livre | 12min
(Filme com legenda descritiva e audiodescrição)
Um Ano – (Pri Garcia, Brasil, 2024 I 10 anos | 09min
(Filme com janela de Libras e legenda descritiva)
Bate-papo com Giovanni Venturinni e Coral
O bate papo conta com intérprete de Libras
Mediação: Brisa Marques
O Palácio das Artes conta com rampas na entrada e banheiro acessível.
O Cine Humberto Mauro conta com rampa na entrada, corrimão nas laterais da sala de cinema e dois assentos acessíveis na lateral esquerda, sendo um para pessoas obesas e um para pessoas com mobilidade reduzida, além de três vagas para cadeiras de rodas na parte traseira do cinema.
SINOPSES
Big Bang – Carlos Segundo, Brasil, 2022
Chico ganha sua vida consertando fornos, nos quais ele facilmente entra devido seu tamanho. Face a um sistema que lhe exclui, não lhe resta outra alternativa que não seja a de se colocar em resistência.
KAI – Elinilson Soares, Brasil,2025
Inspirado na vida de Elinilson Soares, o diretor do filme, o curta-metragem conta a história de Kai, um homem negro e surdo, que cresceu na praia de Itapuã. Seus pais, uma vendedora de acarajé e um vendedor de bebidas, o levavam à praia para não ficar sozinho em casa. Kai encontrava alegria ao brincar na praia e desenvolveu uma forte conexão com a música e a dança, presentes na vida da família. O curta retrata as memórias de Kai e sua ligação com o passado e o presente.
La Hemi – Ila Giroto e Estela Lapponi, Brasil, 2024
“La Hemi” é um curta-metragem performático que mergulha nas ações cotidianas de um corpo hemiparético. A câmera é como espectador e personagem, que ao adentrar o labirinto cerebral de LA HEMI, testemunha a criatividade da personagem, que utiliza uma só mão nos afazeres rotineiros como: amarrar os tênis; escovar os dentes; cortar pão; abrir lata; abrir garrafa pet e até mesmo ralar um queijo. A narrativa sonora espetaculariza a jornada de LA HEMI, focando com ironia e sensualidade a potência disruptiva do corpo DEF (Pessoa com deficiência). Uma autoficção em que a performer Estela Lapponi coloca a realidade de seu corpo hemiparético (por conta de um AVC há 26 anos) como prova da neuroplasticidade cerebral e desafia a capacidade corporal compulsória – quem disse, que só há um jeito de se fazer as coisas? Um filme que afirma o corpo DEF como um corpo possível e celebra a criatividade em seu modo próprio de existir.
Um Ano – Pri Garcia, Brasil, 2024
No primeiro dia de carnaval de 2023, Coral, cantora e compositora travesti, sobrevive a uma tentativa de homicídio em um dos maiores cartões postais de Belo Horizonte, o viaduto Santa Tereza. Um ano depois, de volta ao carnaval, a artista se depara com um novo desafio: superar o trauma vivido no ano anterior e cantar no maior cortejo da capital mineira, o bloco Então, Brilha! O documentário “Um Ano”, dirigido por Pri Garcia, é uma retrospectiva subjetiva sobre um ano de resiliência, um registro de arte e persistência, e uma janela ao caminho tortuoso da cura.