Grande Teatro Cemig Palácio das Artes abriga o sertão de Guimarães Rosa em nova temporada da ópera Matraga

Com ingressos esgotados, mais de 6 mil pessoas acompanharam obra que adapta o último conto do livro “Sagarana”

Mais de um ano e meio após a última vez que Augusto Matraga enfrentou a sua hora e vez, a ópera que leva o nome do protagonista retornou ao palco do Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, entre os dias 17 e 20 de maio. Com uma temporada de quatro récitas, a produção ganhou vida através do envolvimento de cerca de 400 pessoas, entre artistas e técnicos. Com libreto e música de Rufo Herrera, direção cênica da atriz e dramaturga Rita Clemente, e direção musical e regência de Ligia Amadio, a adaptação do conto de Guimarães Rosa emocionou novamente.

Com a interpretação de Leonardo Fernandes, o público pôde conferir a história de Augusto Matraga, um jagunço violento que passa por um processo de redenção após um episódio trágico. A dramaturgia, uma produção original da Fundação Clóvis Salgado, transportou o público para o universo fantástico do autor natural de Cordisburgo pela primeira vez em 2023. 

Neste ano, a produção atingiu e encantou outras pessoas. Esse foi o caso de Eduardo Noronha, que esteve presente na pré-estreia e na última récita, a qual teve seus ingressos esgotados. Noronha destacou o potencial da obra de Herrera, que, em sua opinião, deveria ser levada para outros palcos além do Grande Teatro do Palácio das Artes. “O espetáculo é maravilhoso, principalmente a cenografia, com o cavalo manipulado. Além disso, a bailarina – provavelmente em patins –, a iluminação fantástica, a orquestra maravilhosamente regida pela maestra, a harpa se destacando, um show de iluminação, dança e teatro. Uma ópera maravilhosa, que merece ser reencenada e colocada por muito mais tempo em cartaz, sendo levada, inclusive, para outros estados e até mesmo ao exterior”, afirma Eduardo.

A sinergia dos corpos artísticos da Fundação Clóvis Salgado e os demais artistas também encheu os olhos do público, como destaca Bruna Galvão, que veio à apresentação acompanhada da mãe. “O que me chamou a atenção foi a sincronia de todo mundo, um corpo tão grande de artistas, atores, instrumentistas. Achei muito tocante, muito interessante. Acredito que quem assistiu uma vez deveria assistir de novo, para captar todos os detalhes, uma vez que é tudo muito rápido. Eu pretendo voltar em outras oportunidades para assistir mais uma vez”, conta Bruna.

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